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Teste da super poderosa da “Família Ténéré”, a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré 2012
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Suzane Carvalho

fotos: Suzane Carvalho e Stephan Solon

Para fechar o teste com a “Família Ténéré”, peguei a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré já em um final de tarde. O prazer e a segurança em pilotá-la até em casa, foi tão grande, que não esperei a manhã chegar para pegar a estrada, pois a Lua cheia nos convidava para um passeio.  E foram 3.042 quilômetros com ela.  Não na mesma noite, claro.  Ela já estava com 4.466 Km rodados e a deixei com 7.508.

Ela simplesmente deslizava pela Via Dutra.  Fácil de fazer curva, confortável e segura.  Os faróis, de duas lâmpadas halógenas de 55 W parecem dois olhos mascarados.  Quando você acende o farol alto, o facho de luz do baixo não apaga para acender outro, mas acende-se um adicional.  Na frente tem ainda duas “lampadinhas“ laterais auxiliares de 5 W (a mesma intensidade da iluminação da placa traseira).  Se elas fossem em led ficariam mais charmosas, já que a lanterna traseira e a luz do freio o são.  Pena que ainda não existe farol direcional em motos.  Quer dizer, na maioria das motos é, já que estão fixados ao garfo da suspensão ou ao guidão, e acompanham o movimento.  Mas seria interessante se tivesse um que virasse conforme a inclinação da moto, e compensando a angulação.

PAINEL
O painel é completo: conta-giros analógico e as outras informações em digital.  A iluminação dele é laranja e os super indicadores dos piscas jamais te deixarão esquecê-los ligados.  Tem ainda outras oito luzes de advertência.

O computador de bordo mostra a temperatura exata que o motor está trabalhando, com alertas de HIGH ou LOW para te avisar se estiver fora da faixa ideal.  Abaixo de 39° c ou acima de 121° c. E ela trabalha sempre em temperatura de uma super esportiva: entre 80 e 100 °c.  Tem opção também de mostrar a temperatura ambiente.

Você pode ver o consumo de combustível instantâneo, ou a média dele por trecho.  O único problema é que ele me disse que em determinado trecho a moto fez 17 Km/l enquanto minha calculadora marcou 15,63.  Quando o computador marcou 15,8, minha calculadora apontou 14,03.  E o consumo ficou assim: entre 14 e 18 Km/l.  Se você quiser, em vez de te mostrar em Km/l, ele pode te mostrar em l/100 Km.  Além do odômetro total e dois parciais, te mostra também o “Fuel Trip”, ou seja, quanto você já rodou depois que começou a se utilizar da reserva.  Indicação essa que me deixa sempre desesperada, principalmente, na estrada, e à noite, pois dependendo da qualidade de gasolina que você coloca, a variação da autonomia pode ser bem grande.  O tanque tem capacidade para 23 litros.  Desses, 3,9 são da reserva, ou seja, aproximadamente 60 Km para encontrar um posto de gasolina.

Na carenagem dianteira tem espaço para acomodar um GPS.  Na verdade, a Super Ténéré é completa.  Além do freio com ABS, tem controle de tração em dois níveis, e opção de desligar.  Dois modos de mapeamento do motor, tomada auxiliar DC 12 V, cavalete central, protetores para as mãos, ajustes de suspensão, sistema imobilizador, relógio.
Ela vem pronta para receber três baús.  Como eu não os tinha, minhas “malinhas” ficaram muito bem acomodadas devido ao mesmo nível do banco do carona com o  bagageiro.

Ergometricamente, é perfeita para mim.  A altura do banco é regulável e pode ficar a apenas 84,5 cm do chão na posição mais baixa ou subi-lo para 87 cm.  Minhas pernas não ficaram muito dobradas, a posição do guidão está confortável, mas a distância das manetes e dos comandos não é para quem tem mão pequena.  A embreagem é um pouco dura quando se fica muito tempo andando no trânsito pesado.  O para-brisa te livra totalmente o vento do peito e da cabeça, mas em alta velocidade ele é desviado para os braços.


MOTOR
Os 1.199 cc estão distribuídos em dois cilindros posicionados paralelamente.  É 4 tempos, refrigerado a água, 4 válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e dupla ignição.  A potência é de 110 cv a 7.250 rpm e o torque de 11.6 kgf.m a 6.000 giros.  O motor corta a 7.750 rpm.  A taxa de compressão é de 11:1 e o diâmetro do pistão é maior do que o curso:  98 x 79.5 mm.
A lubrificação é feita por cárter seco.

O despejo da potência do motor é controlado eletronicamente e é possível escolher entre dois modos de mapeamento de motor, chamado de D-Mode: T de “Touring” e S de “Sport”.   O acelerador é eletrônico: Yamaha Chip Controlled Throttle, YCC-T, que em conjunto com o virabrequim de 270° tem por objetivo deixar a aceleração mais linear e a tração mais forte.
Atenção: a Yamaha recomenda amaciar o motor durante 1.600 Km.

São 6 marchas e a transmissão final é por eixo cardan.   As velocidades máximas que a moto apresentou no velocímetro foram:
1ª – 86 Km/h / 2ª – 116 Km/h / 3ª – 151 Km/h / 4ª – 188 Km/h – 5ª – 219 Km/h – 6ª – 217 Km/h

SUSPENSÃO
A Super Ténéré mede 2 metros 25 cm e a distância entre eixos é de 1 metro e 54 cm.  Equilíbrio garantido.  Pesa 261 kgs e a distância mínima do solo é de 20,5 cm, suficiente para trilhas leves e lombadas.  Para suportar melhor os impactos, o quadro é backbone em aço.
O curso das duas rodas é o mesmo: 190 mm.

A suspensão dianteira é composta por dois garfos telescópicos com mola helicoidal e amortecedor hidráulico.  Tem ajuste de compressão e retorno dos amortecedores, mais ajuste da pré-carga das molas.  E bem fácil mexer nos ajustes.  A mola e o retorno do amortecedor se ajustam na parte de cima do garfo, enquanto que a  compressão do amortecedor se ajusta na parte de baixo do garfo, perto do freio.


A suspensão traseira é em alumínio, do tipo balança com link, com mola helicoidal e amortecedor a gás/óleo. Tem regulagem da mola e do retorno do amortecedor.  São 20 cliques para você achar o acerto ideal para seu bumbum não ficar pulando, de acordo com o piso e peso.

Com a mola endurecida, dá a impressão de que moto fica bem compacta e ela fica rápida de fazer curvas em asfalto.  Muito gostosa mesmo.  O ajuste é bem fácil.  Então, não hesite: quando mudar de tipo de terreno ou colocar carga, incluindo alguém, mude a suspensão.  Se for entrar em estradas de piso irregular, pare e amoleça a mola, o que levará apenas alguns segundos, e você se divertirá mais com ela, pois absorverá melhor os solavancos.

Ela tem também controle de tração TCS  com dois níveis que pode ser desligado ou mudado enquanto estamos andando.  O controle de tração ajuda para andar, principalmente na lama.

A roda é DID japonesa, raiada, e sem câmara.  Vem com pneus Metzeler Tourance Exp C 110 x 80 x 19 na dianteira e 150 x 70 x 17 na traseira.  Estranhei que os pneus estavam perdendo pressão muito rápido.  Talvez algum problema na válvula.  Quando peguei, ela estava com calibragem 23/29 e estava bastante pesada para o asfalto e trânsito.  Fui subindo até a pressão 42 nas duas rodas.  Ficou show!


FREIOS
Os freios vêm com ABS linear, um sistema em que a pressão hidráulica varia de acordo com a variação do piso.

A Yamaha chama de ABS Unified Brake System a equalização dos freios entre as duas rodas, que a Honda chama de C-ABS (Combined ABS).  Mas caso você queira controlar a moto em baixa velocidade, segurando só no freio traseiro, isso é possível, pois o sistema só entra em ação a partir de certa velocidade. Se mostraram bastante eficazes em todos os testes que fiz, mas achei que o ABS traseiro entra em ação cedo demais. Os discos dianteiros têm 310 mm de diâmetro, e o traseiro, 282 mm.

Ela tem duas coisas que eu acho que todas as motos deveriam ter: tranca o guidão para os dois lados e  pisca-alerta.  Só achei curioso que ela não tenha tranca porta-capacete.

A cor, por enquanto só o azul, que é tradicional e perfeita.  Talvez uma cor de terra com detalhes em amarelo também fique legal, já que lembra o deserto.   Custa R$ 61.000,00 e está em uma das 550 concessionárias para você ir vê-la de perto e, quem sabe, comprá-la.

MOTÃO !  =)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Harley-Davidson inaugura nova fábrica em Manaus
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Suzane Carvalho

Fotos: Suzane Carvalho

O Brasil é, para a Harley-Davidson, o maior mercado da América Latina e está entre os 10 principais do mundo.  E tem espaço para crescer mais do que em qualquer outro país.  Foi na década de 20 que as primeiras HD desembarcaram no Brasil, e desde 1999 alguns modelos vinham sendo montados na primeira planta de Manaus, que se adaptava conforme a demanda crescia.

Há exatamente 12 meses, quando a Harley-Davidson Inc retomou as operações no Brasil, tinha apenas três concessionárias para atender todo o país.  Prometeu fazer uma rede forte, de forma que seus produtos pudessem chegar mais facilmente aos clientes, fazer um trabalho de pós-vendas para que não faltasse peças para as motos, oferecer um novo “line-up”, oferecer aos clientes a experiência do espírito “harleyro” e modernizar a fábrica.  E conseguiu cumprir o prometido.  Além disso, a montadora está investindo em um Centro de Formação de Técnicos, em São Paulo, para que todas as concessionárias possam ter garantia de boa mão de obra.

Dois meses após a retomada já foi inaugurada a primeira concessionária própria, em São Paulo, e em dezembro, já eram 10 lojas.  Hoje, dia 27, a 11ª loja da marca está sendo inaugurada no bairro da Barra Funda, em São Paulo.

A cerimônia do "corte da corrente" para a abertura da fábrica

A fábrica que hoje foi inaugurada em Manaus tem 10.000 m² e fabrica 19 dos 20 modelos oferecidos aos brasileiros.  Somente a “top” CVO Ultra Classic Electra Glide já vem montada dos Estados Unidos.  Na verdade, outros dois modelos, de uso exclusivo da polícia, também são montados aqui.  Esses modelos têm pequenas diferenças como embreagem mais resistente, duas baterias, luzes de alerta integradas, entre outras coisas.

As motos fabricadas em Manaus são exclusivas para o mercado interno e montadas no sistema CKD (montagem das peças que vem prontas de outro país). É a única fábrica no mundo que tem todas as plataformas da Harley-Davidson.  No final da linha de produção, todas as motos passam pelo “roll test”, em que técnicos especialistas analisam cada detalhe com a moto em movimento, dentro de uma caixa de vidro.

Nesses dois primeiros meses do ano, a nova fábrica, que entrou em operação em janeiro, montou 500 motos/mês e a meta é montar até 30 motos/dia.  Se for o caso de a demanda aumentar, estão preparados para também aumentar o tamanho da fábrica, já que foi construída em módulos, ou até mesmo, abrir outro turno de trabalho.  Os motores também são montados aqui, e com os componentes já prontos, atualmente, uma moto demora entre 14 e 35 minutos para ficar pronta, dependendo do modelo.  O controle do tempo é feito por um timer que é disparado quando o motor entra na linha de produção para ser encaixado no chassi, e tem o objetivo de chegar ao final da linha com o cronômetro zerado.

Os motores já prontos para serem colocados no chassi

Estiveram presentes os principais executivos da empresa, e Keith Wandell, presidente e CEO da Harley-Davidson Inc. afirmou: “Nossa marca é um ícone, e nosso trabalho é nos certificar de que nossa empresa será tão importante nos próximos 100 anos como foi nos 100 anos que se passaram.  Se queremos ser globais, temos que pensar globalmente, e estamos modernizando todas as fábricas HD no mundo.”

Mark Van Genderen, vice-presidente para a América Latina, disse que o investimento no Brasil está sendo grande para que recuperem o espaço que não foi ocupado por eles nos últimos anos, e que investirão quanto mais for preciso para atender e satisfazer os clientes, pois uma vez conquistados, eles não deixam mais a marca. Além disso, a HD quer deixar a imagem de moto de “tiozão”.  Para tal, trabalha na conquista de novos grupos como os de mulheres, jovens e novos entrantes no mundo das duas rodas.

Longino Morawski, Diretor Superintendente Comercial no Brasil, afirmou que “a Harley é muito mais que uma moto, é um estilo de vida”, e garantiu que em caso de quebra, as peças de reposição chegam às concessionárias em no máximo 48 horas, pois são mais de 15.000 itens em estoque.”

Celso Ganeko, Diretor Superintendente Industrial da HD do Brasil, disse que a fábrica que hoje foi inaugurada, veio para substituir a que foi construída em 1999, na época, a primeira linha de montagem da HD fora dos Estados Unidos, e a terceira fábrica de motos a se instalar em Manaus.  Hoje trabalha com 110 colaboradores e que o fato de a fábrica estar em um só piso plano, aumenta a produtividade.

No "roll test", técnicos avaliam a moto dentro de uma caixa de vidro

Em 2012 a HD do Brasil vendeu 7% mais motos que em 2010.  Mais precisamente, 4.322 unidades foram emplacadas.  O mercado de motos Premium como um todo, cresceu 20%, e a Harley tem 10% desse mercado.

Para os fãs da marca, a empresa está organizando a segunda edição do Rio Harley Days evento aberto ao público que gosta de motocicleta e rock’n roll, que acontecerá em setembro no Rio de janeiro.  E em novembro acontecerá o National Hog, exclusivo para proprietários da marca.

Outra novidade anunciada foi a parceria com o Banco Bradesco.  Para quem sonha ter uma Harley-Davidson, o ‘HD Financial Service’ será um programa de financiamento em até 60 meses.  Além disso, será também lançado o cartão de crédito com a marca da Harley-Davidson.

A empresa está também pensando em realizar cursos de pilotagem para preparar os novos entrantes no mundo das duas rodas que comprarem suas motocicletas, programa esse que já é realizado ao redor do mundo pela Harley-Davidson.

Dos 19 modelos vendidos no Brasil, 18 são montados em Manaus

INFORMAÇÕES:
– em 2011, o modelo mais vendido da marca, no Brasil, foi a Super Glide, com 750 unidades.
– os modelos da Harley-Davidson são separados em 5 famílias: Touring, V-Rod, Sportster, Softail e Dyna.
– a moto mais barata é a Sportster 883 Roadster que custa R$ 27.700 e a mais cara é a CVO Ultra Classic Electra Glide, a única importada montada para o Brasil, que custa R$ 104.900,00.
– um “harleyro” não compra só a moto.  Compra também roupas e acessórios que o identificam ainda mais com a marca.
– até o final do ano, outras 7 concessionárias H-D serão abertas no Brasil.
– a motocicleta que originou toda a história, foi construída em 1903 por William S. Harley e os irmãos Arthur e Walter Davidson.


Superbike Series recomeça como o maior campeonato de motovelocidade que já existiu no Brasil
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Suzane Carvalho

Público hoje em Interlagos foi próximo de 30.000 pessoas

Arquibancadas lotadas, todos os boxs tomados de motos, muitas empresas envolvidas, 162 pilotos competindo, seis categorias, show de acrobacias e escola de pilotagem para a formação dos futuros pilotos. É uma nova era para o motociclismo brasileiro, que além de exportar pilotos, agora também importa. É a profissionalização do motociclismo, que assim como está acontecendo no automobilismo, gera mão de obra, entretém o público e dá retorno às empresas envolvidas.

Para atrair e deixar satisfeitas as quase 30.000 pessoas que estiveram presentes hoje em Interlagos, é preciso não somente ser um apaixonado pelo esporte ou um empresário de visão. É preciso a união desses com empresas e imprensa, ser condescendente e trabalhar muito para que o resultado final seja um espetáculo satisfatório para o público, pilotos e empresas envolvidas.

E o empresário/piloto Bruno Corano é que está à frente desse campeonato que já foi apontado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) como o quinto mais importante do mundo. Bruno se envolveu com o motociclismo em 2004, e não satisfeito com a organização dos campeonatos dos quais participava, resolveu idealizar o próprio.
“Me propus a fazer um negócio, e se é para fazer, vamos fazer direito. O resultado é fruto de um desenho estratégico eficiente, pessoas competentes envolvidas e transpiração. A minha contribuição é com a visão e injeção de dinheiro, mas quem faz o evento é um time, junto com as empresas que aceitaram se unir a um trabalho sério. Mostramos para eles que essa é uma arena importante para dar retorno e o resultado é o sucesso. A gente está só no começo. Já somos o terceiro maior evento nacional, atrás de futebol e vôlei, mas a gente tem muito para galgar. Como produto, Motovelocidade é atraente, tem plasticidade e emoção, Temos muito para progredir.“, declarou.

foto: Nivaldo Querino

As empresas que estão apostando no projeto de Bruno, são: Desodorante Gillette, Honda, Kawasaki, Pirelli, Mobil, Diafrag, Laquila, Brembo, Akrapovic, Öhlins, Alpine Star, Shark, Tutto Moto, Dainese e AGV.

Luiz Carlos Cerciari, que estreou na motovelocidade em 1978, e hoje ganhou na categoria Máster da SuperBike Pro, enfatizou que a única vez que tinha visto um público como o de hoje, foi em 1987, quando a Copa Yamaha Marlboro RD 350 chegou a reunir 90 pilotos e tinha premiação e televisionamento da Globo após o Fantástico. “Estou feliz por ter passado por todas as fases de altos e baixos do motociclismo tanto como piloto quanto como equipe, mas nunca vi um evento grande como esse.”

Pilotos com experiência no exterior também estão correndo em nosso campeonato. Sebastiano Zerbo, italiano que tem em seu currículum mais de 600 vitórias e já foi campeão de SuperBike, veio ao Brasil para correr as 500 Milhas e gostou. Corre com uma Bimota, que está ajudando a desenvolver, já que a moto correrá o Mundial de SuperBike a partir do ano que vem. Largou e chegou em 9°. Nicolas Ferreira, que correu por muitos anos na Espanha, largou em 14° e chegou em 10°.

Permitam-me abrir espaço para falar das mulheres que participaram do evento.
Dos 162 pilotos, apenas 4 são mulheres, que competiram em 5 categorias. É pouco, muito pouco, mas com certeza, com o rendimento que tiveram, outras se encorajarão a desafiar preconceitos para vir competir de moto.
É, na cabeça da maioria das pessoas, só homem anda de moto. Todas as vezes que paro em um posto de gasolina com uma moto pequena, me chamam de “brother”, e se eu estiver com uma moto grande, me chamam de “doutor”.

 

 

 

Das quatro, a mais experiente é exatamente a mais nova. Com apenas 17 anos, a paulista Sabrina Paiuta já compete há 10. De 2002 a 2008 correu de Motocross onde ganhou títulos, e desde 2009 compete de Supermoto, onde foi Campeã Paulista em 2010, e vice-campeã em 2009 e 2011. Sua estreia na motovelocidade, hoje, foi com podium: chegou em 3° entre os 30 pilotos que se inscreveram na categoria Light da Copa Ninja 250. Seu objetivo é correr fora do Brasil. Vamos torcer por uma brasileira no Mundial de Motovelocidade.

 

 

Cristiane Trentim, 33, anda de moto há 10 anos, e há dois começou a andar nas pistas. É de São Paulo e ano passado fez seu primeiro campeonato completo, correndo na Superbike Series, com uma Suzuki GSX-R 750 quando terminou o campeonato em 10°. Participou das 500 Milhas de Moto de Interlagos e esse ano vai continuar correndo no Superbike Series Light com a 750 até que possa comprar uma 1.000 cc, e para ganhar “hora de vôo”, se inscreveu também para correr na Copa CB 300R, mas disse ter estranhado bastante a moto mais leve. Na SBK Light, largou em 31° e chegou em 29°.

Bárbara Paz, a “Babi” Paz, 28, é carioca e começou a andar de moto em passeios de final de semana, na garupa do marido. Não demorou em querer ter sua própria moto. Para ganhar mais técnica, em fevereiro do ano passado foi fazer um curso de pilotagem, onde ganhou gosto pela aceleração forte. Montou equipe própria, a Babi & Shad Racing Team, e estreou competindo há três semanas, nas “200 Milhas do Rio de Janeiro”. Hoje fez sua primeira corrida sozinha. Dentre os 33 pilotos, largou em 30° com sua CBR 1000RR e chegou em 25°.

 

Erika Cunha, 27, é paulista, mas mora em Teixeira de Freitas, na Bahia, onde é gerente de uma concessionária Yamaha. Em junho do ano passado, percorreu 900 quilômetros até o Rio de Janeiro com uma R1 na caçamba do carro para fazer o curso de pilotagem do Luís Cerciari, e em outubro já começou a correr com uma Yamaha R6. Além de instrutor, Cerciari se tornou também seu chefe de equipe e noivo. Erika vai competir todo o campeonato na 600 SuperSport e hoje também foi para o podium, já que chegou na 5ª colocação dentre os 15 pilotos da categoria amadora da 600 cc.

Aqui, os primeiros de cada categoria da 1ª Etapa do Mobil Pirelli SBK:

COPA NINJA 250
* resultado sub-júdice

COPA CB 300R
1 – Igor Aquyama
2 – Rubens Pacheco “Rubão”
3 – Hélio Leandro Lopes
4 –Maurício Saguio
5 – Pedro Sampaio

CBR 600F
1 – Alberto Ricieri
2 – Marcos Câmara
3 – Rafael Goyos
4 – Jefferson Henrique
5 – André Luís Paiato

600cc SUPERSPORT
1 – Fábui Brandt
2 – Sergio Laurentys
3 – IvesMoraes
4 – Fabiano Carazzai “Daninha”
5 – Matt Matheus Oliveira

SUPERBIKE LIGHT
1 – Júlio César “Cesinha”
2 – Mike James
3 – Rodrigo Kabeça
4 – Gustavo Cicarelli
5 – Piui Willians

SUPERBIKE
1 – Diego Faustino
2 – Bruno Silva
3 – Bruno Corano
4 – Alecsandre Doca
5 – José Teixeira “Cachorrão”


Em seu segundo ano, ‘Salão Bike Show’ já se tornou o mais importante do setor, no Rio de Janeiro
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Suzane Carvalho

Ano passado o carioca ganhou um Salão especializado em duas rodas, que está se repetindo este ano.  O evento começou ontem no Riocentro, e irá até domingo.

São mais de 80 expositores entre fábricas e lojas com produtos e acessórios para rua e pista.  Tem dois shows de bandas de rock por dia, teste drive de modelos da Honda, palestras, simuladores, shows diários da Equipe Força & Ação, encontro de Clubes e encontro de pilotos veteranos do motociclismo.

CBR 600RR 2012

Honda expõe a CBR 600RR 2012 pela primeira vez
O stand da Honda ocupa 550m², e tem todos os seus modelos 2012 expostos, incluindo os quadriciclos, e com destaque para a primeira exposição da CBR 600RR. A GL 1800 Gold Wing é um show à parte.

Além de estar comercializando seus produtos no Salão, a Honda trouxe também os instrutores do Centro Educacional de Trânsito Honda (CETH) que farão palestras sobre direção defensiva e educação no trânsito.  Os visitantes terão ainda oportunidade de testar alguns modelos, e os testes drives acontecem mesmo com chuva, já que está em uma área coberta do Riocentro.  Na tenda montada pela Honda na área externa, proprietários de motos de qualquer marca poderão fazer um check up com troca de óleo em suas motos.

A Suzuki também colocou toda a sua linha em exposição em dois stands totalizando 577 m2 e está aproveitando para comercializar seus produtos. Kasinski, Kawasaki, BMW, Cam-Am e Traxx também estão representadas.

Scooter Bee da Allan Motors

Como as grandes fábricas não fazem lançamentos nesse Salão, as pequenas se aproveitam dele para fazer seus novos produtos aparecerem. A Allan Motors apresentou o primeiro produto que leva a própria marca, já que há 11 anos é revendedora de outras fábricas. É a scooter “BEE”, que tem um design retrô e foi desenvolvida por eles pensando em uma identidade com o carioca.  Tem motor 4 tempos de 50cc, tanque de 5 litros e atinge 50 Km/h. A fabricação é chinesa e tem diversos acessórios como para-brisas, bauleto e tapete. Com o slogan “BEE COMBEENA COMIGO” seu preço é de R$ 6.900,00. No Salão, a Allan Motors está expondo também outros produtos como a bonita Piaggio Beverly 300.

A SR 150 da Auguri

A Auguri, outra empresa carioca, e que tem Rodrigo Aragão, ex-representante da Garini, em seu comando, também apresentou um novo produto.  É a scooter SS 50 que tem design e cores modernas, cavalete central e lateral.  A Auguri entrou no mercado em 2008 e seus produtos são  de boa origem chinesa e com apelo visual,  Além das três lojas na cidade do Rio de Janeiro, tem outras em Cabo Frio, Macaé, Niterói e Três Rios.  Além da SS 50, em seu portfolio tem ainda a scooter SS 150 que tem estilo retrô mas com freios a disco, aro 14″ e lanternas e piscas em led, a scooter SR 150, a CUB 49 que tem um imenso freio a disco, uma moto off-road de 110 cc e um ATV 110.  A Auguri está vendendo uma média de 200 unidades por mês.

Zeta Bike é dobrável

Como um produto que está ganhando cada vez mais espaço, a bicicleta elétrica também está presente, e a Zetabike foi apresentada como uma bicicleta elétrica inovadora por ser dobrável e de fácil manuseio.  Ela foi desenhada pelo designer de Fórmula 1 Derek Gardner, pesa 17 Kgs, tem autonomia para 30 Km, alcança 25 Km/h, tem suspensão dianteira, freios a disco na frente e atrás (!!!) e custa R$ 2.500,00.

PETROBRAS investirá 158 milhões na fábrica de lubrificantes
A Petrobras, que é um dos patrocinadores do Salão, disse que o mercado de lubrificantes para motocicletas está crescendo muito e estão no mercado com três produtos para motocicletas, sendo dois para motos de motores 2 tempos, e um para motores 4 tempos.

A planta da empresa em Duque de Caxias, no RJ, atualmente produz 27 milhões de litros de lubrificantes por mês, mas até o final do ano que vem já estará produzindo 42 milhões de litros, com o investimento que está sendo feito de 158 milhões de reais até 2015, para ampliação da unidade. Os lubrificantes para motocicletas já representam 9% do total vendido, incluindo aí os produtos para navios, caminhão, carro, etc…

É importante ressaltar que, o óleo de motor para carros não é o mesmo do óleo de motor para motocicletas, mesmo que seja 4 tempos, pois além de lubrificar o motor, nas motos o óleo lubrifica também o câmbio e a embreagem.

Commander II dura mais de 40.000 Km

Michelin lança pneu que dura mais de 40.000 Km.
A fábrica de pneus que tem sede na cidade do Rio de Janeiro, Michelin, aproveitou o Salão em sua cidade para lançar um produto inovador.

Gabriel Caldas, gerente de Marketing da Michelin para a América do Sul, apresentou os pneus especiais para motocicletas custom, Commander II, e disse que o objetivo foi fazer um pneu que faça uma maior quilometragem sem perder a qualidade, e garante que o pneu traseiro roda mais de 40.000 Km, e que o dianteiro roda ainda mais.

A durabilidade da nova linha foi comprovada por  testes independentes realizados pela frota de teste do Texas.
A carcaça de alta densidade desse novo pneu radial é associada com a Silica Rain Technology (SRT), desenvolvida pelos engenheiros do Centro de Tecnologia Michelin, em Ladoux (França), e incorpora a sílica na banda de rodagem, projetada para evitar desgaste irregular.

Os cabos de aramida no topo da banda de rodagem dos pneus traseiros aumentam a resistência e leveza para uma melhor dirigibilidade e estabilidade, mesmo em altas velocidades. O Cammander II tem numerosos sulcos longitudinais para melhorar a dispersão de água em piso molhado. Foi dada especial atenção também ao design, para que os pneus ficassem com um visual mais bonito. Os pneus estarão disponíveis a partir de fevereiro, em 11 dimensões, aros 15, 16 e 17 para a roda traseira, e 16, 17, 19 e 21 para a dianteira.

Na área externa, a Michelin colocou à disposição um caminhão com dinamômetro para medir a potência dos motores das motocicletas dos visitantes.

O Salão Bike Show é realizado pela Índigo Brasil. Vai até domingo, das 14 às 22 horas,  e o estacionamento para motocicletas não está sendo cobrado.  Ano passado, o público foi de 28.000 pessoas, e este ano espera-se mais de 40.000.

 


Pole e vitória de argentinos nas 500 Milhas de Moto 2012
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Suzane Carvalho

O ARGENTINO LEANDRO TATI MERCADO NA CURVA DO LAGO

Além de ter feito a pole position, a equipe formada pelos pilotos argentinos Leandro “Tati” Mercado e Leonardo Pucho Bagni que correm no Mundial de Superbike e estavam acompanhados do brasileiro Pablo Martins, o “Baratinha”, fez ainda, com sua Kawasaki Ninja ZX-10R, a melhor volta e cruzou a bandeirada em primeiro após as 7 horas, 10 minutos e 42 segundos da 15ª  edição da 500 Milhas Brasil realizada no dia 15 de janeiro em Interlagos.  Mas ao contrário do que possa parecer, a prova não foi assim tão fácil para eles.

A chuva que começou a cair poucos minutos antes da largada, obrigou todas as equipes, que já estavam alinhadas no grid, a voltarem para os boxes para a troca de pneus e trouxe um novo panorama para a corrida.

foto: Suzane Carvalho

LARGADA NO ESTILO "LE MANS"

Correndo com uma Honda CBR 600RR, o piloto de 15 anos Eric Granado, que estreará este ano na Moto 2,  mais parecia o “Ligeirinho”.  Largou na quarta posição, pulou para frente e deu um show de pilotagem.  Ele fazia na chuva o que a grande maioria fazia no seco, e foi preciso fazer movimentos mais rápidos para que eu conseguisse fotografá-lo.  Dividiu a moto da equipe Mobil Rush Racing Team com Nico Ferreira, Sergio Laurentys e Eduardo Costa Neto.  Disputaram sempre a ponta da classificação até que uma queda de Nico fez a equipe perder 10 minutos para recolocar a moto na pista.  Eric andou 74 das 183 voltas completadas pela equipe, e em sua última tocada, recuperou posições ultrapassando o  experiente Doca, que corria com uma BMW S1000RR,  a duas voltas do final, fazendo a equipe terminar a corrida em segundo na classificação geral, e em primeiro na categoria SuperSport.

ERIC GRANADO DEU SHOW NA CHUVA

CACHORRÃO E DOCA BRIGAVAM PELO TRI, MAS FICARAM EM SEGUNDO
Largando da segunda posição, José Luiz Teixeira “Cachorrão” e Alecsandre “Doca” Brieda corriam atrás da terceira vitória consecutiva nas 500 Milhas Brasil, juntamente com Daniel Gardel Mendonça, mas na 126ª volta, quando lideravam a prova com três voltas de vantagem, Cachorrão caiu na saída da segunda perna do “S do Senna”.  Conseguiram ainda chegar em terceiro na geral e segundo na categoria Superbike.

CACHORRÃO CORRIA ATRÁS DO TRI, MAS CHEGOU EM 3°

Outra equipe com boa participação foi a Kasinski, que pelo segundo ano consecutivo chegou na 2a colocação da categoria Força Livre.  Os pilotos Leandro Mello e Eduardo Tostes correram com uma Kasinski Comet GT 650 R e saíram da 28ª posição para cruzar a bandeirada em 6º lugar na geral, completando 170 voltas.  Perderam apenas para uma Yamaha YZF R1 pilotada por Alexandre Ramalho, J N Rodrigues, Elton e Naildo Emidio que havia largado na 11ª posição.

KASINSKI COMET GT 650 R CHEGOU EM 2° NA FORÇA LIVRE

A equipe italiana Perfect Race foi outra protagonista.  O italiano Sebastiano Zerbo e o americano Josh Galster dividiram o guidon da Bimota DB7 com o brasileiro Diego Pretel.  Rápidos nos treinos, largaram na terceira posição.  Durante a corrida, por duas vezes a moto parou e teve que ser rebocada para os boxes.  Continuaram na corrida, e na última volta acabou a gasolina.  Sebastiano empurrou a moto reta acima até cruzar a linha de chegada, conquistando ainda o 4º lugar na categoria Superbike com 158 voltas.  Seu concorrente mais próximo, a Suzuki GSXR 1000 de número 777 da Equipe Yokomoto estava 18 voltas atrás.

SEBASTIANO ZERBO COM A BIMOTA BD7

 

CASAL FICA EM TERCEIRO NA SUPERSPORT

Veterano das pistas, Luiz Carlos Cerciari que ganhou as 500 Milhas em 1987, correu com sua namorada, Erika Cunha, que está nas pistas há apenas seis meses.  Pilotando uma Yamaha R6, chegaram em 3° na categoria SuperSport.

Com pilotos do Ceará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, a equipe nordestina MobilRush teve Wagner Duarte, Dudu Rico, Esdras Reis e Denis Ramalho pilotando uma Suzuki GSXR1000 inscritos na Força Livre.  Saíram na 13ª posição e chegaram em 16º, sendo 8º  na categoria.

O evento teve duas corridas preliminares: na primeira, 41 alunos da Escola de Pilotagem MotoCo alinharam suas motos originais de todos os estilos em uma corrida de 7 voltas.  Na segunda, 36 pilotos da categoria 250cc correram na pista ainda com sol.

Depois de assistir às 3 corridas, o público presente pode ainda se deliciar com o show da Equipe Força e Ação em piso molhado.

Organizado pelo Centauro Motor Clube com supervisão da Federação Paulista de Motociclismo, o evento de Endurance em Interlagos foi integrado às comemorações do aniversário de 458 anos da cidade de São Paulo.  Aliás, o evento se tornou lei em 2009, e entrou para o calendário oficial dos festejos de São Paulo, desde o ano passado.

A festa para quem gosta do esporte teve alguns percalços por conta das novas regras impostas pela  administração do Autódromo de Interlagos, como estacionamento caro e distante, falta de informação e de educação dos seguranças que não deixavam pilotos, equipes nem imprensa passar, e falta de papel e sabonete nos banheiros.