Blog da Suzane Carvalho

Categoria : COMPETIÇÃO

Will Power, o piloto a ser batido no Anhembi
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Suzane Carvalho

Com largada prevista para meio-dia e meia de hoje, a terceira edição da Fórmula Indy em São Paulo (oitava no Brasil) tem tudo para ser uma excelente corrida para expectadores e pilotos, torcidas e equipes.

O vencedor das duas primeiras edições da Fórmula Indy no Anhembi, Will Power, cravou a pole position e é o homem a ser batido hoje.  Dario Franchitti que ficou com o segundo tempo, apenas 0.04s mais “lento” que Power, está sempre rondando o primeiro lugar.  Em 2010 largou na pole e chegou em 8º e em 2011 largou em 6ª e chegou em 4º.  Hoje largará ao lado de Power.  Da mesma forma que no ano passado, Power voltou a elogiar o circuito e as melhorias que foram feitas nele.  Disse que se diverte aqui e que é o melhor traçado dos circuitos de rua que eles correm.

Em terceiro largará Scott Dixon, seguido por James Hinchcliffe, Ryan Hunter-Reay, e Graham Rahal.  Dos brasileiros, o que sairá mais à frente é Tony Kanaan, na 11ª posição, seguido por Rubens Barrichello, que por muito pouco não entrou no Q2.

Tony Kanaan disse que andou pouco nos treinos porque fez muitas mudanças no carro.  Eles vieram para São Paulo com o mesmo acerto da corrida de Long Beach, que é em circuito de rua também, e por isso perderam muito tempo tentando adequar o carro, já que a modificação principal, inclusive de relação de marchas, demoraria muito.

Helio CastroNeves disse que o acidente no segundo treino tirou um pouco a confiança e que por isso foi conservador na classificação, e como os tempos dos pilotos estão muito próximos, o resultado foi ficar atrás, mas que já combinou com a equipe que farão uma corrida mais agressiva.

Rubens demonstrava tranquilidade e ressaltou: “Continuo melhorando a cada vez que sento no carro e vou para a pista.  Não estou preocupado com qualquer tipo de cobrança.  Para se resolver um problema, você tem que estar antes de tudo bem com você mesmo, feliz com você mesmo.  E eu estou.”

No geral, estou achando os pilotos brasileiros bastante humildes e relaxados.  Quem demonstrou maior preocupação com resultado foi Bia Figueiredo, que quer mostrar que pode mais do que fez ano passado, e agora por uma equipe melhor estruturada.

O warm up que aconteceu às 08: 30 hs foi com o piso molhado e Ryan Hanter-Reay foi o mais rápido.  Wil Power ficou em terceiro.  Rubinho em 5º, Helinho em 11º, Tony em 22º e Bia em  24º.  Mas ao que tudo indica, a corrida será no seco.

Rubes Barrichello concentrado antes da classificação

Este ano a categoria teve uma série de mudanças.  Mudou o carro, mas este é igual para todos os pilotos: Dallara DW-12  (as letras “DW” foram colocadas em homenagem ao piloto Dan Weldon que ajudou a desenvolver o carro e faleceu na última corrida do ano passado).  Porém, mudou também o motor que deixou de ser de apenas um fornecedor, que era a Honda, para ser multi marca.  Entraram os motores Chevrolet e Lotus.   O Chevrolet ganhou as três primeiras etapas do ano e para esta corrida a Honda fez modificações no turbo, o que equilibrou bastante a competitividade.  Lotus, no entanto, continua atrás.

Eis o grid de largada:

1  12  Power, Will  D/C/F 01:21.4045 112.151
2  10  Franchitti, Dario  D/H/F 01:21.4485 112.090
3  9  Dixon, Scott  D/H/F 01:21.8545 111.534
4  27  Hinchcliffe, James  D/C/F 01:21.9956 111.343
5  28  Hunter-Reay, Ryan  D/C/F 01:22.2408 111.011
6  38  Rahal, Graham  D/H/F 01:21.8033 111.604
7  14  Conway, Mike  D/H/F 01:21.8122 111.592
8  67  Newgarden, Josef (R)  D/H/F 01:21.8128
9  2  Briscoe, Ryan  D/C/F 01:21.8495 111.541
10  26  Andretti, Marco  D/C/F 01:21.8498 111.541
11  11 Kanaan, Tony  D/C/F 01:22.5210 110.634
12  8  Barrichello, Rubens  D/C/F 01:22.3939 110.804
13  5  Viso, EJ  D/C/F 01:22.1404 111.146
14  4  Hildebrand, JR  D/C/F 01:22.4321 110.753
15  83  Kimball, Charlie  D/H/F 01:22.1973 111.069
16  77  Pagenaud, Simon (R)  D/H/F 01:22.4354 110.749
17  19  Jakes, James  D/H/F 01:22.3840 110.818
18  7  Bourdais, Sebastien  D/L/F 01:23.1331 109.819
19  3  Castroneves, Helio  D/C/F 01:22.4143 110.777
20  25  Beatriz, Ana  D/C/F 01:23.2692 109.640
21  20  Carpenter, Ed  D/C/F 01:22.9424 110.072
22  78  de Silvestro, Simona  D/L/F 01:23.6762 109.106
23  22  Servia, Oriol  D/L/F 01:23.4509 109.401
24  6  Legge, Katherine (R)  D/L/F 01:24.6042 107.910
25  15  Sato, Takuma  D/H/F No Time No Speed
26  18  Wilson, Justin  D/H/F No Time No Speed

Legenda: Chassi/Motor/Pneu
D  – Dallara
C – Chevrolet
H – Honda
L – Lotus
F – Firestone
R – Rookie


Fórmula Indy desembarca pela terceira vez em São Paulo
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Suzane Carvalho

Direto da Indy, no Anhembi – 01

A estreia da Indy em pistas brasileiras foi em 1996 no Rio de Janeiro, quando foi inaugurado o circuito oval Emerson Fittipaldi, dentro do Autódromo de Jacarepaguá, e lá correu por cinco anos.

Com o circuito oval de Jacarepaguá já destruído, em 2009 a categoria desembarcou em São Paulo para correr  nas ruas, em plena Marginal Tietê, passando também pelo Sambódromo.

Em seu terceiro ano no Circuito do Anhembi, temos quatro pilotos brasileiros participando da corrida: um piloto de Fórmula 1, um campeão da categoria, um vendedor das 500 Milhas de Indianápolis por três vezes e uma mulher.

Mudanças de carro e de motor para os mais experientes, falta de conhecimento das pistas para os “novatos”.   Aqui,  o que eles estão pensando antes dos treinos:


TONY KANAAN
Após ter sido campeão na Indy Lights, entrou na Fórmula Indy em 1998, foi campeão em 2004 e vice-campeão em 2005.  Ano passado quase ficou de fora campeonato, mas conseguiu se manter e esteé o 15° ano que está correndo aqui.

“Esse ano tivemos muitas novidades, como o carro novo, o freio de carbono e o motor turbinado.  Quando vi o carro novo pela primeira vez, estranhei, pois ele parecia um “batmóvel”, mas hoje me acostumei e até acho bonito.  Nosso motor Chevrolet é dócil, e foi bom para mim ter o Rubens na equipe, assim eu tenho uma ameaça maior e com isso tenho que acelerar mais.  Além do mais, ele está nos passando um pouco da tecnologia que tem na F1”.

Tony teve duas falhas mecânicas nas duas primeiras corridas, e na terceira chegou em quarto.  Vem para São Paulo com muita “fome” de um bom resultado.

HÉLIO CASTRONEVES
Em seu 12° ano na categoria, “Helinho”,  tri-campeão das 500 Milhas de Indianápolis, disse que fez pouca quilometragem antes da temporada, já que foram seus companheiros de equipe, Will Power e Ryan Briscoe, que testaram o carro na pré-temporada.  Disse que quando andou pela primeira vez, achou melhor do que a expectativa, e que o carro “não é tão ruim assim”.  Mesmo assim, ganhou a primeira corrida da temporada.

Uma novidade para ele, foi o fato de o carro só ter dois pedais, e com isso só agora ele começou a frear com o pé esquerdo, apesar de ter sido kartista na infância e adolescência: “Há 20 anos eu não freava com o pé esquerdo, e este ano os freios passaram a ser de carbono em vez de ferro, e são ainda melhores.”

Este ano a categoria tem um novo diretor de prova, o Beaux Barfield que entrou no lugar de Bryan Barnhard, e segundo Helinho, está fazendo um trabalho melhor, deixando as corridas fluírem mais, e que Barnhard, mudava as regras durante a temporada.

Ele está em segundo no campeonato, e seu companheiro de equipe, Will Power, é o primeiro, já que ganhou as outras duas etapas.  “comparando a telemetria do carro do Power, dá para ver que o cara tem um talento de colocar todas as curvas em uma situação bem diferente, entrando mais rápido e saindo também mais rápido.  Ele é bem agressivo na classificação, mas nas corridas nem tanto”, completou.

É incrível a capacidade do Helinho de sorrir durante uma entrevista.

RUBENS BARRICHELLO

Após 19 temporadas correndo na Fórmula 1, Rubinho é “novato” na Indy.  É sua quarta corrida e a primeira vez que corre no Circuito do Anhembi.  Ele se perdeu no caminho e chegou atrasado para a entrevista coletiva.

“Esta é uma semana muito especial para mim.  Nascido e criado em Interlagos, é a primeira vez que saio para correr e vou para o outro lado da cidade, e vai ser a melhor coisa do mundo descer a Marginal Tietê “rasgando” a 300 Km/h sem radar!”.

Em relação ao seu desempenho até agora, falou:  “Admito que achei que a transição seria mais fácil, mas a adaptação está sendo progressiva, melhorando sempre.  Andei muito pouco antes da temporada, e a grande dificuldade que eu tenho sentido é o peso do volante.  A sensibilidade é outra.  Estamos trabalhando pra fazer um volante maior, mas só deve chegar após Indianápolis.  A equipe também ainda está atrás de sua primeira vitória.  O que mais vou fazer é andar o máximo possível nos dois treinos para me adaptar mais ao carro e conhecer a pista.  Toda vez que saio com o carro ainda tenho que lembrar que é para andar em só 12.000 rpm, e não 18.000.  Eu ainda não conduzo o carro como eu quero, mas o carro me conduz”.

“Está sendo um grande barato correr na Fórmula Indy.  A competitividade é muito grande e nos bastidores é tudo muito diferente.  Aqui o público e a imprensa podem chegar perto do carro, filmar, fotografar, o que na 1 é inimaginável.”

BIA FIGUEIREDO
Uma das três mulheres no grid, Bia, que ano passado correu a temporada inteira, por enquanto tem patrocínio para correr somente a etapa de São Paulo e também as 500 Milhas de Indianápolis.  Acertou com a equipe Andretti, uma equipe melhor estruturada que a Dreyer & Reinbold Racing que correu ano passado.

“Esse carro tem mais grip e mais downforce do que o do ano passado.  Nos testes que fiz já fui mais rápida.  O volante é bastante pesado, e senti bastante (observação esta feita pelos outros brasileiros também).  Para essa corrida, tenho a vantagem de já conhecer o traçado, mas a desvantagem de entrar em um campeonato em que os outros pilotos já estão envolvidos desde o início.”

Rubinho e Tony são amigos desde a infância,  Mesmo quando um estava morando na Europa e outro na América do Norte, se encontravam sempre, além de correrem juntos de Kart no final do ano, nas 500 Milhas da Granja Viana.  Agora, correndo pela mesma equipe, os dois parecem duas crianças.  Trabalham sério mas também brincam muito.  Recentemente Rubinho trancou Tony em um banheiro portátil antes da largada, e Tony saiu de lá usando suas forças física, “a la Hulk”.  No trabalho são sérios e trocam informações sobre o comportamento do carro.

A vinda de Barrichello para a Indy alavancou inclusive a venda dos 40.000 ingressos, que se esgotaram durante a semana.


“Yamaha R1 GP 1000” é a mais nova categoria de Motovelocidade do Brasil
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Suzane Carvalho

 Surpreendendo os amantes de velocidade, o anúncio da Yamaha R1 GP 1000, nova categoria de competição de motos do Brasil, feito ontem, dia 11 de abril, pela RM Racing Events movimentou os bastidores das duas rodas.

Como já estamos no início do segundo trimestre, os pilotos que têm patrocínio já estão comprometidos com outros campeonatos.  Como então conseguir pilotos para correr em uma nova categoria?  A Yamaha realizou um pacote de atrativos que ficará difícil algum piloto resistir.

Para começar, o grid será formado por 14 pilotos convidados que correrão todo o campeonato.  A moto, uma R1, modelo 2013, será cedida aos pilotos em forma de comodato.  A inscrição terá um valor simbólico de R$ 100,00 e todos os que completarem as provas ganharão prêmios.  O vencedor embolsará R$ 3.000,00, o segundo R$ 2.000, o terceiro, 1.500, do 4º ao 10º , R$ 1.000,00, e os outros, 800 reais.  O dono da volta mais rápida ganhará ainda um jogo de pneus Pirelli Super Corsa, mesmo modelo que será utilizado por todos. Ao final da temporada, os pilotos terão opção de comprar as motos com que correram.

Serão seis etapas nos autódromos de Londrina, Brasília, Curitiba, São Paulo, Goiânia e Velopark e o piloto campeão ganhará ainda uma R1 zero quilômetro.  A primeira etapa será no dia 03 de junho e fará parte do Racing Festival, evento que reúne ainda a Copa Fiat e a Fórmula Futuro.

O anúncio da volta da Yamaha à motovelocidade brasileira, foi feito no Spaço Quata, em São Paulo, em festa que reuniu pilotos, empresários, organizadores e imprensa, e apenas 3 dias após a vitória da R1 no campeonato mundial Moto GP através de Jorge Lorenzo, piloto oficial da Yamaha.

O presidente da Yamaha do Brasil, Shigeo Hayakawa, estava presente e disse que a empresa esteve “adormecida”, mas que acordou e voltará a crescer de forma gradativa e consistente, pois o buraco entre a líder de vendas no país (a Honda, com 78,8% do mercado) e eles é muito grande, já que em 2011 a Yamaha teve 11,85% das motos emplacadas no Brasil.

Mário Rocha , Diretor Comercial da empresa, ressaltou os investimentos que tem sido feito no esporte com a Equipe de 9 pilotos que disputam o Arena Cross, a Super Liga e o Campeonato Brasileiro de Motocross.

O regulamento final da Yamaha R1 GP 1000 ainda não está pronto, mas já está definido que os motores serão originais de 182 cavalos e será permitido apenas a troca da ponteira dos escapamentos, que será igual para todos, e da suspensão.

Na lista de pilotos convidados aparecem nomes que fazem parte da história do motociclismo brasileiro como Adílson Cajuru, César Barros e Cristiano Vieira, e nomes de jovens promessas, incluindo o meu. =)

MEU TESTE COM A R1 EM JACAREPAGUÁ


Teste da Kasinski Comet GT 650R em Interlagos
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Suzane Carvalho

 

Suzane Carvalho testa a Comet GT 650R em Interlagos

Testei a Kasinski Comet GT 650R totalmente original, em Interlagos.
O motor ainda estava amaciando, já que tinha apenas 200 Km rodados, e chegou a 196 Km/h no final da reta dos boxes e 186 no final da reta oposta.

Em breve publicarei o comportamento dela na pista, na estrada e nas ruas.


Superbike Series recomeça como o maior campeonato de motovelocidade que já existiu no Brasil
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Suzane Carvalho

Público hoje em Interlagos foi próximo de 30.000 pessoas

Arquibancadas lotadas, todos os boxs tomados de motos, muitas empresas envolvidas, 162 pilotos competindo, seis categorias, show de acrobacias e escola de pilotagem para a formação dos futuros pilotos. É uma nova era para o motociclismo brasileiro, que além de exportar pilotos, agora também importa. É a profissionalização do motociclismo, que assim como está acontecendo no automobilismo, gera mão de obra, entretém o público e dá retorno às empresas envolvidas.

Para atrair e deixar satisfeitas as quase 30.000 pessoas que estiveram presentes hoje em Interlagos, é preciso não somente ser um apaixonado pelo esporte ou um empresário de visão. É preciso a união desses com empresas e imprensa, ser condescendente e trabalhar muito para que o resultado final seja um espetáculo satisfatório para o público, pilotos e empresas envolvidas.

E o empresário/piloto Bruno Corano é que está à frente desse campeonato que já foi apontado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) como o quinto mais importante do mundo. Bruno se envolveu com o motociclismo em 2004, e não satisfeito com a organização dos campeonatos dos quais participava, resolveu idealizar o próprio.
“Me propus a fazer um negócio, e se é para fazer, vamos fazer direito. O resultado é fruto de um desenho estratégico eficiente, pessoas competentes envolvidas e transpiração. A minha contribuição é com a visão e injeção de dinheiro, mas quem faz o evento é um time, junto com as empresas que aceitaram se unir a um trabalho sério. Mostramos para eles que essa é uma arena importante para dar retorno e o resultado é o sucesso. A gente está só no começo. Já somos o terceiro maior evento nacional, atrás de futebol e vôlei, mas a gente tem muito para galgar. Como produto, Motovelocidade é atraente, tem plasticidade e emoção, Temos muito para progredir.“, declarou.

foto: Nivaldo Querino

As empresas que estão apostando no projeto de Bruno, são: Desodorante Gillette, Honda, Kawasaki, Pirelli, Mobil, Diafrag, Laquila, Brembo, Akrapovic, Öhlins, Alpine Star, Shark, Tutto Moto, Dainese e AGV.

Luiz Carlos Cerciari, que estreou na motovelocidade em 1978, e hoje ganhou na categoria Máster da SuperBike Pro, enfatizou que a única vez que tinha visto um público como o de hoje, foi em 1987, quando a Copa Yamaha Marlboro RD 350 chegou a reunir 90 pilotos e tinha premiação e televisionamento da Globo após o Fantástico. “Estou feliz por ter passado por todas as fases de altos e baixos do motociclismo tanto como piloto quanto como equipe, mas nunca vi um evento grande como esse.”

Pilotos com experiência no exterior também estão correndo em nosso campeonato. Sebastiano Zerbo, italiano que tem em seu currículum mais de 600 vitórias e já foi campeão de SuperBike, veio ao Brasil para correr as 500 Milhas e gostou. Corre com uma Bimota, que está ajudando a desenvolver, já que a moto correrá o Mundial de SuperBike a partir do ano que vem. Largou e chegou em 9°. Nicolas Ferreira, que correu por muitos anos na Espanha, largou em 14° e chegou em 10°.

Permitam-me abrir espaço para falar das mulheres que participaram do evento.
Dos 162 pilotos, apenas 4 são mulheres, que competiram em 5 categorias. É pouco, muito pouco, mas com certeza, com o rendimento que tiveram, outras se encorajarão a desafiar preconceitos para vir competir de moto.
É, na cabeça da maioria das pessoas, só homem anda de moto. Todas as vezes que paro em um posto de gasolina com uma moto pequena, me chamam de “brother”, e se eu estiver com uma moto grande, me chamam de “doutor”.

 

 

 

Das quatro, a mais experiente é exatamente a mais nova. Com apenas 17 anos, a paulista Sabrina Paiuta já compete há 10. De 2002 a 2008 correu de Motocross onde ganhou títulos, e desde 2009 compete de Supermoto, onde foi Campeã Paulista em 2010, e vice-campeã em 2009 e 2011. Sua estreia na motovelocidade, hoje, foi com podium: chegou em 3° entre os 30 pilotos que se inscreveram na categoria Light da Copa Ninja 250. Seu objetivo é correr fora do Brasil. Vamos torcer por uma brasileira no Mundial de Motovelocidade.

 

 

Cristiane Trentim, 33, anda de moto há 10 anos, e há dois começou a andar nas pistas. É de São Paulo e ano passado fez seu primeiro campeonato completo, correndo na Superbike Series, com uma Suzuki GSX-R 750 quando terminou o campeonato em 10°. Participou das 500 Milhas de Moto de Interlagos e esse ano vai continuar correndo no Superbike Series Light com a 750 até que possa comprar uma 1.000 cc, e para ganhar “hora de vôo”, se inscreveu também para correr na Copa CB 300R, mas disse ter estranhado bastante a moto mais leve. Na SBK Light, largou em 31° e chegou em 29°.

Bárbara Paz, a “Babi” Paz, 28, é carioca e começou a andar de moto em passeios de final de semana, na garupa do marido. Não demorou em querer ter sua própria moto. Para ganhar mais técnica, em fevereiro do ano passado foi fazer um curso de pilotagem, onde ganhou gosto pela aceleração forte. Montou equipe própria, a Babi & Shad Racing Team, e estreou competindo há três semanas, nas “200 Milhas do Rio de Janeiro”. Hoje fez sua primeira corrida sozinha. Dentre os 33 pilotos, largou em 30° com sua CBR 1000RR e chegou em 25°.

 

Erika Cunha, 27, é paulista, mas mora em Teixeira de Freitas, na Bahia, onde é gerente de uma concessionária Yamaha. Em junho do ano passado, percorreu 900 quilômetros até o Rio de Janeiro com uma R1 na caçamba do carro para fazer o curso de pilotagem do Luís Cerciari, e em outubro já começou a correr com uma Yamaha R6. Além de instrutor, Cerciari se tornou também seu chefe de equipe e noivo. Erika vai competir todo o campeonato na 600 SuperSport e hoje também foi para o podium, já que chegou na 5ª colocação dentre os 15 pilotos da categoria amadora da 600 cc.

Aqui, os primeiros de cada categoria da 1ª Etapa do Mobil Pirelli SBK:

COPA NINJA 250
* resultado sub-júdice

COPA CB 300R
1 – Igor Aquyama
2 – Rubens Pacheco “Rubão”
3 – Hélio Leandro Lopes
4 –Maurício Saguio
5 – Pedro Sampaio

CBR 600F
1 – Alberto Ricieri
2 – Marcos Câmara
3 – Rafael Goyos
4 – Jefferson Henrique
5 – André Luís Paiato

600cc SUPERSPORT
1 – Fábui Brandt
2 – Sergio Laurentys
3 – IvesMoraes
4 – Fabiano Carazzai “Daninha”
5 – Matt Matheus Oliveira

SUPERBIKE LIGHT
1 – Júlio César “Cesinha”
2 – Mike James
3 – Rodrigo Kabeça
4 – Gustavo Cicarelli
5 – Piui Willians

SUPERBIKE
1 – Diego Faustino
2 – Bruno Silva
3 – Bruno Corano
4 – Alecsandre Doca
5 – José Teixeira “Cachorrão”


Fábricas investem mais em campeonatos brasileiros e patrocínios a pilotos
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Suzane Carvalho

Sabrina Paiuta compete na Supermoto com uma Kawasaki KX 450F

Em 2011 foram emplacadas no Brasil 1.940.564 motocicletas, o que representa 42,28% dos veículos para passageiros.  Isso porque não estão computadas aí, as motos com motor até 50 cm³ e as de trilha e de competição, que representam grande fatia para fábricas como Yamaha, KTM, Kawasaki e Honda.  50% do total dos 22 modelos vendidos pela Yamaha no Brasil, é on-off road, e 100% do que a espanhola Gas Gas traz para cá, é de trilha ou de competição off-road.

Em época em que os campeonatos de moto, tanto regionais quanto nacionais, estão ganhando força no asfalto e na terra, essas fábricas estão aumentando o investimento no esporte, já que visualizam aí, um grande retorno com a exposição de seus modelos, apoiando categorias, campeonatos e pilotos, a maior parte deles, no Motocross.

A abertura das transmissões das competições pelos canais de TV por assinatura e pela internet aumentou o televisionamento e consequentemente, a audiência.  Com mais mídia, o público local também aumentou.

Além de investir diretamente nos pilotos, o “budget” das fábricas inclui o apoio com assessoria de imprensa, hospitality centers e ações de marketing para otimizar o aparecimento de seus pilotos para que público e câmeras visualizem suas marcas e produtos enquanto envolvidos emocionalmente com os eventos.

As fábricas e equipes contam também com co-patrocinadores que vão desde pneus, passando por peças, combustível, lubrificantes, equipamentos dos pilotos, até energéticos.  O apoio em dinheiro é importante, já que as despesas com deslocamentos e salários são grandes.

Além de apostar em pilotos brasileiros, a Yamaha está apostando também em pilotos estrangeiros que trouxe para correr nos campeonatos brasileiros.  No total, são 9 pilotos que competirão no Arena Cross, na Super Liga e no Campeonato Brasileiro.  Todos na terra, e nenhum no asfalto.  O investimento é um pouco acima de 1 milhão de reais, com 18 motocicletas, peças e equipamentos, e ações de marketing envolvendo os campeonatos e os pilotos.

A KTM apoia Felipe Zanol tanto em competições de Motocross quanto em Rally, como no Rally Dakar deste ano, em que terminou na 10ª colocação geral entre as motos, e no Rally dos Sertões.

Na motovelocidade, quem mais está apoiando pilotos é a Kawasaki. Serão seis correndo os campeonatos com a ZX-10R, mas ao todo, conta com uma equipe de 22 pilotos para difundir sua marca e fazer os expectadores desejarem suas motos.

A Honda aumentou seus “patrocinados” e tem agora 34 pilotos. Trouxe o francês Pascal Leuret para sua equipe de Motocross e apoia outros três na motovelocidade.  Além dos pilotos que correm com suas motos, a Honda organiza também duas categorias monomarca, a CB300R e a CBR 600F, que correrão junto com o campeonato brasileiro Superbike Series.

E até a Gas Gas aumentou seu time com dois novos patrocinados que se juntarão a Rômulo Bottrel, o Oncinha, que compete na classe Elite das competições de enduro da FIM: Mário Vignate, que fará enduro de regularidade e Pélmio Simões que andará na categoria E3 do enduro FIM.  Ambos pilotarão a Gas Gas EC 250 Six Days 4T.

Aqui, os pilotos que começaram a temporada 2012 com apoio oficial de fábricas:

YAMAHA
Carlos Campano (ESP) – YZ 450F – MX1
Marcos Trossero (ARG) – YZ 450F – MX1
Jorge Bujanda (MEX) – YZ 450F – MX1
João Paulino “Marronzinho” – YZ 450F – MX1
Roosevelt Assunção – YZ 450F – MX1
Gabriel Gentil – YZ 250F – MX2
João Pedro – YZ 250F – MX2
Cesar Popinhac – YZ 250F – MX2
Rafael Faria – YZ 250F – MX2

Equipe da Yamaha para as categorias MX1 e MX2

KTM
Felipe Zanol – KTM 450 Rally Replica – Rally e Enduro

Felipe Zanol completou o Rally Dakar 2012 em 10° na geral

KAWASAKI
MOTOCROSS
Marcello “Ratinho” Lima – KX450F – MX1
Antônio Jorge Balbi Júnior – KX 450F – MX1
Eduardo “Dudu” Lima – KX250F – MX2
Gustavo Henrique Henn – KX 250F – MX2
Kaio Miranda – KX250F –  MX2
Mariana Nápoles Balbi – KX 450F – MX3
Djalma “Djalmnha” Brito – KX 100
Guilherme da Costa – KX 65
Lucas da Costa – KX 65
Monique Camargo- KX 65
Marcio Henrique Chagas da Silva – KX 65
Diogo Moreira – KX 65

ENDURO
Ramón Sacilotti – KX 450F – MX1
Moara Sacilotti – KLX 450R – MX1
Cauê Aguiar – KX 250F – MX2

SUPERMOTO
Sabrina Paiuta – KX 450F

MOTOVELOCIDADE
Bruno Corano – ZX-10R
Ivan Gouvêa – ZX-10R
Pierre Chofard – ZX-10R
Alan Douglas – ZX-10R
Danilo Lewis – ZX-10R
Murilo Colatreli – ZX-10R

Equipe Kawasaki estreou na Superliga Brasil de Motocross

HONDA
RALLY
Dário Júlio

MOTOVELOCIDADE
José Luiz Teixeira “Cachorrão” – CBR 1000RR
Maico Teixeira – CBR 1000RR
Matheus Piva – CBR 1000RR

MOTOCROSS
Leandro Silva – MX1
Wellington Garcia – MX1
Pascal Leuret (Fra) – MX1
Adam Chatfield – MX1
Ito Masanori – MX1
João Pedro Tresse – MX1
Humberto Martin – MX1
Rodrigo Selhorst – MX1
Murilo Tomazelli – CRF-230
Marcos Moraes – CRF-230
Mauriti Humberto Júnior – CRF-230F
Gabriel Montagna – CRF-230F
Ismael Rojas – CRF-230F
Victor Feltz – MX2
Everett Holcomb – MX2
Endrews Armstrong – MX2
Hugo Amaral – MX2
Diego Henning – MX2
Leonardo Lizott – MX2
Pedro Bueno – MX2
Thales Vilardi – Motocross MX2
Hector Assunção – Motocross MX2
Cristiano Lopes – MX3
Stefani Serrão – Júnior
Leandro Araújo – Júnior
Gustavo Pessoa- Júnior
Fábio dos Santos – Júnior

ENDURO
Sandro Hoffmann – Enduro de Regularidade
Sabrina Katana – Enduro de Regularidade
Nielsen Bueno – Enduro FIM e Cross-Country

Superliga Brasil de Motocross 2012 - 1ª etapa - Indaiatuba (SP)

GAS GAS
Rômulo Bottrel ”Oncinha” – Enduro FIM
Pélmio Simões – EC 250 Six Days 4T – E3 – enduro FIM
Mário Vignate – EC 250 Six Days 4T – Enduro de Regularidade

Mário Vignate no Enduro dos Pampas


Pole e vitória de argentinos nas 500 Milhas de Moto 2012
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Suzane Carvalho

O ARGENTINO LEANDRO TATI MERCADO NA CURVA DO LAGO

Além de ter feito a pole position, a equipe formada pelos pilotos argentinos Leandro “Tati” Mercado e Leonardo Pucho Bagni que correm no Mundial de Superbike e estavam acompanhados do brasileiro Pablo Martins, o “Baratinha”, fez ainda, com sua Kawasaki Ninja ZX-10R, a melhor volta e cruzou a bandeirada em primeiro após as 7 horas, 10 minutos e 42 segundos da 15ª  edição da 500 Milhas Brasil realizada no dia 15 de janeiro em Interlagos.  Mas ao contrário do que possa parecer, a prova não foi assim tão fácil para eles.

A chuva que começou a cair poucos minutos antes da largada, obrigou todas as equipes, que já estavam alinhadas no grid, a voltarem para os boxes para a troca de pneus e trouxe um novo panorama para a corrida.

foto: Suzane Carvalho

LARGADA NO ESTILO "LE MANS"

Correndo com uma Honda CBR 600RR, o piloto de 15 anos Eric Granado, que estreará este ano na Moto 2,  mais parecia o “Ligeirinho”.  Largou na quarta posição, pulou para frente e deu um show de pilotagem.  Ele fazia na chuva o que a grande maioria fazia no seco, e foi preciso fazer movimentos mais rápidos para que eu conseguisse fotografá-lo.  Dividiu a moto da equipe Mobil Rush Racing Team com Nico Ferreira, Sergio Laurentys e Eduardo Costa Neto.  Disputaram sempre a ponta da classificação até que uma queda de Nico fez a equipe perder 10 minutos para recolocar a moto na pista.  Eric andou 74 das 183 voltas completadas pela equipe, e em sua última tocada, recuperou posições ultrapassando o  experiente Doca, que corria com uma BMW S1000RR,  a duas voltas do final, fazendo a equipe terminar a corrida em segundo na classificação geral, e em primeiro na categoria SuperSport.

ERIC GRANADO DEU SHOW NA CHUVA

CACHORRÃO E DOCA BRIGAVAM PELO TRI, MAS FICARAM EM SEGUNDO
Largando da segunda posição, José Luiz Teixeira “Cachorrão” e Alecsandre “Doca” Brieda corriam atrás da terceira vitória consecutiva nas 500 Milhas Brasil, juntamente com Daniel Gardel Mendonça, mas na 126ª volta, quando lideravam a prova com três voltas de vantagem, Cachorrão caiu na saída da segunda perna do “S do Senna”.  Conseguiram ainda chegar em terceiro na geral e segundo na categoria Superbike.

CACHORRÃO CORRIA ATRÁS DO TRI, MAS CHEGOU EM 3°

Outra equipe com boa participação foi a Kasinski, que pelo segundo ano consecutivo chegou na 2a colocação da categoria Força Livre.  Os pilotos Leandro Mello e Eduardo Tostes correram com uma Kasinski Comet GT 650 R e saíram da 28ª posição para cruzar a bandeirada em 6º lugar na geral, completando 170 voltas.  Perderam apenas para uma Yamaha YZF R1 pilotada por Alexandre Ramalho, J N Rodrigues, Elton e Naildo Emidio que havia largado na 11ª posição.

KASINSKI COMET GT 650 R CHEGOU EM 2° NA FORÇA LIVRE

A equipe italiana Perfect Race foi outra protagonista.  O italiano Sebastiano Zerbo e o americano Josh Galster dividiram o guidon da Bimota DB7 com o brasileiro Diego Pretel.  Rápidos nos treinos, largaram na terceira posição.  Durante a corrida, por duas vezes a moto parou e teve que ser rebocada para os boxes.  Continuaram na corrida, e na última volta acabou a gasolina.  Sebastiano empurrou a moto reta acima até cruzar a linha de chegada, conquistando ainda o 4º lugar na categoria Superbike com 158 voltas.  Seu concorrente mais próximo, a Suzuki GSXR 1000 de número 777 da Equipe Yokomoto estava 18 voltas atrás.

SEBASTIANO ZERBO COM A BIMOTA BD7

 

CASAL FICA EM TERCEIRO NA SUPERSPORT

Veterano das pistas, Luiz Carlos Cerciari que ganhou as 500 Milhas em 1987, correu com sua namorada, Erika Cunha, que está nas pistas há apenas seis meses.  Pilotando uma Yamaha R6, chegaram em 3° na categoria SuperSport.

Com pilotos do Ceará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, a equipe nordestina MobilRush teve Wagner Duarte, Dudu Rico, Esdras Reis e Denis Ramalho pilotando uma Suzuki GSXR1000 inscritos na Força Livre.  Saíram na 13ª posição e chegaram em 16º, sendo 8º  na categoria.

O evento teve duas corridas preliminares: na primeira, 41 alunos da Escola de Pilotagem MotoCo alinharam suas motos originais de todos os estilos em uma corrida de 7 voltas.  Na segunda, 36 pilotos da categoria 250cc correram na pista ainda com sol.

Depois de assistir às 3 corridas, o público presente pode ainda se deliciar com o show da Equipe Força e Ação em piso molhado.

Organizado pelo Centauro Motor Clube com supervisão da Federação Paulista de Motociclismo, o evento de Endurance em Interlagos foi integrado às comemorações do aniversário de 458 anos da cidade de São Paulo.  Aliás, o evento se tornou lei em 2009, e entrou para o calendário oficial dos festejos de São Paulo, desde o ano passado.

A festa para quem gosta do esporte teve alguns percalços por conta das novas regras impostas pela  administração do Autódromo de Interlagos, como estacionamento caro e distante, falta de informação e de educação dos seguranças que não deixavam pilotos, equipes nem imprensa passar, e falta de papel e sabonete nos banheiros.