Teste do SUV Premium Land Rover Discovery 4
Suzane Carvalho
Eu gosto de sempre falar a quilometragem dos carros e motos que testo porque há diferença entre um carro zero, e um já rodado em diversos testes, e com isso, quem me lê pode ter exata noção das condições do carro. Peguei o Land Rover Discovery 4 para testar e ele já estava com 7.541 Km rodados. Com luxo inegável, carpete impecável para todos os lados, inclusive na tampa do porta-malas, e todos os equipamentos funcionando perfeitamente, mais parecia um “zero quilômetro” mesmo tendo passado pela mão de diversos jornalistas que o testaram antes de mim. Andei com ele até a quilometragem final de 8.294, totalizando 753 Km.
Com sete lugares, a lista de itens de conforto é imensa, a começar pelo triplo teto solar. As luzes internas são todas muito boas, tem controle do ar condicionado individual para as 2ª e 3ª fileiras, luz ambiente na frente e atrás (sem controle de intensidade), porta-trecos generosos para todos os lados.
Os retrovisores são grandes e com excelente ângulo de curvatura. Dá para ver tudo e mais um pouco do que está próximo ao carro, e se recolhem automaticamente ao trancá-lo com o controle remoto. A câmera de ré vicia. Tem também desembaçador nos vidros laterais traseiros. O som é de primeiríssima qualidade, com até 480 Watts de potência e 14 alto-falantes incluindo subwoofer, entrada para iPod, USB e auxiliar. Para a 2ª fileira, telas de DVD independentes nos encostos de cabeça dos bancos da frente, com entradas para áudio e vídeo também independentes. O software do sistema multimídia do painel central é bem interativo. A tela é touchscreen de 7”, com bluetooth e GPS integrado.
Para o motorista, computador de bordo em tela de 5″ com informações da tração que está sendo usada, controle de funções no volante, acionamento por comandos de voz, e controle eletrônico das 4 janelas que abrem 100% com apenas um toque. Acerto de distância e profundidade do volante e memória para 3 posições do banco, que quase se molda ao corpo com as tantas configurações. Não precisar pegar chave nem chaveiro para abrir as portas e ligar o motor é outra comodidade. Basta estar com o sensor com você.
Existe ainda um transmissor programável para abertura de portas de garagem ou portões, chamado de “Homelink”. Com os faróis ligados, os fachos de luz mudam de direção juntamente com o volante. Mas não tem regulagem de altura. E as lanternas dianteiras e traseiras são em led. Na hora de entrar e sair do carro, ele abaixa a suspensão em 5 cm para que você faça menos esforço.
Quem viaja na 3ª fileira tem todo o conforto com espaço para esticar as pernas praticamente igual ao da segunda fileira, encosto para a cabeça, que é retrátil, porta-trecos, porta-copos, luz de leitura, ar condicionado e teto solar! Mas se o espaço for utilizado para bagagem, é fácil abaixar os bancos. Só não é possível retirá-los. A capacidade da carga chega a 1.124 litros. O carro pesa 3.240 Kgs e tem estrutura para carregar até 3,5 toneladas e pode vir com até 10 airbags frontais e laterais. Para abaixar o estepe, que fica embaixo do porta-malas, é por dentro dele, então não precisa se abaixar debaixo do carro para tal, o acesso é bem fácil.
FALANDO DO MOTOR
O Discovery 4 está vindo para o Brasil com 3 motorizações. Eu testei a versão com motor TDV6 bi-turbo diesel de 3.0 litros com 24 válvulas colocado de forma longitudinal. São 245 cavalos com torque de 61,18 Kgf.m. As duas turbinas trabalham de forma sequencial, sendo que a segunda turbina é menor, o que faz a aceleração ser gradativa e economizar combustível em baixa rotação.
No tanque de combustível cabem 82,3 litros e o consumo, como sempre, vai depender em muito da maneira como você dirige. Andando com o giro baixo e constante até 2.000 rpm, dá para fazer até 13 Km com um litro de diesel. Mas quando você mete o pé no fundo do acelerador para ultrapassar, sobe para 2,7 Km por litro. No teste de arrancada gastou 1,25 Km/l. Mas o torque está a apenas 2.000 rpm, então nem é necessário acelerar tudo para ultrapassar. Só mesmo se você quiser sentir o empurrão. A potência máxima está a 4.000 rpm. Ele faz de 0 a 100 Km/h em 9,6 segundos. Não tive a oportunidade de levá-lo para a pista de testes, mas a velocidade máxima declarada é 180 Km/h. Eu tenho a impressão que vai mais. A taxa de compressão é de 16:1.
Ele vem com um Sistema de Gerenciamento de Energia Inteligente que tem um Carregamento Inteligente Renovador de forma que o alternador carrega a bateria quando você tira o pé do acelerador.
Vieram para o Brasil duas outras versões: uma com motor V6 2.7 diesel com 190 cavalos e 44.86 Kgf.m de torque e outra com motor V8 5.0 aspirado, a gasolina, com 375 cavalos e torque de 52 Kgf.m. Existe ainda uma versão com motor V6 4.0 a gasolina com 216 cavalos e torque de 36,7 kgf.m.
O câmbio ZFHP28 de seis velocidades sequenciais pode ser usado no modo automático ou manual, com trocas no trambulador. A embreagem foi desenvolvida de forma que fique ativada o menor tempo possível para que o engate e as respostas sejam rápidas, caindo entre 1.000 e 1.200 giros nas trocas.
Lembrando que o Discovery 4 tem DNA off road, a tração é sempre integral, mas com controle eletrônico e é possível escolher entre 5 modos: areia, terra, lama, neve ou asfalto. Tem Controle de Aceleração Gradual e Assistência às Partidas em Ladeira que é integrada ao carro e fica ligada sempre sem nem luz indicadora no painel.
SUSPENSÃO
A suspensão do Discovery 4 é complexa. É a ar, eletrônica, independente nas 4 rodas, com o sistema Terrain Response, da própria Land Rover. Feita para aguentar trancos, lama, terra e pedras, e ser resistente, tem vários ajustes. O carro pode ser elevado em até 12,5 cm em velocidade limitada, para andar em situação extrema de off road. Em velocidade, tem Controle de Estabilidade de Rolagem da carroceria. Até minha mãe elogiou.
O carro foi feito para aguentar subidas e terrenos difíceis, mas fique atento aos pneus se você for para terrenos mais radicais, pois ele vem com pneus próprios para o asfalto. Testei algumas calibragens diferentes, e a que senti melhor, sem perder conforto, foi 32/38 de calibragem para estrada.
FREIOS
São gigantescos os discos ventilados dos freios: 360 mm na frente e 350 mm atrás. Além de ABS, tem EBA, EBD, HDC, ETC, CBC e DSC. E ainda um freio hidráulico traseiro auxiliar.
Ah! Quer saber o preço? Veja de acordo com os modelos:
TDV6 2.7 S – R$ 191.500,00
TDV6 3.0 SE – R$ 218.000,00
TDV6 3.0 HSE – R$ 262.900,00
LR-V8 5.0 HSE – R$ 248.900,00