Blog da Suzane Carvalho

Arquivo : fevereiro 2013

Dia 03: 12/02/2013. Trecho Santa Elena de Uairén-Upata
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Suzane Carvalho

Gran Sabana

Acordei às 06:30 em Santa Elena de Uairén e hoje vou cruzar a Gran Sabana até Puerto Ordaz.

O café da manhã do hotel começava somente às 07:30 e tinha um monte de gente do lado de fora do quiosque esperando.  Quando liberou, não deu para todo mundo sentar.  E eram eles que serviam.  Depois de esperar um tempão, vi que se eu fosse tentar comer, perderia mais de uma hora. E não tinha nada assim… propriamente saudável.  Outra vez, “meus cereais” pra quê te quero!

Saí para abastecer e trocar dinheiro.  Troquei  1 Real a 8 Bolívares e 1 dólar a 16.

Lá eles oferecem gasolina nas ruas conforme você vai passando.  Não entendi o porquê, se a gasolina é tão barata: R$ 0,10/litro.

A marca de moto que domina por aqui é a Empire  Keeway.  Tem para todo lado.  Tem muitas motos personalizadas também.

Perdi quase duas horas procurando lugar para abastecer.  Lugar tinha, mas eles não quiseram abastecer minha moto, dizendo que com placa do Brasil não pode abastecer.  Então perguntei como faria, já que não tinha mais gasolina nenhuma.  Eles disseram que eu tinha que voltar para o Brasil para abastecer.  Como assim?!?  Se vou para o norte, tenho que voltar para o Brasil toda vez que o tanque de gasolina acabar?  Bem inocente eu.  Isso é para que os brasileiros não atravessem a fronteira com um caminhão pipa para encher de gasolina.  Ou os inocentes são eles que acharam que eu queria roubar a gasolina deles com a minha moto???  Então entendi porque oferecem gasolina nas ruas e por muito pouco mesmo não comprei, pois fiquei com medo de ter pane seca novamente, além de ter que andar 20 km  para trás e voltar outros 20.

No hotel, tive que pagar por duas pessoas, mesmo sendo só uma, já que no quarto haviam duas camas.  Recebi duas pulseirinhas para dois cafés da manhã, que não tomei.

No final das contas, saí de Santa Elena de Uairén já mais de meio-dia.  Já rodei até aqui 1095 km e rodarei mais 600 hoje.

Bastaram 5 km para que a paisagem me fizesse esquecer o stress do combustível.  15 km mais à frente, aparece a primeira cachoeira.

Aqui é o Parque Nacional Canaima e esta região é terra dos índios San Marcos.  Os mesmos índios São Marcos que ficam em Roraima, na região perto da fronteira.

Aqui eles alugam ocas para os turistas ficarem.  Tem diversos “paradores turísticos”.

Por aqui quase não tem placa indicativa e tenho que  parar muitas vezes para perguntar, pois é regra: sempre depois de uma placa vem uma bifurcação sem placa.

A impressão é a de que toda a parte sul da Venezuela ainda está por ser habitada.  Na verdade, ainda são terras indígenas.

Parei para abastecer em Rapidos de Kamuiran. Rodei 163,4 coloquei 6,1 litros km 1.241,6 km rodados  total da moto: 1.527

A paisagem é lindíssima, ampla, e a sensação de liberdade e paz, gigantesca.

Se quiser sentir um pouco dessa liberdade, venha na minha garupa clicando aqui.

No trecho final tem uma serra de mato fechado que é divina.  Desci debaixo de chuva.  Aventura para ninguém botar defeito. Se você quiser sentir um pouco dessa emoção, venha comigo clicando aqui.

Logo após a descida passei por duas comunidades chamadas San Izidro e Las Claritas, um tanto assustadoras.  Muito buraco, lixo na rua e apertado para passar. Parei para tirar a câmera do capacete que estava chamando muita atenção.   Ali é bem fronteira com a Guyana.  Depois desse trecho começaram as retas.  Inicialmente fazendas, depois virou mato fechado.

Rodei mais 235,8 km e cheguei a Tumeremo já às 17 horas e faltam ainda 220 para chegar a Puerto Ordaz.

No trecho que peguei a seguir choveu muito muito forte mesmo, tempestade.  A moto foi perfeita.  Eu não podia nem pensar em parar, pois era mato fechado, mão dupla e sem acostamento. Dessa vez coloquei a parte de cima da capa.  Passei por El Callao onde estava tendo festa de Carnaval e uns venezuelanos que estavam no mesmo hotel que eu em Santa Elena de Uairén pediram para tirar foto comigo. Ele é editor de uma revista e me pediu para enviá-lo minhas aventuras por aqui que ele quer publicar.

Às 18 horas escureceu, e por isso o presidente Chaves definiu o fuso horário de 30 minutos, para que o dia termine às 18 horas.

Cheguei a Upata já às 19:30.  Eu não queria rodar à noite e nem é recomendado, mas não tive jeito.  Esses últimos 100 km fiz em uma hora e meia, pois era outra serra fechada.  Pude então testar o farol da Honda NC 700X, que achei que nem fosse testar.  O pessoal da Honda de Manaus já havia regulado para andar com peso e foi perfeito.  A visibilidade do painel é fantástica e do jeito que eu gosto: preto no branco.

Parei em um hotel que por duas vezes já haviam me indicado, ali na estrada mesmo, chamado Hotel Andrea.  É um hotel antigo mas tem internet na recepção.  Tive que pagar por três, já que só havia quarto com 3 camas.  Paguei 380 bolívares = 44 reais.

Bem embaixo do hotel tem um restaurante chinês grande e bem movimentado e comi ali mesmo, pois não via comida desde Manaus. Consegui que eles fizessem uma massa com frango e legumes, sem sal. =) Sem suco nem água me saiu 100 bolívares.

Desde a fronteira com o Brasil até essa região, a população é praticamente de índios.  A estrada está muito boa, mas é sempre em mão dupla e sem acostamento.

Foi um dia de muitas emoções, mas em que tudo deu certo.  \o/

Até aqui nenhum policial me pediu documento, ninguém me parou.

Clicando na imagem abaixo você poderá ver as velocidades em cada trecho.


Dia 02: 11/02/2013. Trecho Rorainópolis-Santa Elena de Uairén
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Suzane Carvalho

Praia no Rio Branco

Acordei bem cedinho e após o café da manhã na beira da piscina (é, o Hotel Amazônia Palace tem piscina e tudo!), fui abastecer.

A previsão é de que vou rodar nesta viagem aproximadamente 5.000 km que é a durabilidade prevista para este pneu Bridgestone Batlax SportTouring aro 17″ tanto na dianteira quanto na traseira.  Eu trouxe calibrador e óleo de corrente.  A calibragem recomendada é 36 na frente e 42 atrás, que é a que eu saí de Manaus.  Normalmente utilizo calibragem mais alta, mas como devo pegar alguns trechos de terra, deixei a original mesmo.

Saí de Rorainópolis às 09:47 min.  Peguei um pequeno trecho de terra batida e o comportamento da moto foi perfeito.

Nessa região, o meio de transporte motor mais utilizado é a motocicleta mesmo.  Tive a impressão de que todas as Biz do mundo estão por aqui!

Mesmo em chão de terra batida, e com carga, a suspensão da NC foi perfeita.

Passei por Caracaraí onde tinham dois postos de gasolina.

Km 688 da viagem e estou chegando a Iracema, que também tem posto para abastecer e fica 95 km antes de Boa Vista.

A passagem pelo Rio Branco é muito bonita e o asfalto nesse trecho é novo e perfeito, com acostamento e tudo.  Muito melhor que as estradas do estado do Rio de Janeiro.

Km 727 – Mucajaí.  Faltam 53 km para Boa Vista, mas como o nível da gasolina entrou na reserva, não irei arriscar novamente e vou abastecer logo.  Tem Supra e coloquei.  A moto está com 1012 km rodados e andei 244.8 km com 11,15 litros: média de 21,88 km/l.  De fato, neste trecho eu acelerei mais.

Peguei o jeito de tirar e amarrar as malas rapidamente.  A colocação da lona é que demora mais, mas é preciso por causa da chuva.  É legal porque enquanto desamarro e amarro as malas sempre tem um monte de gente à minha volta conversando, perguntando, e aproveito para pegar dicas de como está o caminho pela frente.  Por duas vezes já me deram informações erradas, mas tudo bem.  É bom ter informações, mas sempre tenha outras opções na cabeça.

Como eu estava com muita fome, acabei comendo um sanduiche desses que contém sódio suficiente para te nutrir por um ano.

Em Boa Vista, uma parada para fotografar o Rio Branco.  Do último abastecimento até aqui andei somente 66,8 km, mas aproveitei para abastecer novamente porque a próxima parada deverá ser somente em Pacaraima.

Passei por lindas praias de rio.  Em uma parada para beber algo, já que o sanduiche me deu muita sede, encontrei outros viajantes com uma NC 700X.  Era vermelha, estava com 15.000 km rodados, tinha protetor de manetes também vermelhas e a suspensão dianteira rebaixada.  Estava bem bonitinha e os donos ficaram de olho na preta.

Km da moto: 1.306.  Andei 227,2 desde o último abastecimento, cheguei a Pacaraima, última cidade do Brasil.

Cruzei a fronteira para a Venezuela em Santa Elena de Uairén e estranhei porque aqui não pedem documento ou passaporte.  Todos entram, todos saem, de um e de outro país sem precisar carimbar passaporte.  O trânsito de pessoas circulando na fronteira é bastante grande.  Igualzinho ao Paraguai.

São agora 17:20 min, está chuviscando e escurecendo.  Não tinha vaga no hotel que eu havia reservado, o Gran Sabana.  Logo que parei a moto encostaram em mim e me ofereceram câmbio antes mesmo de eu tirar o capacete, por 8,9 bolívares 1 real.  Como “carioca experta”, claro que não dei meus reais para o primeiro que me apareceu.  Fui para a segunda opção de hotel, o Anaconda.  Tinha apenas um quarto e uma fila de gente atrás de mim procurando por quartos.  A recepcionista disse que eu podia pagar em real mesmo, R$ 94,00 e fez o câmbio a 8.

O hotel é bonitinho, parece um resort, mas “só para inglês ver”, porque não tinha tapete no banheiro, nem internet no quarto, nem secador de cabelo, nem tomada para carregar as baterias.  Tive que desligar a TV e arrastar a cama para lá para colocar as coisas em cima.

Celular serve de controle remoto da câmera fotográfica. Ambos da Samsung. Muito bom!

O que me faz perder mais tempo é desarrumar e arrumar a “fiarada” toda para colocar os eletrônicos para carregar.  São duas câmeras fotográficas, a GoPro, dois celulares, um GPS, o Garmin, o mp3 player, fora o notebook.  Os celulares me servem como rastreadores, como GPS, como gravador e como controle remoto das câmeras fotográficas.

Santa Elena de Uairén não é propriamente uma cidade.  No restaurante do hotel que abriu das 20 às 22, só tinha um prato: “llomitos con papas fritas”, ou seja, filé com fritas, o que não como.  Estava chovendo e muito escuro na rua, então peguei carona até o “centro” com um casal de brasileiros que também queria jantar.  Enquanto eles comiam em um quiosque na pracinha, dei a volta em quase toda a cidade e não encontrei nada que eu pudesse comer.  Na noite anterior eu já havia comido panqueca de carne moída e até topei comer pizza, mas o rapaz, brasileiro, disse que demoraria mais de uma hora.  Só comprei água.  Quando voltei ao hotel, tomei o whey protein e comi cereais que eu trouxe.

VEJA AQUI meu percurso de hoje.


Dia 01: 10/02/2013. Trecho Manaus-Rorainópolis
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Suzane Carvalho

Saindo de Manaus para Rorainópolis às 10:42 min com a Honda NC 700X que está com 260 km.

O propósito da viagem é o passeio, a aventura, o sentimento de liberdade, fazer lindas fotos, experimentar a NC 700X em todas as situações e contar tudo para vocês.  Para tal, é importante andar sempre em segurança, tanto com o equipamento da moto, o pessoal e na maneira de pilotar.

Na hora que fui amarrar o GPS da Foston que comprei para levar, percebi que ele não fica ligado. Eu o havia testado por dois dias seguidos e o deixei carregando a noite inteira, mas nada de ele ficar ligado.  Acho que foi a atualização do firmware que causou isso.  Como solução, amarrei meu celular Galaxy SIII que está com um mapa  para navegação por GPS off-line da Sygic.  O problema é que a bateria não dura muito.

Em 24 horas com a NC 700X meu relacionamento com ela já é outro.  Esse bagageiro na frente cabe tudo e mais um pouco.  Só que depois que amarrei tão bem amarradas  minhas malas, lembrei que terei que tirar tudo para abastecer.  Tudo bem.  Faz parte, da mesma maneira que faz parte carregar baterias dos eletrônicos, calibrar, lubrificar corrente, usar roupa pesada, pegar chuva, etc… Se meu espírito não fosse aventureiro eu não faria uma viagem como essa.

Na hora que eu estava colocando o capacete começou a chover.  Tive que proteger o celular porque à chuva, com certeza ele não resiste e fiquei sem o GPS visual para sair de Manaus.

O trânsito de Manaus é fo… go.  Pesado e não tem placas de sinalização.

Choveu muito mesmo na saída de Manaus.  As ruas mais pareciam rios, e a NC passou sem nenhum problema.

Passei pelo marco zero e então começou a viagem propriamente dita.

Decepção 1 – O GPS da Foston que eu já havia testado, não funcionou.

Decepção 2 – a bateria extra que comprei para a GoPro e seria para funcionar como uma extensão da bateria principal, descarregou-a e fiquei sem câmera de vídeo para gravar o caminho nesse primeiro dia.

DICA 1 – tudo o que você comprar de acessórios e eletrônicos para a viagem, teste-os bem antes.  Dos três aparelhos que comprei, dois não funcionaram mesmo tendo-os testado antes.  Acredito que por causa das atualizações de firmware (sempre temo essas atualizações).

Comecei a andar na BR 174 debaixo de muita chuva e muito vento.

Km 43,5 – tinha Polícia Rodoviária e eles estavam na pista.

Km 59 – blitz no meio da estrada e vim de longe tentando entender se era verdadeira ou falsa.  Passei sem problemas.

A partir do km 70 parou de chover forte e o céu clareou um pouco.

DICA 2 – quando estiver ventando muito, ande com o giro do motor mais alto para aproveitar melhor o torque.

DICA 3 – Uma estrada como esta que é estreita, em mão dupla e com pouco movimento, é muito perigosa.  A atenção tem que estar quadruplicada e ter olhinhos de radar mesmo.  Acontece que, por ser quase que deserta, a maioria das pessoas acabam esquecendo que tem outras pessoas e não olham em retrovisor, não dão seta, esse tipo de coisa.  Tem carro retornando em cima da pista, muito carro saindo de caminhos no meio do mato e tem que diminuir a velocidade sempre que se vê um desses caminhos, pois além de poder sair um carro ou caminhão que não te vê, sempre tem lama cruzando a pista.  E sabe… lama, terra, em cima de asfalto, em curva… se você estiver rápido, é chão na certa.  O ABS nessas condições dá uma segurança maior, claro.

É preciso desacelerar sempre nas muitas subidas, pois não é difícil vir um carro ultrapassando outro.

Estou agora próximo a Presidente Figueiredo.  Parou a chuva e estou encharcada.  Sim, comprei uma capa de chuva nova para a viagem, mas, para variar, ela estava debaixo da lona.  Eu não me importo de me molhar, contando que a cabeça e os pés continuem secos.  E não esteja frio.  Mas na próxima parada irei colocá-la dentro do baú da moto. =)

Chegando a Presidente Figueiredo tem um posto de gasolina.  Se você for fazer a viagem para esses lados, dou a dica de sair de Manaus cedinho e passear por algumas cachoeiras da região e o Parque Municipal das Orquídeas.

Até o km 134 o asfalto estava perfeito.  A partir daí, alguns remendos, mas pode ser considerada boa a estrada.  Estou no posto de gasolina no km 201 e a entrada da reserva é daqui a 7.  Tenho 240.8 km rodados com esse tanque, e como pretendo ir devagar, deve dar para cruzar a reserva, que tem 100 km.

Na entrada da reserva dos índios Waimiri Atroari tem uma oca onde se vende artesanatos feitos pelos índios.  Parei ali pensando em fazer uma foto e perguntei para o rapaz que veio até minha moto.  Ele não falava português.  Então ele perguntou para outro, que estava lavando uma Mitsubishi L200 branca novinha, e a resposta foi não.  Nem na lojinha eu pude tirar fotos.  Eles solicitam que não pare nem tire fotos na reserva.

1° abastecimento da NC 700X: andei com um tanque, exatos 350 km.  o tanque tem 14 litros.  Deu média de 25 km/l.  Me enganei em relação à extensão da reserva.  Não são 100 km, mas 130.  Então… fiquei sem gasolina enquanto passava por lá!  Demorou uns 10 minutos para passar um carro.  Passaram dois, voando, já que o asfalto ali está novinho.  Depois vieram mais dois, e o segundo parou.  Como sou uma menina de sorte, ele tinha um galão com 60 litros de combustível na caçamba!  Não deu 3 minutos e chegou um indio em sua Silverado. O rapaz explicou a ele que estava me ajudando e tudo bem.  Transferimos uns três litros para a moto, e segui viagem.

De Manaus até o hotel em Rorainópolis deu 498 km.  O hotel Amazônia Palace em que fiquei é simples, mas é novo e bem ajeitadinho.  Recomendo.   Tem wireless no quarto, piscina, água quente, TV com 8 canais, café da manhã, e é simpático.

Devido à chuva, não deu para fazer muitas fotos.

Clique na imagem para ver o trecho que percorri em detalhes.


Expedição sobre duas rodas – Preparativos
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Suzane Carvalho

A ideia de fazer este roteiro surgiu em julho do ano passado quando fomos para Manaus para o lançamento de alguns modelos da Honda.  O trajeto para a pista de testes, no meio do mato e com bom asfalto, me foi convidativo e perguntei ao motorista a distância até o norte da Venezuela, e se era asfaltado até lá.  A partir daí comecei a trabalhar para viabilizar a viagem conciliando minha agenda, que é bastante complicada, com a viabilização de uma moto.

A Honda me entregou a NC 700X na fábrica, em Manaus.  O pessoal de lá me deu bastantes informações sobre o trajeto que eu iria fazer, como onde tem posto de gasolina, hotel para ficar, essas coisas.

Logo que vi a moto achei-a linda.  Não tinha visto ainda a preta.
É normal eu ter reações um pouco diferentes quando eu pego uma moto ou um carro para um teste mais longo, do que foi no lançamento.  No lançamento geralmente estou com olhos mais críticos e procurando avaliar o máximo em um curto espaço de tempo, que geralmente é insuficiente.  Quando pego um veículo para conviver com ele, a relação é mais íntima.
Pedi para endurecer a suspensão traseira ao máximo, já que levarei bastante peso atrás.

SEGURANÇA
Antes de mais nada, ter uma moto segura, que dificilmente terá algum problema mecânico.  O roteiro tem muitas regiões desertas, muitas retas longas e serras.
Depois, ter um equipamento pessoal também seguro: um bom capacete, luvas, botas e vestimentas.

O QUE LEVAR
Estou levando  tie-lap de diversos tamanhos, fitas adesivas, faixa refletiva para colocar na traseira da moto, ferramentas, lona para cobrir a bagagem, fita dupla-face, borrachas para proteger a pintura da moto, estilete, canivete, tesoura, duas lanternas, capa de chuva, tripé, joelheiras e cotoveleiras, além de dois reparos de pneus.
Levei também óleo para colocar na corrente, lâmpadas e manetes sobressalentes.
Dois GPSs e dois rastreadores.
Água para beber, cereais, whey protein e barrinhas de cereais.
Cadeados, protetor solar, necessaire para os 10 dias.

O QUE NÃO LEVAR
– chave de casa
– talão de cheques
– secador de cabelo

COMPORTAMENTO
– roupa de forma que não pareça ser mulher.  Levei meu macacão mais leve só para os passeios.
– abri mão da balaclava de dois olhinhos e usarei a aberta
– não rodar à noite
– procurar ficar em hotéis com boa segurança e com internet
– não burlar as regras dos lugares

AMARRANDO AS MALAS
É importante que a bagagem esteja bem compacta, bem presa ao banco para não se mexer e não te empurrar nas frenagens. Use elásticos curtos que te daráo melhor tensão.
O que for mais pesado coloca-se na parte de baixo.
A posição tem que ser o mais junto de suas costas possível para que não fiquem duas massas separadas quando mudar de direção.  Isso também ajuda a evitar que a traseira pule.  São as mesmas regras de se levar um garupa.
Se a mala estiver separada de  suas costas, formará um canal de vento, deixando a moto instável.
É preciso colocar a lona por debaixo das malas, pois em caso de chuva, a água sobe e molha a mala por baixo.  Outra lona por cima de tudo.
Se você levar notebook, cuide para não passar os elásticos por cima dele, pois pode danificá-lo.

Agora, é “pé na estrada”!


Expedição de 5.000 km sobre duas rodas durante o Carnaval
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Suzane Carvalho

Recebendo a NC 700X na fábrica da Honda em Manaus

Carioca e acostumada a desfilar em Blocos e Escolas de Samba desde criança, no Carnaval deste ano resolvi mudar os ares.
Farei uma expedição sobre duas rodas, de Manaus a Ilha de Margarita, no norte da Venezuela.
Será uma expedição-reportagem-teste-aventura de aproximadamente 5.000 km. No roteiro, todos os tipos de paisagens: floresta, cerrado, montanhas, cachoeiras, rios e praias, totalizando 11 cidades.

Devido às atividades de meu Centro de Treinamento, há muito eu não fazia uma viagem como esta. Claro que vou aproveitar para fazer o teste de uma moto, que será a Honda NC 700X. Quando voltar publicarei o teste e uma matéria especial em fotos e videos sobre toda a viagem e as cidades por onde passar. Bem, se eu escutar algum batuque durante o Carnaval deste ano, será dos índios, pois já no primeiro trecho da viagem passarei pela reserva indígena Waimiri Atroari.
Sairei de Manaus no dia 10 e chegarei de volta no dia 21, quando darei uma entrevista coletiva para contar as aventuras e falar sobre os lugares por onde passei.
Você, que me acompanha e é meu seguidor, poderá acompanhar a aventura em tempo real através de meu Twitter pessoal  @SUZANECARVALHO, através de minha página no Facebook e mais detalhadamente, aqui, através  de meu Blog no UOL.
Veja abaixo meu roteiro:Roteiro Manaus-Margarita

Kawasaki Z800 2013 chega três meses após ser lançada na Europa
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Suzane Carvalho

As três cores têm um aplique preto no tanque.

Três meses após ser apresentada no Salão de Colônia, na Alemanha, a Z800 desembarca no Brasil.

Com design agressivo, essa naked street fighter de exatas 806 cc que desenvolve 113 cv  e 8,5  kgfm de torque substituirá a Z750 da mesma forma que a Ninja 300 está substituindo a Ninja 250.  A Z750 tem 749 cv com 106 cavalos e 8,0 kgf.m e foi a primeira moto a ser produzida na linha de montagem da Kawasaki Brasil, em Manaus.

A Kawasaki diz que a  Z800 traz as mais recentes tendências de design e tecnologia para da família Z.

Ricardo Suzuki, gerente de planejamento da Kawasaki estava orgulhoso e declarou: “estamos  trazendo lançamentos mundiais em tempo recorde para o mercado brasileiro. Recentemente superamos um grande desafio que foi o lançamento da Ninja 300 em substituição à Ninja 250R, modelo mais vendido da nossa linha de produtos. O desafio agora é substituir a Z750, o segundo modelo mais vendido da nossa linha”.

O novo chassi de quadro tubular é construído em aço de alta resistência e complementado por um subchassi de alumínio fundido, com a fixação do motor mais próximo do seu centro de gravidade para reduzir as vibrações.   Novos materiais e novas técnicas de construção foram adotados desde a carcaça até os cilindros para a redução do peso e aumento da eficiência do conjunto.

A postura de pilotagem é ligeiramente inclinada para frente contribuindo para o visual mais agressivo.  Segundo a Kawasaki, a geometria do conjunto deixa a moto mais ágil e estável.

As suspensões foram otimizadas para o aumento de potência e a nova rigidez do chassi. Tanto o garfo dianteiro invertido de 41 mm da Kayaba como o amortecedor traseiro a gás do tipo Uni-Trak são ajustáveis no amortecimento de retorno e na pré-carga da mola.

O sistema de freios também foi redimensionado, com o duplo disco dianteiro aumentado para 310 mm, com duas pinças opostas de 4 pistões. Tem ainda a opção do ABS instalado de fábrica.

O tanque de combustível também foi redesenhado e está mais estreito junto às pernas do condutor.  Este foi um item que elogiei na ZX10-R.

As luzes em LED da lanterna traseira formam desenhos de dois raios, ou duas letras “Z”.

O painel é completo, 100% digital e tem funções personalizáveis.

O comportamento dela só saberei quando fizer o teste.

Tem nas cores verde, branca e preta e em São Paulo o preço é de R$ 35.990 a standard e R$ 38.990 a com ABS.