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Superbike Series recomeça como o maior campeonato de motovelocidade que já existiu no Brasil
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Suzane Carvalho

Público hoje em Interlagos foi próximo de 30.000 pessoas

Arquibancadas lotadas, todos os boxs tomados de motos, muitas empresas envolvidas, 162 pilotos competindo, seis categorias, show de acrobacias e escola de pilotagem para a formação dos futuros pilotos. É uma nova era para o motociclismo brasileiro, que além de exportar pilotos, agora também importa. É a profissionalização do motociclismo, que assim como está acontecendo no automobilismo, gera mão de obra, entretém o público e dá retorno às empresas envolvidas.

Para atrair e deixar satisfeitas as quase 30.000 pessoas que estiveram presentes hoje em Interlagos, é preciso não somente ser um apaixonado pelo esporte ou um empresário de visão. É preciso a união desses com empresas e imprensa, ser condescendente e trabalhar muito para que o resultado final seja um espetáculo satisfatório para o público, pilotos e empresas envolvidas.

E o empresário/piloto Bruno Corano é que está à frente desse campeonato que já foi apontado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) como o quinto mais importante do mundo. Bruno se envolveu com o motociclismo em 2004, e não satisfeito com a organização dos campeonatos dos quais participava, resolveu idealizar o próprio.
“Me propus a fazer um negócio, e se é para fazer, vamos fazer direito. O resultado é fruto de um desenho estratégico eficiente, pessoas competentes envolvidas e transpiração. A minha contribuição é com a visão e injeção de dinheiro, mas quem faz o evento é um time, junto com as empresas que aceitaram se unir a um trabalho sério. Mostramos para eles que essa é uma arena importante para dar retorno e o resultado é o sucesso. A gente está só no começo. Já somos o terceiro maior evento nacional, atrás de futebol e vôlei, mas a gente tem muito para galgar. Como produto, Motovelocidade é atraente, tem plasticidade e emoção, Temos muito para progredir.“, declarou.

foto: Nivaldo Querino

As empresas que estão apostando no projeto de Bruno, são: Desodorante Gillette, Honda, Kawasaki, Pirelli, Mobil, Diafrag, Laquila, Brembo, Akrapovic, Öhlins, Alpine Star, Shark, Tutto Moto, Dainese e AGV.

Luiz Carlos Cerciari, que estreou na motovelocidade em 1978, e hoje ganhou na categoria Máster da SuperBike Pro, enfatizou que a única vez que tinha visto um público como o de hoje, foi em 1987, quando a Copa Yamaha Marlboro RD 350 chegou a reunir 90 pilotos e tinha premiação e televisionamento da Globo após o Fantástico. “Estou feliz por ter passado por todas as fases de altos e baixos do motociclismo tanto como piloto quanto como equipe, mas nunca vi um evento grande como esse.”

Pilotos com experiência no exterior também estão correndo em nosso campeonato. Sebastiano Zerbo, italiano que tem em seu currículum mais de 600 vitórias e já foi campeão de SuperBike, veio ao Brasil para correr as 500 Milhas e gostou. Corre com uma Bimota, que está ajudando a desenvolver, já que a moto correrá o Mundial de SuperBike a partir do ano que vem. Largou e chegou em 9°. Nicolas Ferreira, que correu por muitos anos na Espanha, largou em 14° e chegou em 10°.

Permitam-me abrir espaço para falar das mulheres que participaram do evento.
Dos 162 pilotos, apenas 4 são mulheres, que competiram em 5 categorias. É pouco, muito pouco, mas com certeza, com o rendimento que tiveram, outras se encorajarão a desafiar preconceitos para vir competir de moto.
É, na cabeça da maioria das pessoas, só homem anda de moto. Todas as vezes que paro em um posto de gasolina com uma moto pequena, me chamam de “brother”, e se eu estiver com uma moto grande, me chamam de “doutor”.

 

 

 

Das quatro, a mais experiente é exatamente a mais nova. Com apenas 17 anos, a paulista Sabrina Paiuta já compete há 10. De 2002 a 2008 correu de Motocross onde ganhou títulos, e desde 2009 compete de Supermoto, onde foi Campeã Paulista em 2010, e vice-campeã em 2009 e 2011. Sua estreia na motovelocidade, hoje, foi com podium: chegou em 3° entre os 30 pilotos que se inscreveram na categoria Light da Copa Ninja 250. Seu objetivo é correr fora do Brasil. Vamos torcer por uma brasileira no Mundial de Motovelocidade.

 

 

Cristiane Trentim, 33, anda de moto há 10 anos, e há dois começou a andar nas pistas. É de São Paulo e ano passado fez seu primeiro campeonato completo, correndo na Superbike Series, com uma Suzuki GSX-R 750 quando terminou o campeonato em 10°. Participou das 500 Milhas de Moto de Interlagos e esse ano vai continuar correndo no Superbike Series Light com a 750 até que possa comprar uma 1.000 cc, e para ganhar “hora de vôo”, se inscreveu também para correr na Copa CB 300R, mas disse ter estranhado bastante a moto mais leve. Na SBK Light, largou em 31° e chegou em 29°.

Bárbara Paz, a “Babi” Paz, 28, é carioca e começou a andar de moto em passeios de final de semana, na garupa do marido. Não demorou em querer ter sua própria moto. Para ganhar mais técnica, em fevereiro do ano passado foi fazer um curso de pilotagem, onde ganhou gosto pela aceleração forte. Montou equipe própria, a Babi & Shad Racing Team, e estreou competindo há três semanas, nas “200 Milhas do Rio de Janeiro”. Hoje fez sua primeira corrida sozinha. Dentre os 33 pilotos, largou em 30° com sua CBR 1000RR e chegou em 25°.

 

Erika Cunha, 27, é paulista, mas mora em Teixeira de Freitas, na Bahia, onde é gerente de uma concessionária Yamaha. Em junho do ano passado, percorreu 900 quilômetros até o Rio de Janeiro com uma R1 na caçamba do carro para fazer o curso de pilotagem do Luís Cerciari, e em outubro já começou a correr com uma Yamaha R6. Além de instrutor, Cerciari se tornou também seu chefe de equipe e noivo. Erika vai competir todo o campeonato na 600 SuperSport e hoje também foi para o podium, já que chegou na 5ª colocação dentre os 15 pilotos da categoria amadora da 600 cc.

Aqui, os primeiros de cada categoria da 1ª Etapa do Mobil Pirelli SBK:

COPA NINJA 250
* resultado sub-júdice

COPA CB 300R
1 – Igor Aquyama
2 – Rubens Pacheco “Rubão”
3 – Hélio Leandro Lopes
4 –Maurício Saguio
5 – Pedro Sampaio

CBR 600F
1 – Alberto Ricieri
2 – Marcos Câmara
3 – Rafael Goyos
4 – Jefferson Henrique
5 – André Luís Paiato

600cc SUPERSPORT
1 – Fábui Brandt
2 – Sergio Laurentys
3 – IvesMoraes
4 – Fabiano Carazzai “Daninha”
5 – Matt Matheus Oliveira

SUPERBIKE LIGHT
1 – Júlio César “Cesinha”
2 – Mike James
3 – Rodrigo Kabeça
4 – Gustavo Cicarelli
5 – Piui Willians

SUPERBIKE
1 – Diego Faustino
2 – Bruno Silva
3 – Bruno Corano
4 – Alecsandre Doca
5 – José Teixeira “Cachorrão”


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