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Teste da Suzuki SRAD GSX-R 1000 2012
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Suzane Carvalho

FOTOS: SYLVIO DOS SANTOS JUNIOR

A superesportiva da Suzuki foi a quarta com motor de 1.000 cc que testei em série, depois da Honda CBR 1000RR, da Yamaha YZF R1 e da Kawasaki ZX-10R.
Peguei a moto em São Paulo, mas não consegui data para andar com ela em Interlagos.  Como estava tendo corrida do Campeonato Estadual de Automobilismo do Rio de Janeiro, o pessoal da Federação me autorizou a testá-la no Autódromo de Jacarepaguá no intervalo das duas baterias.

Montei na moto de manhã cedo e peguei a Rodovia Presidente Dutra.  Cheguei a Jacarepaguá no exato momento em que a pista foi liberada para meu teste.  Andei, fiz alguns ajustes de suspensão, andei novamente, e depois do teste cheguei a pensar em voltar no mesmo dia para São Paulo, pois eu não estava nem um pouco cansada.

Eu me divirto muito pilotando a GSX-R1000.  A posição de pilotagem é um pouco mais confortável que as outras superesportivas.  O guidão fica mais à frente deixando os braços menos dobrados, a pedaleira não é tão alta, e com isso os joelhos não ficam tão dobrados, o tanque grande faz com que eu relaxe totalmente meu tronco em cima dele.  O banco, que está a 81 cm do chão, é um pouco mais largo, ajudando a deixá-la mais confortável para andar grandes distâncias.


Parece um pequeno detalhe, mas outro item de conforto é a posição do descanso lateral, que é fácil de ser encontrado quando se para a moto.  Gosto do design dela, de suas linhas angulosas, do painel, da posição dos comandos, das luzes.

Todas essas “vantagens” que a SRAD leva sobre as outras motos da mesma categoria pode fazer com que na pista ela perca alguns décimos de segundo em relação às outras, mas nada que prejudique quem pilota nas pistas por hobby.  E se for para competir, a primeira coisa que se tira em uma moto é o descanso lateral além de se alterar a altura dos pedais e guidão, adaptando-os ao piloto.

Ela pesa 205 kg em ordem de marcha, mede 2,045 metros, tem 1,13 m de altura e 72 cm de largura.  A distância mínima do solo é de 13 cm e o entre eixos tem 1,405 m.

O motor de 999 cm³  trabalha em 4 tempos, tem 4 cilindros em linha com duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC), com SRAD (Suzuki Ram Air Direct).  São 16 válvulas, é arrefecido a líquido, com potência de 185 hp a 12.000 rpm e o torque é de 11,9 kgf.m a 10.000 rpm.  A compressão é de 12,81 e a relação diâmetro x curso dos pistões é de 74,5 x 57,3 mm.

As válvulas são de titânio, os pistões forjados e as bielas recebem tratamento “shot-peened” para deixá-las mais resistentes.  Os cilindros são revestidos com um tratamento especial da Suzuki chamado de SCEM (Suzuki Composite Electrochemical Material) para reduzir o atrito e aumentar a transferência de calor.

O sistema de exaustão  tem uma câmara de ar localizada sob o motor.  É ali que é feito o tratamento para minimizar a emissão de poluentes e ruídos, além de ajudar a baixar o centro de gravidade.  Os escapamentos são feitos em titânio e aço inoxidável e foram inspirados no MotoGP.

A embreagem tem o sistema SCAS (Suzuki Clutch Assisted System) que ameniza o retorno de torque reverso para que as reduções de marcha e o acionamento do manete de embreagem sejam mais suaves.  Ele ajuda a evitar o travamento da roda traseira em reduções bruscas de marchas.

São 3 tipos de mapeamento de motor, que podemos mudar mesmo com a moto em movimento. Dependendo da posição, A, B ou C, ela muda a forma como os bicos injetores de 12 orifícios e a ignição despejam a potência, que pode ser mais amena, ou não. Tem o nome de Suzuki Drive Mode Selector (S-DMS).  Em qualquer um dos três mapas ela chega à mesma velocidade de roda e de motor.  A diferença está na maneira e no tempo para chegar lá.  O interruptor fica ao alcance do dedo, e não no painel, e é possível mudar o modo para os dois lados: mais ou menos potência, sem ter que dar a volta.

A suspensão dianteira é telescópica invertida com curso de 125 mm, ajuste de pré-carga da mola e compressão e retorno dos amortecedores, que são da Showa.  Tem o sistema Big Piston Fork em que as válvulas de compressão e retorno correm diretamente dentro do tubo interno, sem a necessidade de cartucho interno, o que permite que as válvulas tenham um diâmetro maior, deixando o movimento mais preciso.  O ângulo de cáster é de 23° 50’ e o trail é de 98 mm.  Na suspensão traseira, balança articulada tipo link com monoamortecedor hidráulico e curso de 130 mm.  Também tem todos os ajustes de mola e amortecedor.  O raio de giro é de 3,4 metros.

O freio dianteiro é duplo disco ventilado flutuante com 310 mm de diâmetro e pinças de 4 pistões opostos com montagem radial.  O traseiro é disco simples de 220 mm e pinça deslizante de 1 pistão.
As rodas de 17” tem 3 pontos de fixação e os pneus são de medida 120/70 na frente e 190/50 atrás.

O painel é completo e bonito.  Com conta-giros analógico e todo o resto digital.  Tem regulagem da intensidade da luz, dois hodômetros parciais além do total e o da reserva de combustível, relógio, indicador de marchas, temperatura ambiente e do motor, cronômetro, contador de voltas.  Tem também shift light totalmente regulável.  São três leds na cor laranja que acendem em intervalos de giro reguláveis até o quarto led, branco e também regulável, inclusive na intensidade do brilho em cinco níveis.  Também pode ser desligado.  Todas as informações do painel rodam para os dois lados.  Se você quiser voltar a página, fica muito mais fácil, e não é preciso tirar a mão da manete.  Está tudo ali, ao alcance do dedo.

No autódromo de Jacarepaguá, foi a moto que eu consegui frear mais dentro das curvas e a que consegui acelerar mais cedo e mais forte.  Mas há que se levar em consideração que andei logo depois de uma corrida de carros, em um dia ensolarado em que o grip estava muito bom, condição esta diferente dos outros testes.

As velocidades máximas que alcancei em cada marcha foram as seguintes: 1ª – 162 km/h;  2ª – 212 km/h;  3ª – 242 km/h.  Na pista de testes, em uma reta de 2,5 quilômetros, alcancei a velocidade de 288 Km/h.

Foram quase 2.000 quilômetros com ela.  O consumo ficou assim: 16 km/l na cidade, 14,5 na estrada e 11,3 na pista.  Com tanque de 17,5 litros, sendo 4 da reserva, a autonomia é pequena, ficou em média 245 km.

KM

KM RODADOS

LITRAGEM

$

GASOLINA

CONSUMO

324

—–

—–

—–

—–

—–

506

182

16,08

45,01

Ipir Adit

11,31

630

124

10,00

19,99

Ipir Adit

12,14

863

233

14,50

42,01

Ipir Adit

16,06

1071

208

14,15

39,61

Supra

14,69

1285

214

14,88

41,67

V-Power

14,38

1476

191

12,79

39,00

Maxx

14,93

1706

230

15,53

46,57

Forza Adit

14,81

1881

175

11,78

33,00

Supra

14,85

2123

242

16,23

43,80

Sogal

14,91

 

Tem em duas cores: essa azul e branca que testei e a preta com marrom.  Custa R$ 56.500,00.

Acho-a uma moto inteligente, confortável, bonita e com excelente desempenho.  Pena que o consumidor brasileiro ande com receio do pós-atendimento da Suzuki, pois sem sombra de dúvida, são excelentes máquinas.

Veja abaixo a GSX-R1000 por todos os ângulos:


O que achei do novo Chevrolet Sonic Hatch
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Suzane Carvalho

fotos: Suzane Carvalho

Experimentei por 53 quilômetros a versão LTZ Hatch, de cinco portas do mais novo lançamento da Chevrolet no Brasil.  Tem também o sedã, de quatro portas.

Gostei do design.  É moderno.  A maçaneta da porta traseira fica em um lugar diferenciado, na parte traseira do vidro.  Gostei do desenho das rodas também.

O espaço é bem aproveitado.  São dois porta-luvas, porta-copos, porta revistas nas portas, lugar para colocar celular, moedas.  A saída do ar-condicionado tem um design diferente também e é bastante eficiente.


O painel do motorista é bem moderno, com bastantes informações.  A velocidade é mostrada no display digital e o giro do motor, no analógico.  Tem computador de bordo e são 13 as luzes de alerta.  Mas só tem um odômetro parcial.  No volante, que tem excelente pegada, controles do som e do telefone.

Tem bom espaço para pernas e cabeça.  Mas alguém mais alto que eu (1.70 m) pode ficar com a perna esquerda dobrada.  Os bancos são confortáveis e o banco do motorista tem regulagem ampla de altura.  O volante também regula altura e profundidade e tem espelho no para-sol.  Ele dá impressão de robustez.

Para quem vai atrás, o espaço é bom também.  Andamos em 4 pessoas, mas se tivesse alguém mais, talvez ficasse apertado.  Tem cinto de segurança de três pontos para os passageiros das extremidades e de dois pontos para o do meio.  Só não tem porta-trecos nas portas nem bolsa atrás do banco do motorista.  Só do carona.

Tem controle elétrico das janelas traseiras, mas quando abri na estrada, a turbulência e o barulho dentro do carro ficaram muito grande.

Os retrovisores externos são excelentes.  O interno, nem tanto.  A amplitude da visão traseira fica prejudicada por causa do pequeno vidro traseiro e da imensa coluna.  O sensor de estacionamento ajuda nas manobras.

De primeira orelhada, achei o som dos autofalantes normal, mas foi só regular que melhorou bastante.  Tem entrada USB e bluetooth para falar no celular através dos autofalantes do carro.  Além da busca automática, o rádio tem também o dial para busca manual.

O motor é o Ecotec 1.6 DOHC de 16 válvulas, Flex.  Tem 120 cavalos a 6.000 rpm e torque de 16,3 kgf.m a 4.000 se usarmos etanol.  Com gasolina, são 116 cavalos e 15,8 kgf.m.  Ele corta a 6.500 rpm.  O que é interessante nele é que além do duplo comando de válvulas continuamente variável, o coletor de admissão também é variável.  Ele se torna mais curto quando em alta rotação, quando é exigido maior potência.  E mais longo em baixa, quando se necessita de mais torque.  Ou seja, a entrada de ar é controlada eletronicamente dependendo da rotação do motor.

O cabeçote e o cárter são de alumínio e as bielas, forjadas.  O cabeçote e o bloco têm mais galerias internas para aumentar a refrigeração.  Mantendo  a temperatura mais baixa é possível avançar mais a ignição.

Pode ter câmbio manual de 5 velocidades ou automático, com seis.  Eu testei o manual e as marchas são bem macias e precisas.  A transmissão é toda em alumínio e tem sincronizadores triplos.  Já a automática, tem conversor de torque e freio motor que entra em ação em descidas.


Na estrada, com 4 pessoas dentro do carro, se saiu bem.  Não senti falta de motor em nenhuma situação.

Ele pesa 1.186 Kg, tem 4,039 m de comprimento, 2,004 de largura, 1,517 de altura e entre eixos de 2,525.

Em um teste rápido, sozinha no carro, fez de 0 a 100 Km/h em 11.6 segundos.  Estava abastecido com gasolina.

A suspensão traseira é semi-independente.  Nas curvas da Via Lagos no Rio de Janeiro, o carro se manteve bastante estável, sem rolar.  Os pneus absorvem bem o barulho do atrito com o asfalto.  Eles são da marca Hancook, modelo Optimum, de medida 205 x 55 x 16.  O freio traseiro é a tambor, mas ele tem ABS com EBD.

No porta-malas cabem até 265 litros, mas pode ser aumentado se você abaixar o encosto do banco de trás, que é bipartido.  O tanque de combustível comporta 46.

O Sonic é um carro global da Chevrolet e definido como um “compacto premium”. Ele veio importado da Coréia do Sul, mas dependendo de seu sucesso, poderá passar a vir do México ou até mesmo ser fabricado aqui.  O acabamento de um modo geral é bom.

São seis cores: preto, branco, cinza, prata, vermelho e esse azul que andei.  Mas o azul é só para o hatch.

A Chevrolet visa vender 1.000 unidades por mês do Sonic e considera o Honda FIT e o Ford New Fiesta os maiores concorrentes.

Hoje andei 90 Km na versão sedã LTZ automática.  Era da cor prata e já tinha 2078 Km rodados. Éramos quatro adultos mais bagagens e o carro também estava abastecido com gasolina.

Na frente, o interior é igual.  Mas o carro tem piloto automático e bancos em couro.
A traseira dele me lembra o Corsa Classic, mas o porta-malas comporta 477 litros.

Em 6ª marcha a 100 km/h o motor fica a 2.350 rpm.  Fiz retomada de 60 a 100 Km ainda em 6ª marcha e deu 9.3 segundos (com o carro carregado).  Claro que ele reduz quando você acelera tudo, e é aí que ele perde, pois demora um pouco para reduzir.
A média de consumo de combustível segundo o computador de bordo ficou em 9,4 Km com um litro de gasolina.
Achei-o mais barulhento que o com câmbio manual.

Os concorrentes diretos são o Honda City e o  Ford New Fiesta.

Os preços:

LT Hatch manual

46.200,00

LT Sedã manual

49.100,00

LTZ Hatch manual

48.700,00

LTZ Sedã manual

51.500,00

LTZ Hatch automático

53.600,00

LTZ Sedã automático

56.100,00

 

 

 

 


Teste do novo Audi A4 2013
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Suzane Carvalho

Ele estava com 3.880 km e andei só 70 km serra abaixo, de São Paulo a Cubatão, pela Rodovia Anhanguera.    Não foi suficiente para testar todas as configurações e opções que ele oferece, desde o câmbio, passando pelo teto solar, sistema multimídia, navegação, etcs…

Lançado em 1972 com o nome de Audi 80, o A4 já vendeu mais de 10 milhões de unidades no mundo.  Desde 2007 está em sua 8ª geração e é o modelo da Audi mais vendido no mundo e no Brasil.  No primeiro quadrimestre, ainda com o IPI antigo embutido em seu preço,  vendeu aproximadamente 93 unidades/mês.  O modelo 2013 chegou com o preço de R$ 149.700,00 a versão de entrada, que já é bastante equipada.

O Novo Audi A4 2013 tem novidades e melhorias tanto no que diz respeito à dirigibilidade quanto ao design e também ao sistema de entretenimento.

Esteticamente falando, o capô teve seus vincos acentuados, a grade frontal ganhou novo formato e moldura cromada, e as entradas de ar inferiores ficaram maiores.  O formato dos faróis também mudou, e, dentro deles, o posicionamento e formato das lâmpadas e refletores foram trocados para ganhar luminosidade.  As lâmpadas de xenon são de série, assim como as luzes diurnas de LEDs, que são obrigatórias na Europa.  A regulagem de altura do facho é automática, e em curvas abaixo de 19 Km/h.  As lanternas traseiras também são em led e o para-choque foi redesenhado.  O escapamento tem ponteira dupla.

O motor da versão Ambiente é o 2.0 TFSI (Turbo Fuel System Injection) de 4 cilindros com Turbocompressor integrado, combinado com injeção direta de combustível.

Audi Valvelift System

O que é interessante nesse motor é que tanto a potência quanto o torque estão em uma larga faixa de giro.  A potência de 180 cavalos aparece nos 4.000 rpm e vai até 6.000.  O bom torque de 35,68 kgf.m aparece logo aos 1.500 giros e vai até os 4.200.  O motor muda de marcha sozinho aos 6.250, não chegando a cortar.  O carro acelera de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos e chega a 226 km/h de velocidade final.  Se você andar em velocidade constante, a 100 Km/h, ele fica a apenas 1.500 rpm e faz entre 17-18 km/l.

Ele consegue ter a mesma performance esportiva que alguns motores V6, utilizando 10 a 15% menos combustível.  Para aumentar sua eficiência, a evaporação da gasolina na câmara de combustão esfria o ar que entra, dando maior compressão ao mesmo tempo em que diminui a emissão de CO2.  Ele te ainda um sistema na árvore de comando que varia a abertura das válvulas em dois níveis diferentes, chamado de Audi Valvelift System.  Esse sistema de comando de válvulas reduz o consumo, e devido a um gerenciamento da variação térmica, o motor alcança mais rapidamente a temperatura ideal.

O motor da versão Ambition, que chegará em breve, é o mesmo, mas com potência de 211 cavalos entre 4.300 e 6.000 rpm e o mesmo torque na mesma faixa de giro.

O câmbio é o Multitronic continuamente variável, em que duas polias mudam a relação continuamente, e tem 3 modos: Drive, Sport e “Manual” que permite simulação de oito marchas.  Mas se você não trocar no giro ideal, ele troca por volta de 6.000 rpm.  O diferencial tem deslizamento limitado.

A tração da versão Ambiente que testei é dianteira.  A maioria dos componentes da suspensão é de alumínio e em relação ao modelo anterior, teve os amortecedores e os 4 braços traseiros recalibrados.  A suspensão dianteira é multilink com cinco braços.  A traseira é trapezoidal suspensa em quatro pontos.

Já o A4 Ambition utiliza câmbio S-Tronic, automático sequencial de dupla embreagem e sete marchas. A tração quattro é de série e a distribuição da força do motor para os dois eixos é variável, entre 40 e 60% dependendo da situação.

Suspensão dianteira com cinco braços e traseira com quatro

 

DINÂMICA
A Novo Audi A4 2013 tem um sistema de vetorização de torque que analisa a velocidade e o esterço das rodas.  Se o motorista acelerar mais do que deve para fazer determinada curva, o carro compensa sozinho, freando a roda externa e corrigindo a angulação dela se a curva se estiver errada.  Isso não deu para eu testar, pois mesmo dirigindo-o na serra, estava muito trânsito.    Aqui, em detalhes:
ESP – Eletronic Stability Programme, ou, Programa Eletrônico de Estabilidade é composto pelas quatro tecnologias que identifica a direção desejada, e se o carro estiver em velocidade incompatível com o ângulo das rodas, ele freia individualmente cada roda para manter o carro estável.
ABS – O Anti-lock Braking System, ou, anti-bloqueador do sistema de freios, age nos momentos antes de uma roda travar durante uma frenagem de emergência.  Ele reduz a distância de frenagem facilitando o desvio em situação de emergência.  É o que ensino nos cursos de Direção Defensiva para quem não tem carro com todas essas tecnologias.
EBD – Electronic Brake-force Distribution, ou, Distribuição Eletrônica dos Freios, trabalha em conjunto com o ABS distribuindo adequadamente a força dos freios entre as rodas dianteiras e traseiras.
ASR – Anti-slip Regulation , ou Controle de Tração, reduz a força de alguma das rodas individualmente se ela apresentar risco de destracionar, ou o carro rodar.  Quando a tração é restabelecida, a força da aceleração volta ao que você está comandando.
EDL – Electronic Differential Lock ou Blocante Eletrônico do Diferencial permite uma mudança suave do torque quando muda o tipo de piso ou se esse for misto.

O freio de mão funciona até 100 km/h,  mas o freio total de estacionamento, que trava as rodas traseiras só funciona abaixo de 7 km/h.

RECUPERAÇÃO
O carro tem também um sistema de recuperação de energia, que ao aumentar a tensão do gerador, a energia cinética é convertida em energia elétrica útil quando o veículo estiver freando ou desacelerando. Essa energia é utilizada para auxiliar o gerador durante a aceleração subsequente e ajuda a economizar até 3% de combustível.

Por tudo isso, esse modelo recebeu cinco estrelas no teste Euro NCAP.

O carro pesa 1.465 kgs, tem 4,70 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,42m de altura, entre-eixos de 2,81 m e vem com aro 17” e pneus de medida 225/50.  Apesar do entre-eixos e da largura do carro estarem 1 cm maiores, o volume do porta-malas, de 480 litros, e do tanque de combustível, de 65 litros, continuaram os mesmos.  Quem ganhou espaço foram os passageiros de trás.

DENTRO DO CARRO
O diâmetro do volante é bom e a pegada é super boa.  O ajuste de profundidade é bem grande.
O ajuste de altura do banco é de 15 cm!  Tem também ajustes de inclinação e de lombar eletrônicos.  Tem um espaço para a perna esquerda bastante grande.
O visual do painel é bem bonito.  A tela não é “touch”, mas é bem fácil e rápido para colocar as coordenadas ou endereço para o GPS. As luzes internas são todas muito boas.

Além das automáticas, o rádio tem também dial e procura manual de estações.  Legal.  Tomada 12 v, piloto automático, teto solar, shift-paddles, sensor de luz e chuva, teto solar, airbag lateral dianteiro e de cabeça, freio de estacionamento eletromecânico, sensor de estacionamento traseiro, rádio Symphony, Audi Music Interface e Bluetooth. Painel com 264 milhões de cores com alta definição exibe DVD com 256 mil cores.

O Sistema MMI (Multi Media Interface) que permite todos os comandos por voz, já vem com 12 opções de idiomas, mas se você quiser alguma outra que não esteja ali, é só pedir para a Audi.

O setup multimídia faz uma adaptação vocal individual, que grava sua frequência, timbre e sotaque de 40 maneiras diferentes.  Para o motorista, várias telas de informações, e as medidas podem ser mostradas em milhas ou quilômetros, em 100 Km/h ou l/100 Km, °C ou F.
Ah!  O carro também te sugere tomar um café (literalmente) se suas reações começarem a ficar mais lentas do que o normal.

Tem tantas opções de configurações que dá para ficar entretido por um bom tempo com isso.
São “só” 17 opções de cores externas, mais 4 combinações de cores internas e duas opções de rodas.
Ele chegou custando R$ 149.700 sem o sistema de navegação, que custa mais 10.350,00.

 

 


1º contato com a “Sertão”, versão off-road da BMW G 650 GS
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Suzane Carvalho

foto: Teo Mascarenhas

O lançamento mundial da BMW G 650 GS Sertão foi no Brasil em outubro do ano passado, e ela começa a chegar às concessionárias do Brasil nesta semana.

Andei com ela por 153 quilômetros de trilhas e estradas, a maioria de terra, saindo de Campos do Jordão, subindo até Paraisópolis já em Minas Gerais, de lá a Consolação, Cambuí e então descendo para Monte Verde via Camanducaia, fazendo o circuito turístico Vale do Baú.  Trechos off-road combinados com asfalto.  Achei-a bastante confortável.  Em trechos sinuosos de asfalto, a estabilidade dela foi muito boa, mesmo utilizando os pneus off-road.  Já em retas de alta, ela vibra um pouco.  A velocidade final é de 170 Km/h e faz de 0 a 100 em 5,7 segundos.

Vamos começar pelo mais importante para quem faz viagens longas em trechos off-road: ela pesa 193 kg e pode carregar até 380.  O banco está a 86 cm do chão, mas existe opção de deixá-lo mais alto, com 90 cm.  Vem com ABS que pode ser desconectado, o que achei ótimo, pois para descer uma montanha íngreme na terra em cima de pedras soltas é preciso utilizar mais freio na traseira do que na dianteira.
Para conforto, a manopla tem aquecimento e vem com tomada 12 volts para carregar bateria de celular, gps ou lanterna.

O motor monocilíndrico de 652 cc tem 4 válvulas com duplo comando no cabeçote, potência de 48 hp a 6.500 rpm e torque de 6,1 kgf.m a 5.000 rpm. Ele corta a 7.500.  A compressão é de 11,5:1 e relação diâmetro x curso do pistão é de 100 x 83 mm.  A biela tem 120 mm.  A alimentação é carburação BMS-C II com entrada de ar de 36 mm e saída de 31 e o diâmetro da válvula reguladora é de 43 mm.  No escape tem conversor catalítico (catalisador) de três vias com sonda Lambda.  A refrigeração é a água.

Visualização do conta-giros é difícil

São cinco marchas e a relação final é por corrente.
Eis as relações:
Razão primária: 1,946
Razão de transmissão de marcha
1ª: 2,750
2ª: 1,750
3ª: 1,313
4ª: 1,045
5ª: 0,875
Razão de transmissão: 2.937

 


A suspensão dianteira é garfo telescópico de 41 mm de diâmetro com estabilizador e curso de 210 mm e a traseira, garfo oscilante de alumínio de caixa dupla de seções de aço (dois braços), amortecedor a gás atuado por sistema de balancim central, e mola com também 210 mm de curso com ajuste de pre-carga.  O chassi é de aço, para resistir aos solavancos dos percursos off-road.

Ela mede 218,5 cm por 92 de largura e tem medida entre-eixos de 148,4 cm.
As rodas são de liga leve com raios de arame, aro 21” na dianteira e 17” na traseira.
A BMW indica três opções de pneus da Michelin, Bridgestone e Metzeler de medidas 90/90 R21 na dianteira e 130/80 R17 na traseira.

O freio dianteiro é disco único oscilante com 30 cm de diâmetro e pinça de duplo pistão.  Na traseira, disco de 24 cm e pistão único.  Tem ABS que pode ser desconectado.

Não andei à noite com ela, mas a lâmpada do farol é halógena de 55 W.
O tanque tem capacidade para 14 litros de combustível, e segundo informações da fábrica, faz até 26,3 km/l.
Alguns acessórios estão disponíveis, como as maletas laterais, bolsa para colocar em cima do tanque, top case e para-brisa fumê.

Comparando com a versão mais comportada da G 650GS, a Sertão tem curso de suspensão mais longo (a irmã mais velha tem 170 mm na dianteira e 165 na traseira), rodas de liga leve com raios de arame em vez das de alumínio fundido, aro 21 na dianteira em vez do 19 e mais estreito em 0,5”, e por isso ela fica 2 cm mais longa.  O banco também é mais alto em 6 cm, podendo subir ainda outros 4.  O entre-eixos é 7 mm maior. O para-brisas também é mais alto e o para-lama dianteiro maior. Tem também protetor de cárter em alumínio.

A pintura é esta característica branca com azul, e o preço é de 32.800,00 que pode ser financiado em até 60 vezes.

A família “GS” foi desenvolvida desde o início voltada para o enduro e é feita para viajantes aventureiros.  Com seus cinco modelos, ela representa 70% das vendas da BMW Motorrad no Brasil, que oferece ainda outros seis modelos para o brasileiro, sempre com motores acima de 650 cc.

Com a entrada de novos modelos as vendas no país estão crescendo de forma que em breve estaremos entre os seis maiores mercados da empresa no mundo. Estamos atrás da Alemanha, Itália, Estados Unidos, França, Espanha e Inglaterra, que ano passado vendeu 7.000 motos enquanto o Brasil emplacou 5.553 motocicletas da BMW.  É bom lembrar que a fatia de motocicletas acima de 500 cc por aqui é de apenas 2,5% do total.

O crescimento das vendas das motocicletas da BMW no Brasil foi de 109% em 2010 e de 71% em 2011.
A meta para 2012 é crescer ao menos 10% atingindo um total de 6.000 motocicletas vendidas.
A moto mais barata vendida aqui é exatamente a G 650 GS por R$ 29.800,00.


Yamaha R1: tem que ter peito para acelerar!
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Suzane Carvalho

Fotos: Sylvio dos Santos Junior

ABS? Controle de tração?  Piloto que é piloto dispensa essas coisas.   Quer mesmo é  “meter a mão” e sentir a moto empurrar e empinar.

A R1 até tem três modos de mapeamento da injeção de combustível no motor:  forte, fortíssimo e mais forte ainda.  O curto curso do pistão, de 53,6 mm contra 77 mm de diâmetro, já anuncia que o giro do motor sobe rapidamente.
Andar abaixo de 3.000 giros, nem pensar.  Ela nem funciona direito.

A Yamaha YZF R1 foi  a moto Campeã  do Mundial de SuperBike de 2009 com o piloto Ben Spies.  A 2012 que testei  tem 182 cavalos a um giro um pouco alto, 12.500.  Mas é por lá que é bom andar com ela, e o torque de 11.78 kgf.m  está mais embaixo, a 10.000.  Ela corta a 13.500 e a taxa de compressão é de 12,7:1.


São quatro cilindros em linha que totalizam 998 cc, com quatro válvulas por cilindro e duplo comando no cabeçote.  O virabrequim é do tipo “Crossplane” que permite diferentes seqüências de ignição, nos 270º-180º-90º-180º.  A refrigeração é a água

Em 1ª marcha ela chega a 161 Km/h, em 2ª a 198 e em 3ª a 231.  Mas o que conta nessa moto não é a máxima em cada marcha, mas sim, a velocidade com que ela chega em cada uma, pois o giro do motor cresce muito rápido.

No final da reta do Autódromo de Jacarepaguá chegou a “apenas” 193 Km/h, mas em segunda marcha!  Na pista de testes chegou a 290 Km/h. Pena que a reta acabou.

É importante frisar que mesmo fazendo os testes das motos nas mesmas pistas, de forma nenhuma isso pode ser considerado um comparativo, já que ando em condições climáticas e de pista totalmente diferentes (sol, chuva, vento, pista emborrachada, pista suja, pneus diferentes, etc…).

A R1 sempre funciona por volta de 101 graus centígrados tanto na cidade quanto na estrada, e aos 104 a ventoinha arma.  No trânsito chegou a 116.

Ela tem um design bastante agressivo, e os dois escapamentos saindo para o alto reforçam essa imagem.  O rosnado que eles produzem é imponente, porém, como passam perto das pernas, aquecem um pouco se você não andar bem equipado.  Mas de macacão, e rápido na pista, não senti nada.  Há quem não goste do ronco dela e isso se resolve simplesmente trocando a ponteira do escapamento.  Eu gosto.

Sem combustível nem óleo, ela pesa 184 Kg.   De ponta a ponta mede 2 m 07 cm, tem 1 m 13 cm de altura e 71,5 cm de largura.  A distância entre eixos é de 1m 41cm, a altura mínima do solo de 13,5 cm.  A altura do banco é relativamente alta, pois ele fica a 83,5 cm do chão.

 O quadro é do tipo Die-cast Deltabox em alumínio.
A suspensão dianteira é garfo telescópico com forquilha invertida, com barras de 43mm de diâmetro e 120 mm de curso, com sistemas de amortecimento separados.  Na esquerda estão as válvulas de compressão, e à direita estão as válvulas de retorno.  Só na compressão são 34 regulagens.  O ângulo de cáster é de 24 º.  A suspensão traseira é braço oscilante com monoamortecedor, ambos ajustáveis.

Vem com pneus Dunlop Sport Max de medida 120/70/17 na dianteira e 190/55/17 na traseira.
Os freios são da Nissin com dois discos de 310 mm na dianteira e um de 220 mm na traseira.

Como peguei noite na estrada, pude testar os faróis, que são bons.  Tem duas luzes auxiliares laterais que se fossem em led ficariam mais charmosas.   A luz do painel é ótima e os retrovisores também.  São detalhes, mas são detalhes importantes, já que mesmo que você saia só para dar uma volta com a moto na estrada, pode pegar noite, como aconteceu comigo logo de cara.

 O painel é bem completo: tem a média do consumo instantânea ou geral, que pode ser em Km/l ou l/100km; temperatura do ar que entra e do ar que sai, ou seja, temperatura ambiente e a do motor que pode ser em Celsius ou Fahrenheit, relógio, dois odômetros parciais, 10 luzes espia e shift light.  Mas… marcador de combustível pra quê?

Como o consumo na estrada, segundo o computador de bordo, foi em média 10,5 Km/l, com os 18 litros de capacidade do tanque dá para rodar 180 quilômetros tranquilamente.  Mas como abastecer em posto de estrada é “loteria”…  Mais uma vez tive que empurrar a moto, e dessa vez, debaixo de chuva.   O pior é que eles estão sumindo de todas as motos.   Andando devagar, ela fez 12,74 Km/l.

Debaixo do banquinho do carona tem 4 tiras que ajudam a fixar qualquer coisa que você queira amarrar em cima dele (que não seja a namorada, claro).

Não esqueça de sempre conferir a calibragem quando sair com uma moto, pois basta que a moto fique um dia parada para que a pressão baixe.

Tem três cores: preta, azul e vermelha e é a mais cara das super esportivas sem ABS  à venda por aqui:  R$  57.000.

É um “pancadão”!  Foram 1.868 quilômetros em pista, cidade e estrada, inclusive à noite e com chuva.   Km final: 5210.  Após deixá-la de volta na concessionária, meu sentimento foi de saudades.


Honda apresenta sua Super Esportiva de 250 cm³
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Suzane Carvalho

Mais uma esportiva de pequena cilindrada chega ao mercado para concorrer com a Kawasaki Ninja 250R (15.550,00), com a Kasinski Comet GT 250R (14.990,00) e com a Dafra Roadwin 250R (12.490,00): é a Honda CBR 250R, que custará R$ 15.490,00.
Ela tem porte de moto grande, com tanque alto, e engana facilmente quem não entende muito do assunto.

Com visual futurista e atrativo, ela foi inspirada na CBR 1000RR mas seu desing mistura traços da VFR 1200F.  A pintura da carenagem também lembra a da “HRC” da Fireblade.  O desenho do escape, do farol, e a carenagem em dupla camada e praticamente sem parafusos aparentes, foram herdados da VFR 1200F.  Essa carenagem dupla cria um fluxo de ar interno que proporciona melhor aerodinâmica e estabilidade em altas velocidades.  A CBR 250R faz parte de um projeto chamado de “New Concept ¼ litro” e é um modelo global da Honda.

O desenho do painel acompanha o do farol e é bem completo e moderno.  As alças para o garupa se segurar são em alumínio e retas, e os retrovisores são ótimos!  Além de lentes boas e de bom tamanho (nem grande, nem pequeno), ficam bem à frente e não é preciso mexer a cabeça para olhá-los, mesmo andando “carenada”.  Ela é muito bonitinha!

O motor é monocilíndrico com 249,6 cm³, DOHC (duplo comando de válvulas no cabeçote), 4 válvulas, com balancins roletados, pistão com contra-peso e refrigerado a água.  Os balancins roletados ajudam a diminuir a vibração, pois suaviza a abertura e fechamento das válvulas, que abrem de duas em duas.  O contra-peso na parte inferior do pistão também visa diminuir a vibração.  Este é o primeiro motor DOHC no mundo a utilizar balancins roletados.

A potência é de 26,4 cv a 8.500 rpm, o torque é de 2,34 kgf.m a 7.000 rpm e a taxa de compressão 10,7:1.   A relação diâmetro x curso do pistão é 76x 55 mm e a moto pesa 150 kg.

Ele tem uma boa pegada e uma das razões é a entrada de ar que é direta, então o motor enche rapidamente.  A saída também tem apenas três curvas com ângulo aberto, o que ajuda a aumentar a velocidade de circulação dos gases.

A injeção é eletrônica PGMFI e diminui o tempo entre a ignição e a injeção.

7 sensores são controlados pela centralina ECM (Engine Control Management): temperatura do ar, posição da borboleta do acelerador, admissão, temperatura do óleo, temperatura do ar, rotação em que o motor está e mais o sensor de inclinação que corta a alimentação caso a moto tombe.

Para diminuir a poluição, no escapamento existe uma válvula que transforma o monóxido de carbono em CO2, que por sua vez passará pelo catalisador e atende às exigências do Euro 3 .

O motor corta a 10.500 rpm e ela tem seis marchas.  As velocidades máximas que alcancei em cada uma delas foram as seguintes:
1ª – 52 Km/h
2ª  – 82 Km/h
3ª – 112 Km/h
4ª – 132 Km/h
5ª – 157 Km/h
6ª – 169 Km/h

O tanque de combustível tem capacidade para 13 litros sendo 3,5 da reserva e a bomba fica dentro dele.

Apesar de a Honda ter classificado a 250R como “super esportiva de entrada” (Super Sport Entry), ela não tem uma posição de pilotagem “racing”, mas mais ereta.  A grande maioria dos compradores desta esportiva a usarão nas ruas e estradas, por isso a Honda optou por uma calibragem de suspensão mais mole e posição mais confortável.  A traseira é pro-link com 104 mm de curso, e a mola tem 5 regulagens de pré-carga.  Na dianteira, garfo telescópico, com 130 mm de curso.  São dois semi-guidões e as pedaleiras são recuadas para forçar o estilo esportivo.

Além da pista de testes, andei com ela também na cidade, e tem uma pilotagem bastante fácil. Ela mede 2,03 metros, tem 1,127 m de altura,  70,9 cm de largura e o entre-eixos é de 1,37 m.  O banco fica a 78,4 cm do chão e a distância mínima do solo é de 14,5 cm.

Os pneus são bem largos e vêm montados em rodas de liga leve aro 17” com a medida 110/70 na dianteira e 140/70 na traseira.
O chassi é do tipo Diamond frame de estrutura tubular com treliças .

O freio dianteiro é disco único de 296 mm de diâmetro com pinça de pistão duplo e o traseiro, disco simples de 220 mm de diâmetro com pinça de pistão simples.  Tem opção de Combined ABS, que além de evitar o travamento das rodas, distribui a frenagem entre elas.

As cores disponíveis são essas duas que estão nas fotos: toda preta, e azul com carenagem branca com detalhes em vermelho, parecida com a CBR 1000 RR HRC.

A versão com C-ABS ganha 4 quilos e custa R$ 2.500 a mais.  Mas só tem na cor azul com carenagem branca.

Esse é um modelo global da Honda. O mesmo que é comercializado no Japão, nos Estados Unidos e várias partes do mundo.  A que será vendida aqui está sendo importada da Tailândia e passou por ajustes na suspensão, que ficou mais dura para se adaptar ao nosso solo, e, obviamente no mapeamento do motor para se adaptar bem ao nosso combustível.

A Kawasaki vende aproximadamente 350 unidades da “Ninjinha” 250 R por mês, e a Kasinski vende por volta de 600 Comet 250R.  A Honda quer vender mais de 800 CBR 250R.

Até o final do ano, a Moto Honda lançará ainda seis novos modelos de motocicletas e atualizará outros seis.

CLIQUE AQUI para ver uma galeria de fotos com todos os ângulos da CBR 250R.


Teste da super poderosa da “Família Ténéré”, a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré 2012
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Suzane Carvalho

fotos: Suzane Carvalho e Stephan Solon

Para fechar o teste com a “Família Ténéré”, peguei a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré já em um final de tarde. O prazer e a segurança em pilotá-la até em casa, foi tão grande, que não esperei a manhã chegar para pegar a estrada, pois a Lua cheia nos convidava para um passeio.  E foram 3.042 quilômetros com ela.  Não na mesma noite, claro.  Ela já estava com 4.466 Km rodados e a deixei com 7.508.

Ela simplesmente deslizava pela Via Dutra.  Fácil de fazer curva, confortável e segura.  Os faróis, de duas lâmpadas halógenas de 55 W parecem dois olhos mascarados.  Quando você acende o farol alto, o facho de luz do baixo não apaga para acender outro, mas acende-se um adicional.  Na frente tem ainda duas “lampadinhas“ laterais auxiliares de 5 W (a mesma intensidade da iluminação da placa traseira).  Se elas fossem em led ficariam mais charmosas, já que a lanterna traseira e a luz do freio o são.  Pena que ainda não existe farol direcional em motos.  Quer dizer, na maioria das motos é, já que estão fixados ao garfo da suspensão ou ao guidão, e acompanham o movimento.  Mas seria interessante se tivesse um que virasse conforme a inclinação da moto, e compensando a angulação.

PAINEL
O painel é completo: conta-giros analógico e as outras informações em digital.  A iluminação dele é laranja e os super indicadores dos piscas jamais te deixarão esquecê-los ligados.  Tem ainda outras oito luzes de advertência.

O computador de bordo mostra a temperatura exata que o motor está trabalhando, com alertas de HIGH ou LOW para te avisar se estiver fora da faixa ideal.  Abaixo de 39° c ou acima de 121° c. E ela trabalha sempre em temperatura de uma super esportiva: entre 80 e 100 °c.  Tem opção também de mostrar a temperatura ambiente.

Você pode ver o consumo de combustível instantâneo, ou a média dele por trecho.  O único problema é que ele me disse que em determinado trecho a moto fez 17 Km/l enquanto minha calculadora marcou 15,63.  Quando o computador marcou 15,8, minha calculadora apontou 14,03.  E o consumo ficou assim: entre 14 e 18 Km/l.  Se você quiser, em vez de te mostrar em Km/l, ele pode te mostrar em l/100 Km.  Além do odômetro total e dois parciais, te mostra também o “Fuel Trip”, ou seja, quanto você já rodou depois que começou a se utilizar da reserva.  Indicação essa que me deixa sempre desesperada, principalmente, na estrada, e à noite, pois dependendo da qualidade de gasolina que você coloca, a variação da autonomia pode ser bem grande.  O tanque tem capacidade para 23 litros.  Desses, 3,9 são da reserva, ou seja, aproximadamente 60 Km para encontrar um posto de gasolina.

Na carenagem dianteira tem espaço para acomodar um GPS.  Na verdade, a Super Ténéré é completa.  Além do freio com ABS, tem controle de tração em dois níveis, e opção de desligar.  Dois modos de mapeamento do motor, tomada auxiliar DC 12 V, cavalete central, protetores para as mãos, ajustes de suspensão, sistema imobilizador, relógio.
Ela vem pronta para receber três baús.  Como eu não os tinha, minhas “malinhas” ficaram muito bem acomodadas devido ao mesmo nível do banco do carona com o  bagageiro.

Ergometricamente, é perfeita para mim.  A altura do banco é regulável e pode ficar a apenas 84,5 cm do chão na posição mais baixa ou subi-lo para 87 cm.  Minhas pernas não ficaram muito dobradas, a posição do guidão está confortável, mas a distância das manetes e dos comandos não é para quem tem mão pequena.  A embreagem é um pouco dura quando se fica muito tempo andando no trânsito pesado.  O para-brisa te livra totalmente o vento do peito e da cabeça, mas em alta velocidade ele é desviado para os braços.


MOTOR
Os 1.199 cc estão distribuídos em dois cilindros posicionados paralelamente.  É 4 tempos, refrigerado a água, 4 válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e dupla ignição.  A potência é de 110 cv a 7.250 rpm e o torque de 11.6 kgf.m a 6.000 giros.  O motor corta a 7.750 rpm.  A taxa de compressão é de 11:1 e o diâmetro do pistão é maior do que o curso:  98 x 79.5 mm.
A lubrificação é feita por cárter seco.

O despejo da potência do motor é controlado eletronicamente e é possível escolher entre dois modos de mapeamento de motor, chamado de D-Mode: T de “Touring” e S de “Sport”.   O acelerador é eletrônico: Yamaha Chip Controlled Throttle, YCC-T, que em conjunto com o virabrequim de 270° tem por objetivo deixar a aceleração mais linear e a tração mais forte.
Atenção: a Yamaha recomenda amaciar o motor durante 1.600 Km.

São 6 marchas e a transmissão final é por eixo cardan.   As velocidades máximas que a moto apresentou no velocímetro foram:
1ª – 86 Km/h / 2ª – 116 Km/h / 3ª – 151 Km/h / 4ª – 188 Km/h – 5ª – 219 Km/h – 6ª – 217 Km/h

SUSPENSÃO
A Super Ténéré mede 2 metros 25 cm e a distância entre eixos é de 1 metro e 54 cm.  Equilíbrio garantido.  Pesa 261 kgs e a distância mínima do solo é de 20,5 cm, suficiente para trilhas leves e lombadas.  Para suportar melhor os impactos, o quadro é backbone em aço.
O curso das duas rodas é o mesmo: 190 mm.

A suspensão dianteira é composta por dois garfos telescópicos com mola helicoidal e amortecedor hidráulico.  Tem ajuste de compressão e retorno dos amortecedores, mais ajuste da pré-carga das molas.  E bem fácil mexer nos ajustes.  A mola e o retorno do amortecedor se ajustam na parte de cima do garfo, enquanto que a  compressão do amortecedor se ajusta na parte de baixo do garfo, perto do freio.


A suspensão traseira é em alumínio, do tipo balança com link, com mola helicoidal e amortecedor a gás/óleo. Tem regulagem da mola e do retorno do amortecedor.  São 20 cliques para você achar o acerto ideal para seu bumbum não ficar pulando, de acordo com o piso e peso.

Com a mola endurecida, dá a impressão de que moto fica bem compacta e ela fica rápida de fazer curvas em asfalto.  Muito gostosa mesmo.  O ajuste é bem fácil.  Então, não hesite: quando mudar de tipo de terreno ou colocar carga, incluindo alguém, mude a suspensão.  Se for entrar em estradas de piso irregular, pare e amoleça a mola, o que levará apenas alguns segundos, e você se divertirá mais com ela, pois absorverá melhor os solavancos.

Ela tem também controle de tração TCS  com dois níveis que pode ser desligado ou mudado enquanto estamos andando.  O controle de tração ajuda para andar, principalmente na lama.

A roda é DID japonesa, raiada, e sem câmara.  Vem com pneus Metzeler Tourance Exp C 110 x 80 x 19 na dianteira e 150 x 70 x 17 na traseira.  Estranhei que os pneus estavam perdendo pressão muito rápido.  Talvez algum problema na válvula.  Quando peguei, ela estava com calibragem 23/29 e estava bastante pesada para o asfalto e trânsito.  Fui subindo até a pressão 42 nas duas rodas.  Ficou show!


FREIOS
Os freios vêm com ABS linear, um sistema em que a pressão hidráulica varia de acordo com a variação do piso.

A Yamaha chama de ABS Unified Brake System a equalização dos freios entre as duas rodas, que a Honda chama de C-ABS (Combined ABS).  Mas caso você queira controlar a moto em baixa velocidade, segurando só no freio traseiro, isso é possível, pois o sistema só entra em ação a partir de certa velocidade. Se mostraram bastante eficazes em todos os testes que fiz, mas achei que o ABS traseiro entra em ação cedo demais. Os discos dianteiros têm 310 mm de diâmetro, e o traseiro, 282 mm.

Ela tem duas coisas que eu acho que todas as motos deveriam ter: tranca o guidão para os dois lados e  pisca-alerta.  Só achei curioso que ela não tenha tranca porta-capacete.

A cor, por enquanto só o azul, que é tradicional e perfeita.  Talvez uma cor de terra com detalhes em amarelo também fique legal, já que lembra o deserto.   Custa R$ 61.000,00 e está em uma das 550 concessionárias para você ir vê-la de perto e, quem sabe, comprá-la.

MOTÃO !  =)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


24 Horas com o novíssimo J5, o sedã médio da JAC Motors
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Suzane Carvalho

foto: Claudio Larangeira

Quando completa 1 ano no mercado brasileiro, a JAC Motors lança seu 4° modelo: o sedã médio J5.
Nesses 12 meses, foram 30.000 carros vendidos, o que representou 0,83% de todos os carros emplacados no país.  É bastante, principalmente se considerarmos que significou 13% dos carros importados.

Da mesma forma que o J3 e o J6, o J5 teve seu design desenvolvido em Milão, na Itália.  No Brasil, foi testado durante 2 anos, rodando mais de um milhão de quilômetros em todo tipo de piso.  Juntamente com os brasileiros, os engenheiros chineses trabalharam para as mais de 160 alterações e aperfeiçoamentos que o carro sofreu.
Ele é completo.  Com freio a disco nas quatro rodas, ABS com EBD 8.3 de última geração da Bosch, air bag, direção hidráulica, trio elétrico, ar-condicionado.

Peguei o carro no aeroporto de Salvador e ele estava com 55 km rodados.  Andei por 137 quilômetros, fechando o teste com 192.
Quando abri a porta traseira para colocar minha mochila, achei-a super leve.  Mas o carro, nem tanto.  Apesar de ter um motor também leve, o chassi pesa, e o carro tem 1.315 kg.  Estando este peso na parte baixa do carro, não compromete sua estabilidade.
O porta-malas abre através da alavanca junto ao banco do motorista, ou com a chave.  Não tem maçaneta.  Tem sensor de estacionamento na traseira, break light, luz de neblina que fica no centro do para-choque traseiro, lanternas em led.  No porta-malas cabem 460 litros.  É um bom volume, mas lamentei que o encosto do banco traseiro não abaixe para aumentá-lo, caso você queira carregar coisas compridas.

O interior do J5 é bem espaçoso

Ao volante, acertei os retrovisores, distância e altura do banco, altura do volante (pouca altura, e não tem ajuste de profundidade), altura do cinto de segurança, e reparei nos detalhes: tem espelhinho no para-sol do motorista também, porta óculos acima do retrovisor central, o velocímetro vai até 220 Km/h, as luzes internas são todas muito boas e tem luz para o banco de trás também.  O espaço para quem vai atrás é ótimo, mesmo com os bancos dianteiros colocados no final do trilho.  Os passageiros das laterais  terão cinto de três pontos e alças no teto para se segurarem.  Para o do centro, cinto de dois pontos.  O motorista tem controle elétrico das quatro janelas, que abrem 100%.

Reparando no painel, vi que não tem computador de bordo e tem um odômetro parcial só.  A agulhinha para zerar o odômetro é fininha e comprida, dá impressão de que vai quebrar se uma “mão pesada” mexer nela.
Saí do aeroporto direto para a estrada.  O volante tem um diâmetro grande, é forrado em couro e tem boa pegada.  A direção hidráulica está bem firme em baixa velocidade e passa a impressão de que você tem um bom controle do carro.  Já em alta velocidade, ela fica mais leve.   Parece um efeito contrário ao da progressiva.  Os retrovisores são excelentes, com ângulo de visão bem aberto, o ar-condicionado é forte e tem saída central para o banco de trás.  O som é de muito boa qualidade, com seis auto-falantes.

O espaço para o motorista é ótimo e dá para esticar a perna esquerda.  O apoio central do braço está no tamanho ideal.  Não atrapalha o uso do freio de mão no caso de uma emergência, é funcional tanto para o motorista quanto para o passageiro, e o espaço interno é dividido em dois compartimentos. O apoio do braço nas portas também é largo.

Tem regulagem de altura dos faróis e da luz do painel.  Os faróis desligam sozinhos quando você desliga o carro, mas se você quiser deixá-los ligados, é só virar a chave na ignição.  A caixa de fusíveis está bem à mão, na parte de baixo do painel, no lado esquerdo do motorista.  O alarme do cinto de segurança só soa a partir de 20 Km/h, então dá para manobrar sem cinto e sem ser perturbado.  Se você passar dessa velocidade, ele soa durante 20 segundos e para, te dando a opção de andar sem o cinto.

MOTOR
É um 1.5 litro, DOHC 16 válvulas VVT em alumínio.  Pesa somente 94 Kg.  Tem 125 cavalos a 5.500 rpm e torque de 15,5 Kgf.m a 4.000 rpm.  Ele corta a 6.200 e a taxa de compressão é de 10,5:1.
Só tem opção de câmbio manual de 5 marchas.  No geral, a relação é boa, apenas com um pequeno buraco entre a 2ª e a 3ª Em 4ª, a 80 Km/h está a 3.000 rpm; a 100 Km/h está 3.800 rpm.  Em 5ª, fica a 3.000.  Ela é bem longa (0.837), então dá para economizar combustível quando em velocidade constante em estrada, andando com o giro baixo.

Fiz um “de 0 a 100 Km/h” para ter uma base, sem as condições propostas pelo Inmetro, e o J5 fez em 14.2 segundos.  A retomada de 60 a 100 em 3a marcha, fez em 10.2 s.  A velocidade máxima declarada é de 188 Km/h.
No compartimento onde fica acomodado, sobra espaço, de forma que há refrigeração em todo seu redor, sem prejudicar o espaço interno.


FREIOS
Fiz também “de 100 a 0 Km/h”.  Não cronometrei nem medi a metragem, mas posso afirmar que os freios são fantásticos.  Eu estava com o carro vazio e ele parou em curtíssimo espaço e super equilibrado, sem mudar em nada a trajetória.  O ABS entra em ação na hora certa otimizando a frenagem.  Em muitos carros, o ABS entra muito cedo, fazendo com que não seja utilizada toda a potência do freio.
Na frente, os discos são ventilados, e na traseira, sólidos.  Os bons pneus ajudam na frenagem.  Dá pra sentir o grip e a borracha trabalhando.  São da marca WANLI modelo S1063 de medida 205/55 R16.  Cinco “Vs” fazem o design das rodas que são em liga de alumínio.

SUSPENSÃO
É independente nas 4 rodas.  Com exceção para os veículos de carga, todos os outros deveriam ser assim.  A estabilidade nas curvas está garantida.  Achei-o bastante estável, mesmo fazendo rápido curvas do tipo ferradura; nem tinha que contra-esterçar muito o volante.  E aqui, mais uma vez os pneus Wanli ajudam O peso do carro está concentrado na parte de baixo e o entre-eixos é grande, dois fatores que ajudam a ter boa estabilidade.  Como o ajuste dela está para deixar o carro confortável, em alta velocidade o carro dá a impressão de flutuar um pouco.  Mas comparando com os carros que iam à minha frente, o meu balançava menos nas ondulações da estrada.

Projeto Tamar, na Bahia

Não andei com ele à noite e nem deu para fazer cálculo do consumo, o que farei quando ficar por mais tempo com o carro.  Mas como o tanque tem capacidade para 57 litros, a autonomia deve ser boa.  Não falta nada essencial, e tem todos os itens para um conforto básico.  Aproveitei a proximidade e fui visitar o Projeto Tamar da Praia do Forte.

São 5 cores metálicas e mais o preto clássico.  A JAC diz que sua cor banca é a mais branca entre todos os carros.

O preço do J5 está fixado em R$ 53.800,00 e a JAC Motors manteve a garantia de 6 anos que lançou em seus três modelos anteriores.  De opcional, somente rodas com aro 17”.  E aí o preço sobe para 55.200,00.

O fato de não ter uma versão com câmbio automático faz o J5 perder um pouco de espaço, pois nesta faixa de preço,  representa 25% das vendas.  Mas o presidente da JAC Motors do Brasil, Sergio Habib, visualiza, por enquanto, o consumidor com renda média.

A campanha publicitária do J5 diz que ele é um “Sedã grande com preço de sedã bem menor”, e Sergio Habib dispara: “Ele é do tamanho de um Civic pelo preço de um City, cinco centímetros maior que o Corolla e tem o maior entre-eixos da categoria”.   Habib quer vender pelo menos 700 unidades do J5 por mês.


O J5 ainda é chinês, mas a JAC Motors já é brasileira.  A fábrica a ser construída a poucos metros de onde testamos o carro, em Camaçari, na Bahia, terá um investimento de 900 milhões de reais.  Os chineses entrarão com apenas 20% desse montante, e Sergio Habib, com o restante.  Serão 3.500 empregos diretos e 10.000 indiretos.  Para compensar o investimento, terá que vender 120.000 carros/ano.

A JAC Motors hoje conta com 65 concessionárias e 3.350 funcionários diretos.  Sua meta é alcançar 12% do mercado quando da inauguração de sua fábrica, já em 2014, com o lançamento de dois modelos que estão sendo desenvolvidos exclusivamente para o Brasil, e o primeiro, será um hatch compacto.  Em 2015 lançará outros dois modelos.  A terraplanagem do terreno onde ficará a fábrica começará apenas no segundo semestre deste ano.


Teste da Yamaha XT 660Z Ténéré
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Suzane Carvalho

 Fotos: Carsten Horst – Hyset

A trail de média cilindrada, Ténéré 660, é fabricada em Manaus e chegou para completar a “Família Ténéré”.

Com isso, o Brasil se tornou o único país do mundo a ter os três modelos de motocicleta da linha aventureira da Yamaha, com as motos de 250 cc, 660 cc e 1200 cc, que podemos chamar de Ténérézinha, Ténéré e Super Ténéré, todas agora na tradicional cor azul.  E elas foram concebidas para enfrentar qualquer situação em qualquer tipo de piso.  As principais características da linha são a robustez e a aventura.

A primeira Ténéré foi lançada no início da década de 80 e já obteve vitória no rally Paris-Dakar, competição off-road mais difícil do mundo.  Sua venda havia sido descontinuada, mas o mercado a trouxe de volta, e em dose tripla.

O nome Ténéré vem da linguagem tuaregue, significando “deserto” e, tal como o Sahara, a palavra árabe para “deserto”, a palavra é usada para se referir à região desértica no centro sul do Deserto do Saara. É uma vasta planície de areia e ocupa uma área de 400.000 km².

Peguei a Ténéré e ela estava com apenas 106 quilômetros rodados.  O design é moderno, bonito e estiloso. Não houve um sinal que eu parasse que não me perguntassem sobre ela.  É esguia e tem linhas angulares com cantos arredondados.  Tem uma semi-carenagem com funções aerodinâmicas, um para-brisas eficiente, imensas manetes, duplo escapamento traseiro que se integra com a lanterna.  O painel fica em uma posição bem à frente, como se fosse uma planilha ou um navegador, então é bem fácil de ler.  Tem o conta-giros analógico com todas as outras informações em digital.  São dois marcadores de quilometragem parcial e mais o que avisa quando entra na reserva, que é praticamente 1/3 do tanque, e eu acho muito grande. O odômetro parcial marcou um pouco mais do que a velocidade real percorrida.  O que não gostei foi da luz vermelha.

 

Vem preparada para receber três maletas, mas se você for viajar com malas, como eu, lugar para amarrar a bagagem não falta. Tem bastantes opções para fixar os elásticos com diferentes tensões para diferentes tamanhos de malas.

Tem protetor do motor, protetor de cárter em alumínio com 3 mm de espessura  e também um gancho para reboque em situações de atoleiro instalado na mesa inferior.  E cavalete central.

O farol é composto por dois multirefletores, lente em policarbonato e duas parábolas com lâmpadas halógenas de 55 Watts.  Achei a parte de baixo do tanque de combustível um pouco bojudo demais, não dando para andar com a perna bem grudada ao tanque na estrada.

 

CICLÍSTICA
Driblar o trânsito com ela é fácil e gostoso, mas parar em vias esburacadas, muito côncavas nas laterais ou ladeiras, complica se você for baixo e utiliza a moto só na cidade.  Não apenas pela altura do banco, mas o centro de gravidade dela é alto, e se a moto inclinar quando parada, pode tombar com facilidade.  Ela é bastante alta.  O banco da sua irmã, a XT 660R fica 3,1 cm mais próximo do chão.  Aliás, a “XT”, como é conhecida, é 5 cm mais próxima do solo, 5,5 cm mais estreita, 0,6 cm menor e 24,7 cm mais baixa.  Isso também porque originalmente, não tem para-brisas. E também 21 kgs mais magra.

Fazer curvas com ela em estradas é fácil, e andar em terrenos rurais também.  Em se levando carona, o banco é bastante confortável e as alças para que ele se segure são bastante grandes.  Se bem que indico que o carona sempre esteja com o peito o mais próximo possível das costas do piloto, para a concentração da massa total, e melhor manobrabiidade.  O ideal é andar abraçado mesmo.

MOTOR E CÂMBIO
Os 660 cc estão em apenas um cilindro.  A combustão é feita em quatro tempos, tem refrigeração líquida, comando simples no cabeçote SOHC, injeção eletrônica e quatro válvulas.  O cilindro tem revestimento de cerâmica e o pistão é forjado.  A taxa de compressão de 10:1, relação diâmetro x curso do pistão 100 mm x 84 mm, torque máximo de 5,95 kgf.m a 5.500 rpm e 48 cv de potência a 6000 rpm.  Isso é bem alto, já que ela corta em 7.500 rpm.  Mas grande parte da potência já é descarregada por volta dos 3500 rpm fazendo com que você a utilize a maior parte do tempo.

Diversos sensores estão espalhados pela moto, e são gerenciados pela Unidade de Controle Eletrônico (ECU), que monitora e analisa, por exemplo, o ângulo de inclinação, a altitude, a temperatura do ar e de admissão, para melhor mistura do combustível.

Motor, relação de marchas e diâmetro de pneus são os mesmos da XT 660, mas devido ao mapeamento diferente dos motores, “XT” tem um pouco mais de torque e chega mais fácil a velocidades mais elevadas.  São cinco marchas, e em 4ª marcha, a 7.500 rpm, chegou aos 169 Km.  Em 5ª, a 6.800 rpm, 178 Km.  Em descida chegou a 187 Km/h.

CHASSI E SUSPENSÃO
O chassi é em duplo berço de estrutura tubular em aço.  A suspensão dianteira é garfo telescópico tradicional, com 210 mm de curso. A traseira é com braço oscilante fabricado em alumínio e monoamortecida, com curso de 200 mm e cinco ajustes de pré-carga da mola.  Como peguei a moto ainda “zero”, depois de alguns quilômetros rodados, a oscilação da mola mudou deixando a moto mais mole, e a endureci.  Mas essa não é uma tarefa fácil.  Como é uma moto feita para andar em “todo tipo de terreno”, poderia ter um ajuste de pré-carga da mola traseira com melhor acesso.  Já os ajustes dianteiros, são mais fáceis e realizados  no guidão.

Os freios são eficientes, com dois discos de 298 mm de diâmetro, com pinça de duplo pistão na dianteira.  Na traseira, disco simples de 245 mm.

AUTONOMIA E CONSUMO
Um dos pontos fortes desta moto é a autonomia, devido ao grande tanque de combustível capaz de carregar até 23 litros.  Pegando a Rodovia Presidente Dutra para São Paulo com o tanque cheio, fiz mais de 100 Km até baixar o primeiro tracinho do marcador de combustível.  Depois que estava no último tracinho, também demorou outros 100 km.  Entrou na reserva com 335 km rodados, mas como tem 7 litros de reserva, ainda deu para andar mais 100 quilômetros, sem me preocupar.  Na cidade, onde a moto comigo consome menos, deu uma autonomia de 490 quilômetros.  Isso é bastante cômodo, pois acho muito chato parar para abastecer.

 

O consumo variou bastante.  Na cidade fez 26 Km/l enquanto na estrada fez 18,7.  No uso combinado ficou em 20,1 Km/l.  Se você ainda está em dúvida entre qual das duas 660 da Yamaha comprar, um fator pode ser decisivo: o tamanho do tanque de combustível, já que a XT 660R tem tanque para 15 litros.

 

Km rodados

litragem

$

Consumo Km/l

106

595

489

18,84

58,32

25,95

864

269

14,36

43,07

18,70

1273

409

21,61

64,83

18,92

1714

441

21,94

57,02

20,10

 

Como acessórios oficiais, tem as malas laterais e top case, protetores de mão, protetores de motor, protetor do farol e defletores para as mãos, que ajudam na aerodinâmica.  Os baús, no entanto, tem formato quadrado, e não ajudam em nada a aerodinâmica.

Uma coisa que gosto nas motos da Yamaha, é a tranca do guidão para os dois lados.  Todas as motos deveriam ser assim.

Por enquanto, a única cor da Ténéré 660 é esse azul tradicional, que eu considero perfeito, e o preço base é R$ 31.110,00 com um ano de garantia sem limite de quilometragem.

Se gostei da moto? Não há como não gostar de uma moto dessas!