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Arquivo : motocicleta

Entre a Serra do Mar e a Serra da Bocaina com a Honda XL 700V Transalp
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Suzane Carvalho

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Fotos: Suzane Carvalho

Entre as duas maiores e mais produtivas cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro, e entre a Serra do Mar e a Serra da Bocaina, encontra-se a Estância Climática de Cunha, onde um final de semana pode trazer maior inspiração e disposição para uma nova semana de trabalho. 
Distante apenas 45 km da Rodovia Presidente Dutra e de Guaratinguetá, descendo pela rodovia SP-171, que está em excelentes condições, em direção a Paraty, no litoral do RJ, Cunha se situa exatamente a 220 km de São Paulo e a 300 km do Rio de Janeiro. 
De lá a Paraty, a descida se dá pela Estrada-Parque RJ-165, que está ganhando calçamento especial de forma que seja preservado e conservado o ecossistema, valorizando a paisagem e a cultura da região.

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V A estrada de terra que passa por Cunha faz parte do “Caminho Velho” da antiga Estrada Real que ligava as regiões mineradoras de Minas Gerais ao Porto de Paraty, para que fosse escoada a Portugal e à Corte Real no Rio de Janeiro, na época do Brasil Colonial, a riqueza tirada de lá. Ela começou a ser construída por volta de 1.630 e era a estrada oficial para o transporte de produtos, pessoas e animais, para que pudessem ser cobrados os impostos. 

 A Estância Climática de Cunha, que era conhecida como “Boca do Sertão”, começou a se formar por volta de 1695, pelos aventureiros e tropeiros que por lá passavam. Com o declínio do ciclo do ouro, esses começaram a se instalar na vila, devido ao clima agradável e à fertilidade do solo. Tornou-se cidade em 1858. V Estar em meio à Mata Atlântica pode significar dias de muita aventura ou bucolismo. Fazer trilhas, mergulhar em cachoeiras, fotografar os animais e as belas paisagens ou simplesmente relaxar, descansar, escrever, pensar, namorar. Uma boa quantidade de pousadas oferece requinte e boa gastronomia. Algumas, aconchegantes e românticas, com lareira no quarto e banheira de hidromassagem com vista para as montanhas, têm ocupação exclusiva para casais. Já os hotéis-fazenda são opção para o passeio familiar. É possível também acampar em alguns lugares da região    V  

A pé, de bicicleta, de moto e até de carro, são muitas as opções de trilhas. São inúmeras as cachoeiras e grutas. Um passeio imperdível é a subida ao topo da Pedra da Macela, de onde, do alto dos 1.840 metros de altitude, se avista a baía de Angra dos Reis.   Outra atração de Cunha é a arte cerâmica. São diversos ateliês que têm variadas influências, desde a indígena-ibérica até a oriental, e com diferentes técnicas que vão da artesanal-manual e queimadas em fornos à lenha, a gás ou elétricos e Forno de Raku. É possível visitá-los e acompanhar todo o processo. No dia 28 de maio é comemorado lá o Dia do Ceramista; e em outubro, é realizado o Festival da Cerâmica de Cunha. V

Emoção 
Passar por estas paisagens deslumbrantes em cima de uma moto de grande cilindrada preparada para aventura e ver rios e cachoeiras pelo caminho, já fez com que meu dia ficasse melhor. A cada curva, a cada subida, mais pássaros exóticos apareciam. 
A Honda Transalp estava com 9.608 km rodados quando peguei, em São Paulo. 
As estradas de terra e trilhas pelas quais passei são de fácil transposição e pude seguir sozinha sem nenhum imprevisto.

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Os pneus “Bridgestone Trail Wing 152 Radial” originais, de medida 100 x 90 aro 19″ na dianteira e 130 x 80 aro 17″ na traseira, são para uso misto: asfalto e/ou terra, o que foi o meu caso, pois peguei autoestradas como as Rodovias Presidente Dutra e a Carvalho Pinto, além das estradas de terra. É importante não esquecer de conferir a calibragem a cada mudança de tipo de terreno, e dependendo de onde eu passei, utilizei entre 25/29 na terra, sem as malas, e 36/42 na estrada, com as malas. Eles vêm montados em rodas raiadas de alumínio.

V V   Minhas malas estavam ocupando o bagageiro e o banco do carona, o que não é a melhor opção para esta moto, já que a altura mínima do solo é de 18,2 cm para que possa passar tranquilamente por caminhos off-road com pedras e água, e por isso, o centro de gravidade é também mais alto. Se você for fazer uma viagem com longos trechos na terra e em trilhas, indico que coloque os baús laterais, já que ajuda a abaixar o centro de gravidade, deixando-a mais fácil para mudanças de direção e para manobrar também. Já o banco não é muito alto e está a 83,7 cm do chão. O peso total da moto, sem combustível, é de 205 kg, a versão que testei, com C-ABS. A versão sem ABS pesa 4 quilos menos.

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MOTOR
O motor da Transalp tem 680,2 cm³ distribuídos em 2 cilindros em “V” a 52° com 4 válvulas cada um e comando simples nos cabeçotes. Ele desenvolve 60 cv a 7.750 rpm e tem o torque máximo de 6,12 kgf.m a 6.000 rpm. A compressão é de 10,0 : 1 e a relação diâmetro x curso dos pistões é de 81,0 x 66,0 mm, o que indica um bom torque aparecendo em baixas rotações. Ela tem um filtro de ar para cada cilindro e refrigeração líquida.         Tive oportunidade de testar a Transalp também em duas pistas de testes, e as velocidades máximas atingidas em cada marcha são as seguintes: 
        1ª – 75 km/h 
        2ª – 109 km/h 
        3ª – 140 km/h 
        4ª – 168 km/h 
        5ª – 194 km/h

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Para uma moto on-off, onde a aerodinâmica não é a característica principal, e com motor bicilíndrico de 680 cm³, é uma velocidade bastante considerável, sem falar no bom torque. O chassi é do tipo semi berço duplo em aço. Os freios com Combined ABS distribuem a frenagem entre as rodas e não permite que elas travem, mesmo em frenagens bruscas. São dois discos de 256 mm e pinça de três pistões na dianteira e um disco de 240 mm e pinça com um pistão na traseira. 
A suspensão dianteira é garfo telescópio com 200 mm de curso, e a traseira, pro-link, com 173 mm e regulagem de compressão do amortecedor e de precarga da mola. O ângulo de cáster é de 28°04’e o trail de 105,5 mm. 
A medida total dela é de 2,25 metros com 90,7 cm de largura e 1,30 m de altura. A distância entre-eixos é de 1,51 m. O painel é combinado, com conta-giros analógico e as outras informações em digital. Ela já vem com protetores das mãos e para-brisas. A posição de pilotagem é boa, bem ereta. O guidão está em uma boa altura para andar em trechos de terra em que você queira ficar em pé sobre as pedaleiras. A vibração do motor não incomoda em nada, principalmente quando se anda com o giro mais alto, quando ele fica bem “lisinho”. Sem dúvida é uma boa moto.  O farol é de duplo refletor com as duas lâmpadas halógenas sobrepostas, acendendo separadamente. A regulagem de altura do farol é importante e fácil de ser feita. Os retrovisores também abrangem uma grande área, mesmo sendo redondos, pois tem boa angulação.

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Aproveitei e dei uma “esticada” até Saquarema, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, percorrendo um total de 2.367 km nos mais diversos tipos de terreno. Peguei também noite e chuva na estrada, e me senti segura na moto.   No total, gastei 107,82 litros para rodar 1.962 km o que deu uma média de 18,19 km/l e autonomia de pouco mais de 300 quilômetros com um tanque, já que ele tem capacidade para 17,5 litros.

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 Obs.: o tipo de gasolina colocada no tanque influencia no consumo seguinte 

 

 Ela é vendida nas cores laranja com preto e branco com preto. O preço, base São Paulo, é R$ 30.990 a versão standard e 32.990,00 e versão com C-ABS. 
Dica: se você for fazer uma viagem longa, por lugares distantes de concessionárias, leve sempre lâmpadas e fusíveis reservas. 
Km final: 11.914

V V CLIQUE AQUI e veja a galeria completa da viagem-teste com a Honda Transalp 2013. 

Assista ao vídeo da viagem CLICANDO AQUI


Big Scooter T-Max 530 da Yamaha chega ainda este ano
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Suzane Carvalho

Fotos: Stephan Solon

A briga das scooters vai esquentar com a chegada T-Max 530 que será mostrada pela Yamaha na semana que vem, no Salão Duas Rodas que acontecerá em São Paulo entre os dias 08 e 13 no Anhembi.  Ela será importada da Itália, e começará a ser vendida em dezembro por um preço aproximado de R$ 40.000,00.

Tive a oportunidade de testá-la.  Ela é bastante bonita e fácil de ser pilotada, obedecendo bem aos comandos.  Tem câmbio automático e a resposta do motor é rápida.  Ele é um 4 tempos de 530 cc em dois cilindros paralelos com duplo comando no cabeçote e refrigeração líquida

Tem potência máxima de 46,5 cv a 6.750 rpm e torque de 5,3 kgf.m a 5.250 rpm.
O câmbio é automático e a transmissão final é por correia dentada feita em fibra de kevlar.
A suspensão dianteira é garfo telescópico com 120 mm de curso e a traseira, braço oscilante com 116.

 Os freios são a disco na frente e atrás, sendo duplo de 267 mm na frente e simples com 282 mm atrás.  Vem com ABS  e rodas com aro de 15″ calçada com pneus da Bridgestone.

O chassi é de alumínio e o peso total é de 221 kg.  O tanque tem capacidade para 15 litros.

Tem para-brisa regulável, dois porta-objetos na frente e outro com capacidade para 45 litros, abaixo do assento e freio de estacionamento.

O painel tem velocímetro e conta-giros analógicos com as outras informações no mostrador central digital.

Ao menos mais duas novidades deverão aparecer no Salão, mas por enquanto, as  maiores concorrentes dela são as scooters da Suzuki: a Burgman 650 e Burgman 400.


Suzuki coloca mais uma popular no mercado: é a GS 120
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Suzane Carvalho

Com potência de 8,42 hp a 8.000 rpm e torque de 0,88 kgf.m a 5500 rpm no motor de 113 cm³, chegará às lojas na segunda semana de maio, a GS120, da Suzuki.  O preço é bastante competitivo: R$ R$ 3.990,00 que o consórcio da Suzuki fará em 60 parcelas de R$ 85,29, ou seja, em 5 anos.

O motor de 4 tempos tem comando de válvulas no cabeçote e a Suzuki garante que o ele não vibra e não faz ruído, sendo confortável para o passeio, mesmo em altas rotações.  Tem sistema DC-CDI digital (Ignição de Descarga Capacitiva), que regula o ponto de ignição dependendo da condição em que está sendo usado (combustível, temperatura, altitude, maneira de acelerar). O carburador é do tipo BS com venturi operado a vácuo e o filtro de ar, de grande capacidade.

O câmbio tem 4 marchas e a partida é a pedal.  Os freios dianteiro e traseiro são a tambor.

No escapamento tem um catalisador para diminuir a emissão de monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC), mas que atende somente ao Euro 3.

O chassi é do tipo “Diamond”.  O ângulo de cáster é de 27° e o trail é de 80mm.  O banco está a 76,6 cm do chão.  Pesa apenas 107 kg e no tanque cabem 9,2 litros de combustível.
A precarga das molas traseiras são ajustáveis em 5 níveis e é possível regular também o guidão.

O aro, tanto na frente quando atrás, é de 17″e apesar das rodas serem raiadas, os pneus não tem câmaras.
O painel tem indicador de marchas e um hodômetro parcial, além do total.
O banco é quase que reto e tem versão cargo.
Tem nas cores vermelha, azul, preta, cinza e branca e o preço sugerido de R$ 3.990,00.

Outras pequenas populares da Suzuki são a Yes 125, a Intruder 125, a GSR 125 e a GSR 150 i, além da scooter Burgman i.

Motor ——————- 4 tempos, 1 cilindro, arrefecido a ar, SOHC
Cilindradas —————————————————– 113 cm³
Diâmetro X Curso ————————————- 51,0 x 55,2mm
Taxa de compressão ———————————————– 9,5:1
Sistema de lubrificação ———————————- Cárter úmido
Sistema de Partida ———————————————— Pedal
Alimentação ————————————————- Carburador
Tipo de ignição —————————– Eletrônica transistorizada
Potência máxima ——————————– 8,43 Hp a 8.000 rpm
Torque máximo —————————— 0,88 Kgf.m a 5.500 rpm
Suspensão Dianteira – Telescópica de amortecimento hidráulico, mola helicoidal
Suspensão Traseira – Balança articulada, com amortecedores hidráulicos, mola helicoidal, com ajuste de pré-carga da mola
Freios Dianteiro e Traseiro  ———————————— Tambor
Transmissão ———————————————– 4 Velocidades
Sistema de transmissão —————————————– Corrente
Comprimento Total ——————————————- 1.900 mm
Largura Total —————————————————- 750 mm
Altura Total —————————————————- 1.050 mm
Distancia Mínima entre Eixos ——————————– 1.215 mm
Distancia do Solo ———————————————— 140 mm
Altura do Assento ———————————————– 766 mm
*MVOM ———————————————————— 107 kg
Pneu Dianteiro ——————————- 2.50-17 (38P), sem câmara
Pneu Traseiro ——————————– 2.75-17 (47P), sem câmara
Tanque de Combustível —————————————– 9,2 litros
Óleo do Motor ————————– 1,100 litros (com troca de filtro)
dB(A) ——————————————————————- 79,6
rpm ——————————————————————- 4.000
Marcha Lenta ———————————————— 1.600  ± 100


De Mulher para Mulheres, o curso de moto promovido pela Honda
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Suzane Carvalho

Fotos: Suzane Carvalho

Jaqueline Poltronieri mostra os exercícios para as alunas

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Moto Honda da Amazônia promoveu no Centro Educacional de Trânsito Honda, em Indaiatuba, interior de São Paulo, duas turmas do Curso de Pilotagem de Motos, exclusivas para mulheres.

O curso, ministrado pela instrutora Jaqueline Poltronieri, foi gratuito e direcionado para mulheres já habilitadas.  Além de técnicas de pilotagem e segurança no trânsito, foram abordados diversos temas não ensinados pelas motoescolas, como por exemplo, verificação do nível do óleo do motor, da tensão da corrente, calibragem, e até como transportar corretamente uma bolsa.

Verificação do nível do óleo do motor

Verificação da tensão da corrente

 

 

 

 

 

Foram duas turmas de 27 motociclistas recém habilitadas.  A maioria tirou a carteira na própria cidade de Indaiatuba, onde  50% dos novos habilitados para pilotar uma motocicleta nas ruas são mulheres.

Eu fui convidada a mostrar às novas motociclistas, um pouco do que foi minha recente aventura sobre duas rodas entre Manaus e o Mar do Caribe, em que percorri quase 5.000 km em uma Honda NC 700X, cruzando toda a Venezuela em 12 dias e sozinha.  Assim, pude passar a elas um pouco do tanto prazer que uma motocicleta pode nos dar.

A Honda está disponibilizando através do site Harmonia No Trânsito as apostilas dos diversos cursos de pilotagem além de muitas animações em 3D com dicas para um convivência pacífica entre os diferentes meios de transporte.


Manaus e “Veredicto Final” sobre a Expedição e a Honda NC 700X
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Suzane Carvalho

Para finalizar, um passeio por Manaus antes de entregar a “NC”.

Fui ver as obras do Vivaldão, o principal estádio de futebol de lá e onde serão realizados quatro jogos da 1ª fase da Copa do Mundo de 2014.  O Sambódromo, que eu ainda não conhecia, fica ali ao lado.

Revi o Teatro Amazonas, dei uma volta pelo porto e fui até o Encontro das Águas.

A VIAGEM
Foi a mais longa viagem de moto que fiz.  Já rodei toda a Itália sobre duas rodas, mas nunca tinha ficado 12 dias seguidos na estrada.  Nos dias em que rodei, fiz uma média de 500 km, dando um total de 4.586 km.  Perdi um dia devido aos entraves burocráticos.

O percurso escolhido, de Manaus até o Mar do Caribe, no norte da Venezuela, foi perfeito.  Passei por florestas, planícies, praias, rios, cachoeiras.  Conforme eu disse antes, é um passeio perfeito para ser feito de moto para sentir bem a natureza variada dos lugares e a sensação de liberdade.

Não tive problemas com os índios nem com a polícia venezuelana.  Os sustos que tomei durante toda a viagem foram todos por conta das rajadas de vento.  Por algumas vezes ventava muito e eu andava com a moto inclinada por longo trecho.  Volta e meia eu entrava em um canal, um túnel ou um rodamoinho de vento, e esses me assustavam, pois eu não esperava.  Quando vou cruzar um caminhão que vem em direção contrária, já me preparo para o movimento que a moto vai fazer por conta do vácuo, mas da outra forma, eu não podia ver ou prever quando iria cruzá-los.

Uma das coisas que me espantou a viagem inteira, é que a pista é em mão dupla praticamente os 2.200 km de estrada, e muito raramente eu via alguém com os faróis ligados.

Os percalços pelos quais passei serviram todos para dar mais emoção à aventura: acabar gasolina no meio da reserva indígena, ser parada em uma blitz em um momento em que eu estava sem nenhum documento e descobrir que eu estava ilegal na Venezuela!

Foi, sem dúvida, uma das melhores e maiores aventuras que já fiz.

A MOTO
A Honda NC 700X foi simplesmente perfeita para este tipo de viagem.  Em nenhum momento senti cansaço ou algum tipo de dor física, e isso se deve muito à posição e facilidade de pilotagem dela.  É possível ajustar a posição do guidão e dos retrovisores para que a ergonomia fique de acordo com a estrutura e estatura do piloto.  Os retrovisores têm um ângulo de visão muito bom e como dá para jogá-los para frente, ajuda muito a diminuir a largura total da moto para andar no meio de tráfego.

O porta-objetos da frente é tudo! Lá eu carregava, além de câmera fotográfica, água, paninhos, ferramentas, biscoitos, capa de chuva, bonés, e ainda sobrava espaço!

Por inúmeras vezes tive que manobrar a moto e em nenhuma pedi auxílio.  A distribuição de peso faz com que ela seja muito fácil tanto de pilotar quanto de manobrar, mesmo com minhas malas em cima.  Ela pesa 206 kg e minhas malas pesavam aproxiadamente 50 kg mais.  O banco está a 83,1 cm do chão.

O para-brisa é supereficiente.  Há uma passagem de vento por baixo dele, amenizando o vento que bate no peito.

Com posição confortável e boa autonomia, fiz tiros de até 300 km sem parar.

O motor de 700 cmª com 52,5 cv e 6,4 kgf.m me deu força e torque suficientes para qualquer ultrapassagem em qualquer situação.  Em nenhum momento senti falta de motor.

Nos trechos em que peguei terra batida ela também foi bem.  Obviamente que em chão com muitas pedras soltas, ela escorrega, já que vem com rodas e pneus para serem utilizados em asfalto.

A suspensão respondeu muito bem, e mesmo sendo confortável, ela é firme.  Eu colocava a moto onde queria e da maneira que queria.  A dianteira é garfo telescópico, com 153,5 mm de curso e a traseira, mono-amortecida pro link, com 150 mm de curso.

Mas mais importante que o curso da suspensão, é o acerto do amortecedor.  Calibragem, tipo de óleo, acerto das válvulas.  Pude testar a suspensão também sem bagagem e nas ruas bastante onduladas de Manaus, e aprovei.

A média geral do consumo ficou em 25 km/l.  Lembro que eu estava sempre andando carregada, com um arrasto aerodinâmico maior que o habitual por causa das malas, subindo e descendo serra sempre e andando com o giro alto.  É uma excelente média para um motor de 700 cm³. Na minha mão, na cidade, faz 30-32 km/l.

A posição e consequente visibilidade do painel são ótimas, já que está bem na frente e você não precisa abaixar a cabeça para controlar velocidade, giro, etc…  A iluminação dele também é perfeita, do jeito que gosto: preto no branco.  Mesmo em uma serra muito fechada, desconhecida e à noite, vi todas as informações que queria, quando queria.

Da mesma forma, o farol foi eficiente, e já estava regulado para andar com mais peso.

Antes da viagem a Honda me avisou que esses pneus são projetados para durarem 5.000 km, mas eles chegaram inteiros.  Só um pouco quadrado devido a eu ter feito quase que a totalidade da viagem em retas.

A regulagem dos manetes, assim como as pastilhas de freio, praticamente não saíram do lugar.  O modelo que usei veio equipado com C-ABS e o pouco que gastei das pastilhas foi andando no trânsito pesado de Manaus.

Andei quase sempre por volta das 4.000 rpm, o que, na NC 700X, significa 130 km/h. E, para meu espanto, a relação chegou intacta.

O óleo de motor chegou limpo e completo.

Em nenhum momento o tirar das bagagens para abastecer, me incomodou.  Ao contrário, eu aproveitei estes momentos para mexer com o corpo depois de longos trechos na mesma posição, e para conversar com os curiosos à minha volta.  Foi melhor do que ficar me alongando sozinha em um canto.

Eu, particularmente, só senti falta de um marcador de temperatura.  Ela tem luz de alerta, mas não marcador.  Segundo a Honda, por ser um motor com a mesma tecnologia de um motor de carro, a temperatura se mantém constante sempre.  Ou ele aquece, e a luz espia acende, ou ele se mantém na temperatura ideal.  Mas em nenhum momento senti aquecimento do motor em minhas pernas.

O marcador de combustível  é que me pareceu instável.  São apenas 5 sistemas (tracinhos) que não são precisos quanto ao gasto do combustível.

Km final: 4846 km.

Veja aqui a apresentação e os detalhes técnicos da NC 700X.

Ah! Essa cor preta da NC 700X foi preparada exclusivamente para essa minha expedição e não está à venda.  As cores disponíveis são a branca e a vermelha.  =)

 

fonte: Google Maps


Dia 12: 20/02/2013. Rorainópolis – Manaus
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Suzane Carvalho

Na Linha do Equador

 Sim, 12° dia, pois na verdade eu saí de Manaus no dia 09 e não no dia 10.

Meu amigo Roberto Pupo Moreno me ensinara: “Em uma corrida, jamais pense que está na última volta.”  A mesma coisa em uma viagem: jamais pense que está no último trecho.  Para não relaxar e não abrir mão da segurança.  Assim como uma corrida só termina na bandeirada, uma viagem só termina quando você entra na garagem de casa.  Então, checar água do radiador, óleo do motor, folga e lubrificação da corrente, calibragem e luzes.  Colocar todo o equipamento pessoal, amarrar bem o capacete, botas, luvas grossas, e pé na estrada.  Sem descuidar da maneira de pilotar.

Estou feliz, emocionada e ansiosa, como em um último pit stop de uma corrida.

Antes de sair fui abastecer e entraram 11,83 litros de Supra.  Como rodei 303,2 km de Boa Vista a Rorainópolis, deu média de 25,62 km/l.

Uma coisa que me impressionou em Rorainópolis é que 100% dos motociclistas que vi estavam de capacete fechado.  E não são poucos.  Dá até a impressão de que lá tem mais motocicletas que carros.  A cidade é toda plana e a população é de aproximadamente 25.000 habitantes.

112 km depois de Rorainópolis em direção a Manaus tem um marco onde passa a Linha do Equador que divide a Terra nos hemisférios Norte e Sul.  Aqui a Latitude é 00.00°.  Sequer vi o marco na ida e o local está bem abandonado.  Não posso nem pensar em comparar com o marco do Meridiano de Greenwich, nos arredores de Londres, que marca a Longitude 00.00° dividindo a Terra em Ocidente e Oriente.  Lá é um local totalmente turístico.  Mas fica na cidade e não no meio da floresta, em terras indígenas, como nesse ponto da Linha do Equador.

São 13:30 e cheguei à entrada da Reserva Indígena Waimiri Atroari.  Dessa vez abasteci antes de passar por lá.  Deu 142,3 km até aqui.

Veja aqui um vídeo com a passagem por um trecho da reserva.

Até Presidente Figueiredo andei  mais 227,4 km e este será o último abastecimento da NC 700X.  Estou emocionada e conversei batente com a frentista.  Entraram 9,17 litros de Supra a R$ 3,22!  Média de 24,79 km/l.  Nesse trecho dei uma acelerada a mais e senti que com a nossa gasolina, devido ao etanol adicionado, a moto rendeu melhor.

De Presidente Figueiredo até Manaus deu 134.8 km.  De Rorainópolis a Manaus, 502.4 km.

Cheguei a Manaus e fui recebida pelo pessoal da Honda.  A moto estava com 4.777 km.

Comemoração e festa!  Tudo deu certo!  A viagem foi perfeita, a moto foi perfeita, não aconteceu nenhum imprevisto e os pequenos percalços do caminho serviram para dar mais emoção à aventura de ir de Manaus ao Mar do Caribe de motocicleta, e sozinha!  Sensação de corrida ganha. \o/

No próximo post, as conclusões e impressões finais.


Dia 10: 19/02/2013. Santa Elena de Uairén – Rorainópolis
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Suzane Carvalho

Pegando o caminho de volta

Os mosquitos daqui são mudos!  Você não os escuta, só sente.  Repelente, pra quê te quero!

De todas as coisas que eu trouxe, as únicas que não usei até agora foram as peças de reposição da NC 700X e os reparadores de pneus.  Que bom!

O café da manhã do Hotel Gran Sabana é pago.  Tenho ainda cereais e whey protein comigo, então pedi um suco, um pão com queijo e um café.

Estátua de Simon Bolívar no centro de Santa Elena de Uairén

De manhã cedo fui abastecer e aproveitei para dar uma última volta em Santa Elena de Uairén.  Tão logo saí me ofereceram para comprar 9 Bolívares por cada 1 Real.  Quando cheguei cambiei a 8.  O Bolívar já desvalorizou. Ou o real valorizou, já que agora a cidade está vazia e a oferta está menor.  E aqui na fronteira tudo é mais caro.  Em Puerto Ordaz troquei a 10.

Descobri mais a cidade que tem um comércio local bem forte.  A quantidade de lojas é tão grande que  me perguntei para quem eles vendem tanto, já que a população local é de apenas pouco mais de 30.000 habitantes.  Para os brasileiros, claro.  Como aqui tudo é muito mais barato, os brasileiros vêm de Manaus, de Boa Vista, de Rondônia e arredores para comprar roupas e revendê-las em suas cidades.  Acabei comprando uma vitamina  e incenso para mim.  Mais nada.

Tentei abastecer, mas nas bombas de abastecimento de gasolina sempre tem o pessoal do exército tomando conta.  Fui nos dois postos da cidade, mas não consegui.  E nas ruas as pessoas oferecem gasolina.  Desta vez resolvi não ir até Pacaraima para abastecer.

PEGANDO O CAMINHO DE VOLTA
Saí do hotel às 11:10 e cruzei a fronteira novamente sem ninguém me parar.  Mas eu parei para perguntar onde trocar meus bolívares por reais e me indicaram trocar na rua mesmo.  Desconfiada, vi um banco e fui até lá.  Eles disseram que eu tinha que trocar ou em frente ao posto de combustível ou em frente à rodoviária.  Ou seja: na rua.  Comprei os reais por 9,5 bolívares cada.  Perdi dinheiro, claro.  A gente perde quando compra e perde quando vende.  Faz parte.

Placa que indica a fronteira: no chão.

A placa que indica a fronteira do Brasil com a Venezuela fica assim mesmo: no chão.  Não é à toa que não vi quando passei a primeira vez.

12:25 min: tomando uma água de côco em Pacaraima e saindo para Rorainópolis.

Saindo de Pacaraima, é uma descida de serra e o asfalto ali está bem remendado.  Depois de aproximadamente 50 km começam as retas e o asfalto passa a ficar bom.

14:00 – parada na Oásis Lanchonete e Mercearia, aproximadamente 40 km antes de Boa Vista e comendo bolo de macaxeira e paçoca de castanha de caju que a moça do bar me deu.  Bom demais.

Cheguei a Boa Vista 14:45.  Rodei  231,3 km, 227,4 da fronteira onde abasteci.   Coloquei Supra e me assustei com o preço: R$ 3,03 o litro!  Na Venezuela era R$ 0,01.

As placas dos nossos índios são bem diferentes das dos índios venezuelanos.

Passei por Mucajaí e por Caracaraí.  Cheguei a Rorainópolis 18:16. 301,6 km do último abastecimento em Boa Vista.  De viagem deu 529.  Vim bem devagar neste último trecho, já que o por do sol estava lindo e aproveitei para fazer umas filmagens.

A cachoeira da piscina do Hotel Amazônia Palace me foi convidativa para uma hidromassagem.  Muito bom para relaxar.  O fato de, tudo até aqui, ter dado certo, e faltar apenas um trecho de 500 km estava me deixando ansiosa para chegar.


Dia 09: 18/02/2013. Gran Sabana
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Suzane Carvalho

Esse foi o dia que reservei para passear e fotografar em uma das paisagens mais lindas do mundo.

Amanheceu chuviscando, mas saí debaixo de chuva mesmo.

Que dia!

A Gran Sabana é um planalto de aproximadamente 18.000 km2  localizado no estado de Bolívar, sudeste da Venezuela.  Na verdade é o Maciço das Guayanas, composto de concentrações rochosas de granito e que foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1994.  Está a aproximadamente 800 metros acima do nível do mar e os afluentes do Rio Caroni formam inúmeras cascatas.

Outra atração são as montanhas de superfície plana como o Monte Roraima, que só dá para ser alcançado depois de três dias de caminhada.

Nela está o Parque Nacional Canaima, por onde  andei e fiz essas fotos.  Na região vivem diversas comunidades indígenas.

Mas conforme dizem, “uma imagem vale mais que mil palavras”, e coloco aqui 19 imagens para vocês.  Ficou difícil escolher quais cortar.

Desfrute-as.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Dia 08: 17/02/2013. Puerto Ordaz – Santa Elena de Uairén
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Suzane Carvalho

Saí do Hotel Venetur em Puerto Ordaz em direção a Santa Elena de Uairén às 09:40 min e a moto estava com 2.882 km rodados.  Eu abastecera mais cedo.

 Parei para fazer fotos em El Callao, que é a cidade onde o Carnaval é mais forte na Venezuela e deixei para abastecer em Tumeremo, 55 km à frente.

O mesmo retão no meio do mato em que peguei tempestade de chuva na ida, peguei chuva também na volta, mas desta vez nem cheguei a colocar a capa de chuva, pois lá para frente o céu estava claro.

Cheguei a Tumeremo com 230 km rodados e o primeiro posto de gasolina estava fechado.  O marcador de combustível me mostrava 3 tracinhos de 5, mas não seria possível fazer os 460 km sugeridos pelo marcador, mesmo eu tendo andado devagar, e eu já havia feito este teste antes.  Fui até o segundo e último posto da cidade, que também estava fechado.  Foi quando me deram a informação de que aos domingos, os postos fecham às 12:00.  Era domingo, 12:40.

Dessa vez não pensei duas vezes e perguntei para o rapaz se ele sabia quem tinha gasolina (lá, muitos guardam gasolina em casa).  Enquanto esperava a resposta, tentei comer um queijo branco na padaria, mas acho que ele era branco de tanto sal.  “Meus biscoitinhos, para quê te quero!”

O rapaz então me levou até a loja de um chinês muito simpático, ali mesmo, em frente à padaria, na estrada principal, e ele já estava do lado de fora com um galão me esperando.  O chinês, que também é motociclista, me ajudou e não me cobrou nada pela gasolina.  Isso mesmo, ele me deu a gasolina. Foi engraçado: um chinês ajudando uma carioca em Tumeremo.  Tanto aqui quanto em Guasipati, eu vi mulheres andando de motonetas.  Sempre com garupas, também mulheres, e sem capacete.

Parei para abastecer em Rapidos de Kamuiran já às 16:30.  Mais uma vez foi divertido nesta parada.  Sempre tem os policiais do exército nas bombas de abastecimento e nesta parada, muitas caminhonetes grandes e pequenos caminhões.  Chegou uma hora que minha moto e eu estávamos no meio de uma roda de gente.  Todos homens.

Rodei até aqui mais 237.9 km e não vi quanto que entrou de gasolina, que me foi dada outra vez.

Subi a serra que leva à Gran Sabana, desta vez sem chuva.

A passagem pela Gran Sabana foi divina.  Desta vez, já sabendo como é o caminho, pude curtir mais a paisagem.  A cada curva eu exclamava de admiração e andava cada vez mais devagar.  Não tinha trânsito e aquela planície gigantesca me dava o sentimento de que o mundo é meu.

Gran Sabana

Cheguei à Santa Elena de Uairén quando já escurecia e me assustei com a calmaria da cidade, já que em minha passagem anterior a cidade estava abarrotada.  Como eu estava faminta, antes mesmo de descarregar fui para a piscina do hotel que era o único lugar onde tinha internet e algo para comer.  Encontrei então um grupo 28 viajantes de Porto Velho, em Rondônia.  No grupo estava inclusive o dono do Kartódromo de Ariquemes.  Eles estavam em 8 motos e 4 carros, sendo quatro Transalp, duas NC 700X, uma BMW GS1200 e uma Harley-Davidson, e haviam feito o mesmo percurso que eu.  Ah!  Agora entendi porque nunca duvidaram quando, nos postos de gasolina, me perguntavam se eu estava sozinha e eu dizia que não, que meus amigos estavam mais à frente.  =)


Dia 07: 16/02/2013. Puerto Ordaz
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Suzane Carvalho

Cansada da viagem, acabei dormindo lá pelas 22 horas enquanto escrevia.

Uma e meia da manhã tocou o alarme de incêndio em meu quarto!  Inicialmente pensei que fosse somente no meu quarto.  Então liguei para a recepção para avisar de que era no meu quarto que o alarme estava tocando.  Mas não atenderam.  Foi quando percebi uma movimentação no corredor.  O alarme estava tocando em todo o hotel.  O susto foi grande, mas o alarme foi falso.  Faltou luz em toda a região e o alarme disparou.  Isso porque o hotel está na represa da Hidrelétrica Macagua.  Ficamos no escuro até amanhecer, e a essa altura não consegui mais dormir.  Lanterna para quê te quero.

Estádio Cachamay

Tomei café cedo e saí para conhecer a cidade.

Até aqui, com 2.800 km rodados, a NC 700X continua nova.  As rodas não desbalancearam com os buracos que peguei, não mudou a regulagem de pedais e manetes, não afrouxou a corrente e não gastou pneus nem pastilhas de freios, já que estou andando de forma moderada.

 

Abasteci.  Com esse tanque andei 276.7 km e coloquei 11,17 litros, média de 24,77 km/l.  Note que o trecho foi todo em subida em alta velocidade. Preço total: 1,10 bolívares, que é o mesmo que 0,11 de real de acordo com o último câmbio que fiz.

Salto La Llovizna

Puerto Ordaz é a quinta maior cidade da Venezuela e fica localizada no encontro dos rios Orinoco e Caroni.  Tem siderúrgicas de ferro e de alumínio, e por isso a quantidade de brasileiros ali é bastante grande.  Tem até outro consulado nosso lá.  É uma cidade planejada e tem diversos parques, além da hidrelétrica.

Fui visitar o Parque La Llovizna onde tem a catarata de mesmo nome.  O parque e bastante interessante, com diversas ilhas que podemos caminhar entre elas por sobre as pedras.  Isso só é possível em época de seca, como agora.

Aproveitei o final da tarde para escrever e editar as fotos.