Blog da Suzane Carvalho

Categoria : OPINIÃO

Primeiro contato com a Honda CBR 1000RR 2012
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Suzane Carvalho

Completando 20 anos no mercado, a Fireblade ficou mais rápida e ainda mais suave de pilotar

Mesmo sendo um modelo superesportivo, a Honda sempre procurou fazer da Fireblade uma moto de fácil pilotagem para conquistar também os usuários comuns que não a utilizam apenas em autódromos.

Na comemoração dos 20 anos da superesportiva mais vendida no Brasil, a Honda lança um modelo mais tecnológico.  Ela manteve o mesmo chassi e mudou o design, mas as maiores alterações foram eletrônicas.

DESIGN
Teve uma pequena mudança no corte da carenagem lateral para melhorar a passagem do ar e, consequentemente, a aerodinâmica, e também a refrigeração.   Procurou-se aliviar peso das extremidades e concentrar mais a massa próximo do centro de gravidade.  As rodas de alumínio, por exemplo, são mais rígidas, porém mais leves, e deixaram de ser de três pontos passando a ter o peso distribuído em 12 pontos, diminuindo assim o efeito giroscópico.  Rabeta e protetor de motor também mudaram, e o desenho dos faróis ficou mais agressivo.

MOTOR
O motor teve pouca alteração mecânica, mas bastante eletrônica.  É o mesmo quatro cilindros em linha de 998 cm3, 16 válvulas e duplo comando no cabeçote.  Manteve também a mesma potência de 178,1 cavalos a 12.000 rpm,  torque de 11,4 Kgf.m a 8.500 rpm e compressão de 12,3:1.  O que mudou foi a maneira como essa potência é despejada.

O mapa da injeção PGM-DSFI foi reprogramado para que o torque seja distribuído de forma mais linear em médias rotações, diminuindo o buraco que havia por volta dos 5.500 rpm.  Segundo a Honda, com isso houve também melhora no consumo de combustível e consequentemente, na autonomia.
São dois injetores por cilindro. O primeiro injetor que está logo depois do corpo de borboletas, trabalha sozinho até que o motor atinja 5.500 rpm. A partir daí, os injetores superiores passam a também jogar o combustível no cilindro, desde que o acelerador esteja no mínimo ¼ aberto, para que o sistema não funcione no caso do uso de freio motor.  Com isso, a Centralina ECM também foi reprogramada.

O sistema de arrefecimento ganhou uma segunda ventoinha que passa a funcionar a partir de 106 graus centígrados (a primeira, e maior, funciona a partir de 102) e voltam a desligar quando o motor atinge 92 graus..  Com uma refrigeração mais eficiente, o motor entrega energia sem dissipação, e quanto menos perda da energia por calor, melhor o aproveitamento da potência do motor.

A embreagem é deslizante e foi desenvolvida para a equipe Honda na Moto GP.  A função é reduzir o tranco da roda traseira nas reduções fortes com freio motor.  Ela é como se fosse bi-partida. No lado interno, que é utilizado para transmitir a força do motor para a transmissão, os dentes são retos e a energia é transmitida 100%  de uma vez.  Do outro lado, na parte externa, a parte utilizada em desaceleração, o dente é inclinado, o que faz com que haja um deslizamento, aliviando a energia bruta e fazendo o movimento da roda ser mais suave em uma reduções mais rápidas,  evitando o travamento.

Outra coisa que ajuda a CBR 1000RR a ser uma moto de fácil pilotagem, é o sistema de escapamento.  O caminho dos gases em baixa rotação é mais longo do que em alta, para manter o motor cheio.  A partir de 4.000 rpm uma primeira válvula é aberta mecanicamente e os gases são desviados, fazendo um caminho mais curto.  A partir de 7.000, uma segunda válvula abre, encurtando ainda mais o caminho e  a liberação do torque é total. É quando o orifício superior do escape é utilizado.  Esse controle também é feito eletronicamente.

O amortecedor de direção deixou de ter a regulagem manual e passou a ser automáticamente variável.  Ele atua hidraulicamente em baixa velocidade e a partir de 50 km/h o sistema é bloqueado eletronicamente e a direção fica mais rígida de forma progressiva, de acordo com a velocidade.  O nome é HESD, Honda Eletronic Steering Dumping.

SUSPENSÃO
Os smortecedores são da Showa.  A suspensão dianteira, de garfo telescópico invertido,  tem 120 mm de curso e recebeu o sistema BPF (Big Piston Fork) que melhora a eficiência hidráulica na atuação do amortecedor suavizando as reações e o comportamento dele, porém, deixando-o firme para manter a estabilidade, principalmente em entrada de curvas após frenagens fortes.  Isso é feito através do ajuste da passagem do óleo entre as válvulas.  Tem ajuste da precarga da mola, que é feito na parte superior do garfo, e de velocidade de compressão e do retorno do amortecedor (bump ou rebound)

A suspensão traseira é Unit Prolink, em que o amortecedor é fixado na balança, e não no chassi para que ele não transmita para o quadro as irregularidades do asfalto.  Para andar em estradas de piso ruim, isso é bom.  O amortecedor traseiro recebeu ainda um tubo interno para melhorar a tração e o grip do pneu em relação ao solo.  Ela tem 138 mm de curso.

FREIOS
Na dianteira, discos duplos flutuantes com 320 mm de diâmetro e cáliper de quatro pistões.  Na traseira, disco simples com 220 mm e cáliper de pistão simples.
A versão com Combined ABS ganhou um ajuste para o uso em uma pilotagem esportiva. Ele é diferente do C-ABS das motos fabricadas aqui no Brasil que funciona distribuindo a força de frenagem de forma hidráulica enquanto que nas importadas 600 RR e 1000RR essa distribuição é feita eletronicamente.  São seis sensores que medem a pressão da frenagem eletronicamente e começam a distribuir essa força a partir de 0.05 Mpa.

PAINEL
Ganhou tudo o que faltava.  Agora é totalmente digital com mostrador em LCD.
O tacômetro (conta-giros) é por barras, tem shift light regulável, velocímetro digital, Indicador de marcha, relógio, hodômetro total e um parcial, temperatura, 10 luzes espia, cronômetro e contador de voltas.  Para pegar seu tempo de volta na pista, o botão é o mesmo da partida elétrica.  A cor da luz é regulável.
Não tem marcador de combustível, apenas a luz que indica quando entra na reserva (e o começo do meu desespero, pois quando vejo esta luz, fico sem saber há quantos quilômetros ela já está acesa).  Segundo a Honda, a razão principal para não ter um marcador de combustível nas superesportivas é a necessidade de se aliviar peso e espaço, pois uma bóia ocupa muito espaço dentro do tanque de combustível.

O tanque comporta 17,7 litros de combustível.
As dimensões também foram um pouco alteradas.  O entre-eixos que era de 137.5 cm foi para 140.7.  E isso reflete na estabilidade, melhorando ainda mais.  Está medindo 2,075 m por 68,5 cm e 1,135 m de altura.  O banco está a 82 cm do chão.

A moto é importada do Japão.
A versão sem ABS tem nas cores banca e preta e custa R$ 56.900,00 .  Com C-ABS, custa R$ 62.900,00 e tem nas cores branca, preta e vermelha.

As sete gerações da Fireblade, desde 1982

VEJA AQUI uma galeria de fotos completa da Honda CBR 1000RR Fireblade 2012.


Records na Fórmula 1 e nas 500 Milhas de Indianápolis
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Suzane Carvalho

Hoje optei por não ir a Jacarepaguá testar a Honda CBR 600RR  que peguei ontem, para colocar em dia alguns testes que estou devendo colocar aqui.

Mas ficar em casa em dia de Fórmula 1 em Mônaco e 500 Milhas de Indianápolis, e não assistí-las, só se faltasse luz e sinal de internet.

Eu estava animada com com um Schumacher que voltou a ser o mais rápido na classificação, mas largou em 6° devido a uma punição no GP anterior, na Espanha.

A Fórmula 1, e eu, vimos pela primeira vez na história, um sexto piloto subir no degrau mais alto do podium em seis corridas.  Depois de Button, Alonso, Rosberg, Vettel e Maldonado, foi a vez do australiano da Red Bull, Mark Webber.  Fernando Alonso, companheiro de Massa na Ferrari, chegou em 3° e é líder do campeonato.  Nico Rosberg, em 2°, completou o podium.  Felipe Massa que chegou em 6° e marcou pontos pela segunda vez no campeonato, e Bruno Senna que chegou em 10° marcando 1 ponto, cumpriram seus papéis.

Os brasileiros da F1 não pareciam muito contentes após a corrida, sempre com explicações  e justificativas.  Lembrei de quando minha mãe me falou que “só acontecia coisas erradas nas corridas, comigo”.  Respondi que acontecia com todos, e que ganhava o piloto que tinha mais sorte e trabalhasse mais para acontecer menos coisas erradas. Automobilismo é assim.  Só ganha um, e não 50% dos participantes, e quem está lá tem que estar preparado para isso.

A narração da corrida, escutei de uma rádio inglesa.

Photo by Chris Trotman/Getty ImagesJá nas 500 Milhas de Indianápolis, o record foi de temperatura: 32,78° celsius, ou 91° F.  Temperatura maior que essa, só em 1937 quando os termômetros marcaram 92° F.  Será que aqueles tinham a mesma precisão dos de hoje?

Dos quatro brasileiros  que participaram, Tony Kanaan foi o melhor e chegou em 3° após largar em 8°.  Com uma manobra espetacular na penúltima relargada, chegou a liderar a corrida pela oitava vez em sua vida.  Mas seu carro era inferior aos de Franchitti e Dixon que chegaram na primeira e seguda posição, respectivamente.  Essa foi a 3ª vitória de Franchitti em Indianápolis.

Hélio Castro-Neves foi o 10° e Rubens Barrichello o 11°, o melhor dos oito estreantes que estavam na pista.  Aliás, ele fez uma corrida bastante consistente e chegou até a liderar, mesmo que por apenas duas voltas.  Ana Beatriz teve vários problemas e chegou a bater no muro, mas voltou e completou a corrida, mesmo que na última posição.  Cada volta com o carro na pista vale muito.

Na transmissão da TV, um tradicional emocionado Luciano do Valle narrando, muito bem amparado por Felipe Giaffone.  Escutei ao mesmo tempo em que acompanhava a rádio oficial da Indy pela internet.

De ruim, só a BAND ter deixado de mostrar a comemoração de Kanaan para mostrar o início de um jogo da segunda rodada do campeonato brasileiro.  Mesmo sendo do Corinthians (que perdeu do Galo).   Eu entenderia se fosse a decisão nos penaltis da 38ª rodada, mas em sendo o meio de um jogo da segunda rodada…  o conquista de Tony Kannaan era mais importante.  Consegui ver imagens e entrevista dele após a corrida através do site da ESPN.

Pelo Brasil, hoje teve ainda Superbike Series/ELF SBK, GT Brasil e Mercedes-Benz Grand Challenge em Curitiba e Porsche GT3 Cup em Interlagos.  Pelo mundo, pilotos brasileiros correram na GP2, Formula Renault 3.5, Formula Renault Alps e F 1600 americana.  O esporte a motor está bem.  Que bom.  Agora só falta que, no Brasil, ele seja visto como esporte, e não apenas como lazer de pessoas de bom poder aquisitivo.

A seguir, o teste da Kawasaki Ninja ZX-10R.  E amanhã tem o lançamento do Sonic, novo compacto premium da General Motors que já é vendido em todo o mundo e chegará nas concessionárias do Brasil daqui há alguns dias.