Estudantes brasileiros disputarão Baja SAE nos Estados Unidos
Suzane Carvalho
As equipes FEI Baja 2, do Centro Universitário da FEI, de São Bernardo do Campo (SP); Mangue Baja 1, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e UDESC Velociraptor, da Universidade do Estado de Santa Catarina, representarão o Brasil na competição Baja SAE Rochester, realizada pela SAE International de 9 a 12 de junho, em Rochester, Nova York (EUA). Estão inscritos na competição 100 carros off-road de diversos países.
O passaporte das equipes brasileiras para a competição norte-americana foi a classificação na 22ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, ocorrida este ano em São José dos Campos (SP), com carros que os estudantes projetaram e construíram dentro das próprias universidades.
De acordo com os capitães das três equipes os carros tiveram poucas modificações, no chassi e na parede de fogo, relacionadas a adequações ao regulamento da competição internacional.
FEI Baja 2 – Primeira colocada na competição nacional, a equipe FEI Baja 2 embarca nesta sexta-feira, 27 de maio, com 9 alunos e o professor-orientador. “O trabalho desenvolvido desde o início da temporada envolveu dedicação e foco por parte de todos da equipe, exigiu determinação, estamos confiantes”, disse Leonardo Augusto Massashi Ito, capitão da equipe FEI Baja 2, aluno do 7º ciclo.
Projetado para a competição nacional por 25 graduandos de engenharia mecânica, elétrica, de automação e controle e de produção, o carro agrega mudanças na geometria da carenagem, fabricada pela primeira vez pelo processo de termoformagem para melhor desempenho aerodinâmico, na caixa de transmissão, no material aplicado na suspensão dianteira e traseira, toda em alumínio, e no redimensionamento dos elementos de fixação para a redução da massa do protótipo. Também foi desenvolvida uma nova CVT (Continuously Variable Transmission), com redução da inércia das massas girantes comparadas ao sistema utilizado na temporada anterior.
Mangue Baja 1 UFPE – Com embarque marcado para sábado, 28 de maio, a equipe Mangue Baja 1, segunda colocada pela segunda vez consecutiva na prova nacional, vai para Rochester com 21 componentes. O carro alia tendências mundiais de sustentabilidade baseadas em estudos e análises para redução de consumo de combustível e de emissões de poluentes, além de baterias de lítio-polímero sustentadas por energia solar, menos agressivas ao meio ambiente que as de chumbo.
Vitor de Siqueira Lopes, capitão da Mangue Baja 1, destaca a confiabilidade como diferencial do projeto “A confiabilidade do projeto desde o desenvolvimento, por meio de um software de simulação e validações de análises de testes de bancada e de campo, é um ponto forte do nosso carro”, aponta.
UDESC Velociraptor – Veterana na competição brasileira, mas novata na competição internacional a UDESC Velociraptor viaja em 1º de junho com otimismo na mala. “Estamos confiantes e temos certeza de será uma grande oportunidade de aprendizado”, diz Rodrigo Tamanini, capitão da equipe. O carro que classificou a equipe na competição brasileira tem mudanças na suspensão traseira e redução de massa obtida pela utilização de novos materiais como policarbonato e aços de maior resistência, além de processos de fabricação de peças com corte a água e eletroerosão, ampliando as possibilidades de produzir e melhorar componentes.
Carros – Os veículos Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e motor padrão de 10 HP, que devem ser capazes de transportar pilotos com até 1,90 m de altura, pesando até 113,4 kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são projetados e construídos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto.
HISTÓRIA
O projeto Baja SAE foi criado na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, sob a direção do Dr. John F. Stevens. Lá, a primeira competição ocorreu em 1976. O ano de 1991 marcou o início das atividades da SAE BRASIL, que em 1994 lançava o projeto Baja SAE BRASIL. No ano seguinte, era realizada a primeira competição nacional, na pista Guido Caloi, bairro do Ibirapuera, cidade de São Paulo. Em 1996, a competição foi transferida para o Autódromo de Interlagos, onde ficaria até o ano de 2002. A partir de 2003 a competição passou a ser realizada em Piracicaba, interior de São Paulo, no ECPA – Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo. Em 2016, a competição foi realizada em São José dos Campos. Desde 1997 a SAE BRASIL também apoia a realização de eventos regionais do Baja SAE BRASIL, por meio de suas Seções Regionais. Desde então, dezenas de eventos foram realizados em vários Estados do País como Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.