São Paulo Indy 300: e deu Will Power novamente
Suzane Carvalho
Mesmo dizendo não ter segredos para guiar no Circuito do Anhembi, o australiano Will Power venceu pela terceira vez consecutiva a etapa brasileira da Fórmula Indy. Apesar de também ter feito a pole-position e ter liderado 63 das 75 voltas da corrida, ele disse que não foi assim tão fácil, pois durante toda a corrida sofreu pressão.
Power é também líder do campeonato com 180 pontos, já que venceu 3 das 4 etapas, além de ter ganhado pontos extras por pole positions e maior número de voltas na liderança. Na verdade, o “segredo” de Power é o que faz um piloto campeão: não errar, fazer uma boa estratégia, e contar com a sorte.
Em segundo chegou o americano Ryan Hunter-Reay que largou na 5ª posição. Disse que adora este traçado e que este ano o carro esteve melhor do que no ano passado, quando largou em 2º mas chegou em 18º (lembrando que ano passado a corrida foi interrompida após 14 voltas e continuou no dia seguinte). Disse também que não pensa em resultado de campeonato, mas nas corridas uma por uma. Porém, está em 4º com 121 pontos. Acha que não é apenas coincidência Will Power ter ganho 3 corridas seguidas, mas que ele realmente está andando muito forte, principalmente nas classificações.
O simpático, sorridente e falador japonês Takuma Sato completou o podium. Ano passado ele já havia andado muito bem aqui (largou em 10º e chegou em 8º, mas liderou a corrida e andou sempre entre os primeiros). Dessa vez, com problemas no motor Honda da Rahal, não participou da classificação e largou na 26ª e última posição. Disse que fizeram uma boa estratégia e as modificações que fizeram no carro durante a corrida (asa dianteira e pressão de pneus) surtiram efeito. Sato está em 7º no campeonato, com 83 pontos.
Largando da 20ª posição, Hélio Castroneves foi o brasileiro que chegou mais na frente, na 4ª colocação. Ele creditou o resultado à bela estratégia da equipe, já que ele relutou em entrar para os boxs quando estava em 3º, mas a equipe insistiu e o resultado veio. Helinho, que ganhou a primeira etapa do ano, é vice-líder do campeonato atrás de seu companheiro de equipe Will Power, que ganhou as outras três.
Apesar de ter feito uma bela corrida e ter dito que foi o final de semana de corrida mais emocionante que ele já teve, Rubens Barrichello não estava tão satisfeito. Disse que o carro falhava na reta e também quando mudava de marcha, e que ainda não sabia se o problema era elétrico ou eletrônico. Helinho e Tony reclamaram do mesmo problema, e os três correm com motor Chevrolet. A estratégia da equipe também prejudicou Rubinho. Ele largou na 12º, foi perdendo posições, mas chegou a ficar boa parte da corrida na 5ª posição. Terminou em 10º. Na pista molhada durante o warm-up, ficou em 5º.
Tony Kanaan, companheiro de equipe de Rubinho na KV Racing e que já foi campeão da categoria, largou uma posição à frente dele em e terminou em 13º. Seu carro teve um bom rendimento durante a corrida, e não fosse o envolvimento em uma batida que envolveu oito carros na última relargada, poderia ter chegado entre os três primeiros. A estratégia da equipe também o prejudicou, mas ele ressaltou: “Somos uma equipe, ganhamos e perdemos juntos”.
Bia Figueiredo largou em 21º, chegou a andar em 8º, mas terminou em 20º. Sofreu duas punições: por ter entrado nos pits em velocidade acima da permitida e pelo toque em Ed Carpenter. No final, ainda se enroscou no acidente com os oito carros na última relargada. Bia agora só quer pensar na próxima corrida, que será as 500 Milhas de Indianápolis no dia 27 de maio.
Em um determinado ponto da corrida, Kanaan estava em quarto, Barrichello em quinto, Castroneves em sexto, e Bia Figueiredo era oitava, e o público presente, que foi de 33.852 pessoas, vibrava muito a cada vez que um dos brasileiros escapava de um acidente de relargada. Foi uma bela corrida, em que os quatro brasileiros tiveram excelente desempenho. O resultado final é consequência de diversos fatores, e entre eles, estratégia da equipe e sorte, pois uma estratégia bem bolada pode dar errado se tiver uma bandeira amarela em toda a pista logo depois que o piloto sair dos boxs.
Concordando com o que disse Rubens Barrichello, “na Indy a gente não pode ficar contente quando está na frente, porque tudo muda”. E por isso a categoria é tão interessante de se assistir.
Quem fez a melhor volta da corrida foi o novato Josef Newgarden da Sarah Fisher Hartman Racing com o tempo de 1.22.631.
Resultado final:
1º. Will Power (AUS/Penske-Chevrolet), 75 voltas
2º. Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti-Chevrolet), a 0s904
3º. Takuma Sato (JAP/Rahal Letterman-Honda), a 2s390
4º. Hélio Castroneves (BRA/Penske-Chevrolet), a 4s548
5º. Dario Franchitti (ESC/Chip Ganassi-Honda), a 5s172
6º. James Hinchcliffe (CAN/Andretti-Chevrolet), a 6s261
7º. J. R. Hildebrand (EUA/Panther-Chevrolet), a 8s376
8º. Charlie Kimball (EUA/Chip Ganassi-Honda), a 8s590
9º. Ernesto Viso (VEN/KV-Chevrolet), a 10s344
10º. Rubens Barrichello (BRA/KV-Chevrolet), a 10s847
11º. Oriol Servià (ESP/Dreyer & Reinbold-Lotus), a 24s477
12º. Simon Pagenaud (FRA/Schmidt Hamilton-Honda), a 1 volta
13º. Tony Kanaan (BRA/KV-Chevrolet), a 1 volta
14º. Marco Andretti (EUA/Andretti-Chevrolet), a 1 volta
15º. James Jakes (ING/Dale Coyne-Honda), a 1 volta
16º. Graham Rahal (EUA/Chip Ganassi-Honda), a 1 volta
17º. Scott Dixon (NZL/Chip Ganassi-Honda), a 1 volta
18º. Sébastien Bourdais (FRA/Dragon-Lotus), a 1 volta
19º. Mike Conway (ING/A. J. Foyt-Honda), a 2 voltas
20º. Bia Figueiredo (BRA/Andretti-Chevrolet), a 3 voltas
21º. Ed Carpenter (EUA/Carpenter-Chevrolet), a 3 voltas
Não completaram:
Justin Wilson (ING/Dale Coyne-Honda)
Josef Newgarden (EUA/Fisher Hartman-Honda)
Simona de Silvestro (SUI/HVM-Lotus)
Ryan Briscoe (AUS/Penske-Chevrolet)
Katherine Legge (ING/Dragon-Lotus)
Aqui, a classificação da Izod Indycar Series após quatro etapas:
1 Will Power (AUS/Penske-Chevrolet) – 180 pontos
2) Helio Castroneves (BRA/Penske-Chevrolet) – 135
3) James Hinchcliffe (CAN/Andretti-Chevrolet) – 123
4) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti-Chevrolet) – 121
5) Simon Pagenaud (FRA/Schmidt-Hamilton-Honda) – 118
6) Scott Dixon (NZL/Ganassi-Honda) – 109
7) Takuma Sato (JPN/Rahal-Letterman-Laningan-Honda) – 83
8) Ryan Briscoe (AUS/Penske-Chevrolet) – 83
9) JR Hildebrand (EUA/Panther-Chevrolet) – 83
10) Dario Franchitti (ESC/Ganassi-Honda) – 82
11) Rubens Barrichello (BRA/KV-Chevrolet) – 79
12) Graham Rahal (EUA/SC-Ganassi-Honda) – 76
13) EJ Viso (VEN/KV-Chevrolet) – 76
14) Tony Kanaan (BRA/KV-Chevrolet) – 71