Blog da Suzane Carvalho

Arquivo : honda

Dia 05: 14/02/2013. No Mar do Caribe
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Suzane Carvalho

Na Ilha Arapo, ao norte da Venezuela

Finalmente um bom café da manhã!

Comi 7 ovos com tomate (sem gema, sem sal, sem gordura), sucrilhos integrais sem açúcar, suco, salada de frutas, pão integral, queijo minas.

Tenho acordado entre 6 e 6:30 todos os dias para escrever.  À noite, coloco as novidades no ar e envio algumas fotos para meus seguidores no Twitter e Facebook.

Isla de Plata

Hoje deixei a NC descansando.
A moto é fantástica!  Depois de 2.000 km, nem a corrente afrouxou!  Já testei motos que tinha que apertar corrente a cada 500 km.  O câmbio é robusto e dá uma firmeza muito boa.  Até a transmissão primária trabalha redondinho.  Dá para sentir o torque nela.  Falando de torque, a NC tem o suficiente para qualquer ultrapassagem em qualquer marcha.  Mesmo em 6ª marcha, que foi apresentada como “super over-drive”.  É só você acelerar que ela ganha velocidade e força rapidamente.  São 52,5 cv de potência e 6,4 kgf.m de torque, mas a maneira como são despejados, rapidamente,  faz parecer que é mais.  Em nenhum momento senti falta de motor.

Uma das vantagens de se viajar com essa moto é que além de ela nos dar o que precisamos de motor, ela é superleve para manobrar.  Não precisei de ajuda nenhuma vez, mesmo com as malas em cima.  O banco fica a 83,1 cm do chão.

Voltada para o uso urbano, ela tem sido bastante utilizada para viagens também.  No caminho encontrei outros viajantes utilizando uma Honda NC 700X, inclusive um venezuelano de Caracas.

Enquanto esperava a resolução burocrática fui fazer um passeio de barco por algumas ilhas e tive que comprar um biquíni.  Pode parecer uma frase sem sentido, mas para mim, carioca e naturista, comprar um biquíni em um hotel cinco estrelas na Venezuela, é um tanto excêntrico.

Mergulhei no Mar do Caribe pela primeira vez.

No barco estávamos apenas eu e um casal com um bebê.  Ele libanês, ela venezuelana e o bebê, com apenas 10 meses.

O mar estava muito mexido mesmo, e o “capitão” não cortava as ondas na diagonal, mas sim, batia de frente em todas elas.  O barco pulava e dava altas pancadas na volta.  Tive a impressão de que iria desmontar de repente.  Ele devia estar se divertindo com nossas caras de pavor.   Mas não ouvi um “pio” do bebê a viagem toda, que adorou o passeio e até dormiu naquele pula-pula.

Isla Arapo

A água realmente é clara e a temperatura estava amena, mas não quente.  Nas ilhas tinha muita sujeira, talvez por causa do grande movimento do Carnaval.

Vi belas paisagens e fiz boas fotos.

Na volta fui dar uma volta na avenida litorânea de Puerto La Cruz, o Paseo Colon, que mais parece a Avenida Atlântica.  Com barraquinhas de camelôs vendendo todo o tipo de coisa, muita gente andando, muita criança brincando.  Me senti a própria turista, com medo de roubarem minha câmera fotográfica.

O clima me foi super convidativo para uma corridinha.  Meu corpo estava sentindo falta.

Dei também uma volta por um centro popular, bem parecido com a Rua 5 de Março em São Paulo, lavei a moto e jantei no restaurante japonês do hotel.

Veja abaixo meu circuito do dia.


Ilegal na Venezuela!
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Suzane Carvalho

Cheguei ao ferry para ir à Ilha de Margarita ás 18h30min.

Foi muito fácil comprar o ticket para mim e para a moto, que paga quase o dobro que eu, por ser acima de 500 cc.  O ferry sairia às 21 h.

Com a passagem e a documentação em mãos, fui para o guichê do SAIME – Servicio Administrativo de Identificación, Migración y Estranjería – para controle da docuentação.  Foi quando o rapaz me informou: “Você não pode embarcar para Margarita, pois não tem no passaporte o selo que te permite ficar na Venezuela.”  Ou seja, eu estava ilegal na Venezuela!

Quando se entra na Venezuela, é preciso parar no SENIAT – Servicio Nacional Integrado de Administración Aduanera y Tributaria para pagar um seguro e pegar o selo que te permite circular pelo país.

Acontece que, viajada e experiente que sou, tendo já morado na Inglaterra e Itália, rodado toda a Europa, Estados Unidos, Canadá, México e Argentina, de carro e moto, inclusive, sigo as regras do país e faço o que me falam para fazer.  Então eu fiquei esperando o lugar onde fossem me parar para me dar essa permissão, o que não aconteceu.  Na verdade, EU tinha que parar e ir lá no prédio, que na verdade, nem prestei atenção porque estava prestando atenção no trânsito que estava intenso e nos policiais, esperando que me fossem parar.

Ali na fronteira do Brasil com a Venezuela, todos passam de um lado para o outro sem serem parados.  Da mesma forma que com as fronteiras da Argentina e do Paraguai, junto a Foz do Iguaçu.   E por ser Carnaval, o tráfego estava realmente intenso.

Só que não me disseram o que fazer para resolver a situação.  Fui então para o Hotel Venetur, e a partir daí, fiquei até com medo de que, quando pedissem meu passaporte e não vissem o tal selo, chamassem a polícia.

O hotel é um cinco estrelas, com um visual lindo para o mar, mas que está com o equipamento bastante velho.

Entrei no site do Itamaraty  (Ministério das Relações Exteriores do Brasil) e peguei os telefones do Consulado Brasileiro na Venezuela.  Não consegui falar em nenhum dos telefones, então enviei um e-mail.  Meu e-mail foi prontamente respondido pelo Cônsul-Geral do Brasil em Caracas, o Sr. Lineu de Paula, que me passou o número do celular dele.  Fui muito bem atendida, e o problema resolvido, já que ele conseguiu junto à Imigração venezuelana, que também me atendeu muito bem, um documento que me permitia circular pelo país pelos próximos 10 dias.


Dia 04: 13/02/2013. Trecho Upata-Puerto La Cruz
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Suzane Carvalho

Ponte Orinoco, em Puerto Ordaz.

Amanheci em Upata.  Já pode ser considerada uma cidade, mas ainda sem Shopping Centers do jeito que conhecemos ou cadeias de fast food.

O Hotel Andrea não tem café da manhã.  “Biscoitos integrais” para que te quero!  Viu porque minha mala é grande?

A internet era só na recepção do hotel, então desci para enviar as fotos e vídeos para o servidor, o que não consegui, pois a transmissão de dados era muito lenta.

Após isso, fui dar uma geral na moto: limpar faróis e lanternas, verificar o óleo do motor, a água do radiador, a tensão da corrente e lubrificá-la.  Estava tudo 100%.  Nem a calibragem tinha saído do lugar.

Aproveitei para abastecer, já que o posto de gasolina ficava em frente ao hotel.  Mas tinha que fazer o retorno que ficava a 200 metros.  BLITZ!  DOCUMENTOS!  xiii…. eu tinha deixado tudo no hotel.  Desde que comecei a programar esta viagem e durante todo o percurso até aqui, escutei histórias assustadoras sobre os policiais venezuelanos.  Tem os do exército, tem os federais, os estaduais e os municipais.  Estes últimos que me pararam.  Pela primeira vez desde que entrei em solo venezuelano.

Expliquei que estava naquele hotel ali, uns 70 metros da blitz e que se quisessem eu iria lá pegar os documentos.  Até que foram simpáticos comigo.  Acho que ficaram mais interessados na moto que em qualquer outra coisa.
Mas no final um deles me perguntou: “No tienes nada ahí para nosotros, um juguito…” (“não tens nada aí para nós, um suquinho…”).  Respondi: “No, pero si quieres, tengo gorito de Honda.” (“Não, mas se você quiser tenho um boné da Honda”).  E me liberaram.

Saí de Upata já às 12:10 min.
Km da moto: 1.924.  A viagem tem 260 km a menos.  Vou até El Tigre e de lá para Puerto La Cruz dando um total de aproximadamente 440 km.

Continuo com o propósito de andar em segurança  e economizando equipamento.  Ando sempre ali por volta dos 4.000 rpm que é onde a NC 700X fica com o motor mais suave.

Depois da ponte Orinoco, em Puerto Ordaz tem uma reta de aproximadamente 120 km com pinheiros de ambos os lados, muito bonito.  O asfalto é perfeito e tem acostamento, porém, mão dupla.  Extremamente perigoso, já que todos correm muito.

Reta com 120 km e asfalto perfeito, mas é mão dupla.

Até El Tigre deu 280,5 km.  O trânsito da cidade é muito louco, com carros virando para todos os lados.

Abasteci 11,41 litros preço total: Bs 1,10 O litro custou Bs 0,10 o que significa R$ 0,01!  A média do consumo nesse trecho foi de 24,56 km/l.

“Pan y queso en una panaderia”

Parei em uma padaria para comer pão com queijo.  Tomei também um suco cheio de açúcar! Sugestão do policial da blitz.

Saindo de El Tigre, mais retas.  Enquanto percorro as longas retas aproveito para fazer exercício de isometria de abdômen, glúteos e às vezes até das pernas.

Esse trecho final para Puerto La Cruz é a descida para o litoral e a estrada está esburacada.  Peguei dois buracos em cheio e a suspensão da NC foi perfeita.   O guidão nem mexeu.

Andando com batedores

Em um dos postos de controle a polícia estava parando o trânsito para andar em comboio para controlar a velocidade.  Foram 100 km andando com batedores e entre 50 e 60 km/h.

Cheguei a Puerto La Cruz às 18 horas.  O que aconteceu, conto no próximo post.

Veja meu percurso de hoje:


Dia 03: 12/02/2013. Trecho Santa Elena de Uairén-Upata
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Suzane Carvalho

Gran Sabana

Acordei às 06:30 em Santa Elena de Uairén e hoje vou cruzar a Gran Sabana até Puerto Ordaz.

O café da manhã do hotel começava somente às 07:30 e tinha um monte de gente do lado de fora do quiosque esperando.  Quando liberou, não deu para todo mundo sentar.  E eram eles que serviam.  Depois de esperar um tempão, vi que se eu fosse tentar comer, perderia mais de uma hora. E não tinha nada assim… propriamente saudável.  Outra vez, “meus cereais” pra quê te quero!

Saí para abastecer e trocar dinheiro.  Troquei  1 Real a 8 Bolívares e 1 dólar a 16.

Lá eles oferecem gasolina nas ruas conforme você vai passando.  Não entendi o porquê, se a gasolina é tão barata: R$ 0,10/litro.

A marca de moto que domina por aqui é a Empire  Keeway.  Tem para todo lado.  Tem muitas motos personalizadas também.

Perdi quase duas horas procurando lugar para abastecer.  Lugar tinha, mas eles não quiseram abastecer minha moto, dizendo que com placa do Brasil não pode abastecer.  Então perguntei como faria, já que não tinha mais gasolina nenhuma.  Eles disseram que eu tinha que voltar para o Brasil para abastecer.  Como assim?!?  Se vou para o norte, tenho que voltar para o Brasil toda vez que o tanque de gasolina acabar?  Bem inocente eu.  Isso é para que os brasileiros não atravessem a fronteira com um caminhão pipa para encher de gasolina.  Ou os inocentes são eles que acharam que eu queria roubar a gasolina deles com a minha moto???  Então entendi porque oferecem gasolina nas ruas e por muito pouco mesmo não comprei, pois fiquei com medo de ter pane seca novamente, além de ter que andar 20 km  para trás e voltar outros 20.

No hotel, tive que pagar por duas pessoas, mesmo sendo só uma, já que no quarto haviam duas camas.  Recebi duas pulseirinhas para dois cafés da manhã, que não tomei.

No final das contas, saí de Santa Elena de Uairén já mais de meio-dia.  Já rodei até aqui 1095 km e rodarei mais 600 hoje.

Bastaram 5 km para que a paisagem me fizesse esquecer o stress do combustível.  15 km mais à frente, aparece a primeira cachoeira.

Aqui é o Parque Nacional Canaima e esta região é terra dos índios San Marcos.  Os mesmos índios São Marcos que ficam em Roraima, na região perto da fronteira.

Aqui eles alugam ocas para os turistas ficarem.  Tem diversos “paradores turísticos”.

Por aqui quase não tem placa indicativa e tenho que  parar muitas vezes para perguntar, pois é regra: sempre depois de uma placa vem uma bifurcação sem placa.

A impressão é a de que toda a parte sul da Venezuela ainda está por ser habitada.  Na verdade, ainda são terras indígenas.

Parei para abastecer em Rapidos de Kamuiran. Rodei 163,4 coloquei 6,1 litros km 1.241,6 km rodados  total da moto: 1.527

A paisagem é lindíssima, ampla, e a sensação de liberdade e paz, gigantesca.

Se quiser sentir um pouco dessa liberdade, venha na minha garupa clicando aqui.

No trecho final tem uma serra de mato fechado que é divina.  Desci debaixo de chuva.  Aventura para ninguém botar defeito. Se você quiser sentir um pouco dessa emoção, venha comigo clicando aqui.

Logo após a descida passei por duas comunidades chamadas San Izidro e Las Claritas, um tanto assustadoras.  Muito buraco, lixo na rua e apertado para passar. Parei para tirar a câmera do capacete que estava chamando muita atenção.   Ali é bem fronteira com a Guyana.  Depois desse trecho começaram as retas.  Inicialmente fazendas, depois virou mato fechado.

Rodei mais 235,8 km e cheguei a Tumeremo já às 17 horas e faltam ainda 220 para chegar a Puerto Ordaz.

No trecho que peguei a seguir choveu muito muito forte mesmo, tempestade.  A moto foi perfeita.  Eu não podia nem pensar em parar, pois era mato fechado, mão dupla e sem acostamento. Dessa vez coloquei a parte de cima da capa.  Passei por El Callao onde estava tendo festa de Carnaval e uns venezuelanos que estavam no mesmo hotel que eu em Santa Elena de Uairén pediram para tirar foto comigo. Ele é editor de uma revista e me pediu para enviá-lo minhas aventuras por aqui que ele quer publicar.

Às 18 horas escureceu, e por isso o presidente Chaves definiu o fuso horário de 30 minutos, para que o dia termine às 18 horas.

Cheguei a Upata já às 19:30.  Eu não queria rodar à noite e nem é recomendado, mas não tive jeito.  Esses últimos 100 km fiz em uma hora e meia, pois era outra serra fechada.  Pude então testar o farol da Honda NC 700X, que achei que nem fosse testar.  O pessoal da Honda de Manaus já havia regulado para andar com peso e foi perfeito.  A visibilidade do painel é fantástica e do jeito que eu gosto: preto no branco.

Parei em um hotel que por duas vezes já haviam me indicado, ali na estrada mesmo, chamado Hotel Andrea.  É um hotel antigo mas tem internet na recepção.  Tive que pagar por três, já que só havia quarto com 3 camas.  Paguei 380 bolívares = 44 reais.

Bem embaixo do hotel tem um restaurante chinês grande e bem movimentado e comi ali mesmo, pois não via comida desde Manaus. Consegui que eles fizessem uma massa com frango e legumes, sem sal. =) Sem suco nem água me saiu 100 bolívares.

Desde a fronteira com o Brasil até essa região, a população é praticamente de índios.  A estrada está muito boa, mas é sempre em mão dupla e sem acostamento.

Foi um dia de muitas emoções, mas em que tudo deu certo.  \o/

Até aqui nenhum policial me pediu documento, ninguém me parou.

Clicando na imagem abaixo você poderá ver as velocidades em cada trecho.


Dia 02: 11/02/2013. Trecho Rorainópolis-Santa Elena de Uairén
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Suzane Carvalho

Praia no Rio Branco

Acordei bem cedinho e após o café da manhã na beira da piscina (é, o Hotel Amazônia Palace tem piscina e tudo!), fui abastecer.

A previsão é de que vou rodar nesta viagem aproximadamente 5.000 km que é a durabilidade prevista para este pneu Bridgestone Batlax SportTouring aro 17″ tanto na dianteira quanto na traseira.  Eu trouxe calibrador e óleo de corrente.  A calibragem recomendada é 36 na frente e 42 atrás, que é a que eu saí de Manaus.  Normalmente utilizo calibragem mais alta, mas como devo pegar alguns trechos de terra, deixei a original mesmo.

Saí de Rorainópolis às 09:47 min.  Peguei um pequeno trecho de terra batida e o comportamento da moto foi perfeito.

Nessa região, o meio de transporte motor mais utilizado é a motocicleta mesmo.  Tive a impressão de que todas as Biz do mundo estão por aqui!

Mesmo em chão de terra batida, e com carga, a suspensão da NC foi perfeita.

Passei por Caracaraí onde tinham dois postos de gasolina.

Km 688 da viagem e estou chegando a Iracema, que também tem posto para abastecer e fica 95 km antes de Boa Vista.

A passagem pelo Rio Branco é muito bonita e o asfalto nesse trecho é novo e perfeito, com acostamento e tudo.  Muito melhor que as estradas do estado do Rio de Janeiro.

Km 727 – Mucajaí.  Faltam 53 km para Boa Vista, mas como o nível da gasolina entrou na reserva, não irei arriscar novamente e vou abastecer logo.  Tem Supra e coloquei.  A moto está com 1012 km rodados e andei 244.8 km com 11,15 litros: média de 21,88 km/l.  De fato, neste trecho eu acelerei mais.

Peguei o jeito de tirar e amarrar as malas rapidamente.  A colocação da lona é que demora mais, mas é preciso por causa da chuva.  É legal porque enquanto desamarro e amarro as malas sempre tem um monte de gente à minha volta conversando, perguntando, e aproveito para pegar dicas de como está o caminho pela frente.  Por duas vezes já me deram informações erradas, mas tudo bem.  É bom ter informações, mas sempre tenha outras opções na cabeça.

Como eu estava com muita fome, acabei comendo um sanduiche desses que contém sódio suficiente para te nutrir por um ano.

Em Boa Vista, uma parada para fotografar o Rio Branco.  Do último abastecimento até aqui andei somente 66,8 km, mas aproveitei para abastecer novamente porque a próxima parada deverá ser somente em Pacaraima.

Passei por lindas praias de rio.  Em uma parada para beber algo, já que o sanduiche me deu muita sede, encontrei outros viajantes com uma NC 700X.  Era vermelha, estava com 15.000 km rodados, tinha protetor de manetes também vermelhas e a suspensão dianteira rebaixada.  Estava bem bonitinha e os donos ficaram de olho na preta.

Km da moto: 1.306.  Andei 227,2 desde o último abastecimento, cheguei a Pacaraima, última cidade do Brasil.

Cruzei a fronteira para a Venezuela em Santa Elena de Uairén e estranhei porque aqui não pedem documento ou passaporte.  Todos entram, todos saem, de um e de outro país sem precisar carimbar passaporte.  O trânsito de pessoas circulando na fronteira é bastante grande.  Igualzinho ao Paraguai.

São agora 17:20 min, está chuviscando e escurecendo.  Não tinha vaga no hotel que eu havia reservado, o Gran Sabana.  Logo que parei a moto encostaram em mim e me ofereceram câmbio antes mesmo de eu tirar o capacete, por 8,9 bolívares 1 real.  Como “carioca experta”, claro que não dei meus reais para o primeiro que me apareceu.  Fui para a segunda opção de hotel, o Anaconda.  Tinha apenas um quarto e uma fila de gente atrás de mim procurando por quartos.  A recepcionista disse que eu podia pagar em real mesmo, R$ 94,00 e fez o câmbio a 8.

O hotel é bonitinho, parece um resort, mas “só para inglês ver”, porque não tinha tapete no banheiro, nem internet no quarto, nem secador de cabelo, nem tomada para carregar as baterias.  Tive que desligar a TV e arrastar a cama para lá para colocar as coisas em cima.

Celular serve de controle remoto da câmera fotográfica. Ambos da Samsung. Muito bom!

O que me faz perder mais tempo é desarrumar e arrumar a “fiarada” toda para colocar os eletrônicos para carregar.  São duas câmeras fotográficas, a GoPro, dois celulares, um GPS, o Garmin, o mp3 player, fora o notebook.  Os celulares me servem como rastreadores, como GPS, como gravador e como controle remoto das câmeras fotográficas.

Santa Elena de Uairén não é propriamente uma cidade.  No restaurante do hotel que abriu das 20 às 22, só tinha um prato: “llomitos con papas fritas”, ou seja, filé com fritas, o que não como.  Estava chovendo e muito escuro na rua, então peguei carona até o “centro” com um casal de brasileiros que também queria jantar.  Enquanto eles comiam em um quiosque na pracinha, dei a volta em quase toda a cidade e não encontrei nada que eu pudesse comer.  Na noite anterior eu já havia comido panqueca de carne moída e até topei comer pizza, mas o rapaz, brasileiro, disse que demoraria mais de uma hora.  Só comprei água.  Quando voltei ao hotel, tomei o whey protein e comi cereais que eu trouxe.

VEJA AQUI meu percurso de hoje.


Dia 01: 10/02/2013. Trecho Manaus-Rorainópolis
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Suzane Carvalho

Saindo de Manaus para Rorainópolis às 10:42 min com a Honda NC 700X que está com 260 km.

O propósito da viagem é o passeio, a aventura, o sentimento de liberdade, fazer lindas fotos, experimentar a NC 700X em todas as situações e contar tudo para vocês.  Para tal, é importante andar sempre em segurança, tanto com o equipamento da moto, o pessoal e na maneira de pilotar.

Na hora que fui amarrar o GPS da Foston que comprei para levar, percebi que ele não fica ligado. Eu o havia testado por dois dias seguidos e o deixei carregando a noite inteira, mas nada de ele ficar ligado.  Acho que foi a atualização do firmware que causou isso.  Como solução, amarrei meu celular Galaxy SIII que está com um mapa  para navegação por GPS off-line da Sygic.  O problema é que a bateria não dura muito.

Em 24 horas com a NC 700X meu relacionamento com ela já é outro.  Esse bagageiro na frente cabe tudo e mais um pouco.  Só que depois que amarrei tão bem amarradas  minhas malas, lembrei que terei que tirar tudo para abastecer.  Tudo bem.  Faz parte, da mesma maneira que faz parte carregar baterias dos eletrônicos, calibrar, lubrificar corrente, usar roupa pesada, pegar chuva, etc… Se meu espírito não fosse aventureiro eu não faria uma viagem como essa.

Na hora que eu estava colocando o capacete começou a chover.  Tive que proteger o celular porque à chuva, com certeza ele não resiste e fiquei sem o GPS visual para sair de Manaus.

O trânsito de Manaus é fo… go.  Pesado e não tem placas de sinalização.

Choveu muito mesmo na saída de Manaus.  As ruas mais pareciam rios, e a NC passou sem nenhum problema.

Passei pelo marco zero e então começou a viagem propriamente dita.

Decepção 1 – O GPS da Foston que eu já havia testado, não funcionou.

Decepção 2 – a bateria extra que comprei para a GoPro e seria para funcionar como uma extensão da bateria principal, descarregou-a e fiquei sem câmera de vídeo para gravar o caminho nesse primeiro dia.

DICA 1 – tudo o que você comprar de acessórios e eletrônicos para a viagem, teste-os bem antes.  Dos três aparelhos que comprei, dois não funcionaram mesmo tendo-os testado antes.  Acredito que por causa das atualizações de firmware (sempre temo essas atualizações).

Comecei a andar na BR 174 debaixo de muita chuva e muito vento.

Km 43,5 – tinha Polícia Rodoviária e eles estavam na pista.

Km 59 – blitz no meio da estrada e vim de longe tentando entender se era verdadeira ou falsa.  Passei sem problemas.

A partir do km 70 parou de chover forte e o céu clareou um pouco.

DICA 2 – quando estiver ventando muito, ande com o giro do motor mais alto para aproveitar melhor o torque.

DICA 3 – Uma estrada como esta que é estreita, em mão dupla e com pouco movimento, é muito perigosa.  A atenção tem que estar quadruplicada e ter olhinhos de radar mesmo.  Acontece que, por ser quase que deserta, a maioria das pessoas acabam esquecendo que tem outras pessoas e não olham em retrovisor, não dão seta, esse tipo de coisa.  Tem carro retornando em cima da pista, muito carro saindo de caminhos no meio do mato e tem que diminuir a velocidade sempre que se vê um desses caminhos, pois além de poder sair um carro ou caminhão que não te vê, sempre tem lama cruzando a pista.  E sabe… lama, terra, em cima de asfalto, em curva… se você estiver rápido, é chão na certa.  O ABS nessas condições dá uma segurança maior, claro.

É preciso desacelerar sempre nas muitas subidas, pois não é difícil vir um carro ultrapassando outro.

Estou agora próximo a Presidente Figueiredo.  Parou a chuva e estou encharcada.  Sim, comprei uma capa de chuva nova para a viagem, mas, para variar, ela estava debaixo da lona.  Eu não me importo de me molhar, contando que a cabeça e os pés continuem secos.  E não esteja frio.  Mas na próxima parada irei colocá-la dentro do baú da moto. =)

Chegando a Presidente Figueiredo tem um posto de gasolina.  Se você for fazer a viagem para esses lados, dou a dica de sair de Manaus cedinho e passear por algumas cachoeiras da região e o Parque Municipal das Orquídeas.

Até o km 134 o asfalto estava perfeito.  A partir daí, alguns remendos, mas pode ser considerada boa a estrada.  Estou no posto de gasolina no km 201 e a entrada da reserva é daqui a 7.  Tenho 240.8 km rodados com esse tanque, e como pretendo ir devagar, deve dar para cruzar a reserva, que tem 100 km.

Na entrada da reserva dos índios Waimiri Atroari tem uma oca onde se vende artesanatos feitos pelos índios.  Parei ali pensando em fazer uma foto e perguntei para o rapaz que veio até minha moto.  Ele não falava português.  Então ele perguntou para outro, que estava lavando uma Mitsubishi L200 branca novinha, e a resposta foi não.  Nem na lojinha eu pude tirar fotos.  Eles solicitam que não pare nem tire fotos na reserva.

1° abastecimento da NC 700X: andei com um tanque, exatos 350 km.  o tanque tem 14 litros.  Deu média de 25 km/l.  Me enganei em relação à extensão da reserva.  Não são 100 km, mas 130.  Então… fiquei sem gasolina enquanto passava por lá!  Demorou uns 10 minutos para passar um carro.  Passaram dois, voando, já que o asfalto ali está novinho.  Depois vieram mais dois, e o segundo parou.  Como sou uma menina de sorte, ele tinha um galão com 60 litros de combustível na caçamba!  Não deu 3 minutos e chegou um indio em sua Silverado. O rapaz explicou a ele que estava me ajudando e tudo bem.  Transferimos uns três litros para a moto, e segui viagem.

De Manaus até o hotel em Rorainópolis deu 498 km.  O hotel Amazônia Palace em que fiquei é simples, mas é novo e bem ajeitadinho.  Recomendo.   Tem wireless no quarto, piscina, água quente, TV com 8 canais, café da manhã, e é simpático.

Devido à chuva, não deu para fazer muitas fotos.

Clique na imagem para ver o trecho que percorri em detalhes.


Expedição sobre duas rodas – Preparativos
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Suzane Carvalho

A ideia de fazer este roteiro surgiu em julho do ano passado quando fomos para Manaus para o lançamento de alguns modelos da Honda.  O trajeto para a pista de testes, no meio do mato e com bom asfalto, me foi convidativo e perguntei ao motorista a distância até o norte da Venezuela, e se era asfaltado até lá.  A partir daí comecei a trabalhar para viabilizar a viagem conciliando minha agenda, que é bastante complicada, com a viabilização de uma moto.

A Honda me entregou a NC 700X na fábrica, em Manaus.  O pessoal de lá me deu bastantes informações sobre o trajeto que eu iria fazer, como onde tem posto de gasolina, hotel para ficar, essas coisas.

Logo que vi a moto achei-a linda.  Não tinha visto ainda a preta.
É normal eu ter reações um pouco diferentes quando eu pego uma moto ou um carro para um teste mais longo, do que foi no lançamento.  No lançamento geralmente estou com olhos mais críticos e procurando avaliar o máximo em um curto espaço de tempo, que geralmente é insuficiente.  Quando pego um veículo para conviver com ele, a relação é mais íntima.
Pedi para endurecer a suspensão traseira ao máximo, já que levarei bastante peso atrás.

SEGURANÇA
Antes de mais nada, ter uma moto segura, que dificilmente terá algum problema mecânico.  O roteiro tem muitas regiões desertas, muitas retas longas e serras.
Depois, ter um equipamento pessoal também seguro: um bom capacete, luvas, botas e vestimentas.

O QUE LEVAR
Estou levando  tie-lap de diversos tamanhos, fitas adesivas, faixa refletiva para colocar na traseira da moto, ferramentas, lona para cobrir a bagagem, fita dupla-face, borrachas para proteger a pintura da moto, estilete, canivete, tesoura, duas lanternas, capa de chuva, tripé, joelheiras e cotoveleiras, além de dois reparos de pneus.
Levei também óleo para colocar na corrente, lâmpadas e manetes sobressalentes.
Dois GPSs e dois rastreadores.
Água para beber, cereais, whey protein e barrinhas de cereais.
Cadeados, protetor solar, necessaire para os 10 dias.

O QUE NÃO LEVAR
– chave de casa
– talão de cheques
– secador de cabelo

COMPORTAMENTO
– roupa de forma que não pareça ser mulher.  Levei meu macacão mais leve só para os passeios.
– abri mão da balaclava de dois olhinhos e usarei a aberta
– não rodar à noite
– procurar ficar em hotéis com boa segurança e com internet
– não burlar as regras dos lugares

AMARRANDO AS MALAS
É importante que a bagagem esteja bem compacta, bem presa ao banco para não se mexer e não te empurrar nas frenagens. Use elásticos curtos que te daráo melhor tensão.
O que for mais pesado coloca-se na parte de baixo.
A posição tem que ser o mais junto de suas costas possível para que não fiquem duas massas separadas quando mudar de direção.  Isso também ajuda a evitar que a traseira pule.  São as mesmas regras de se levar um garupa.
Se a mala estiver separada de  suas costas, formará um canal de vento, deixando a moto instável.
É preciso colocar a lona por debaixo das malas, pois em caso de chuva, a água sobe e molha a mala por baixo.  Outra lona por cima de tudo.
Se você levar notebook, cuide para não passar os elásticos por cima dele, pois pode danificá-lo.

Agora, é “pé na estrada”!


Expedição de 5.000 km sobre duas rodas durante o Carnaval
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Suzane Carvalho

Recebendo a NC 700X na fábrica da Honda em Manaus

Carioca e acostumada a desfilar em Blocos e Escolas de Samba desde criança, no Carnaval deste ano resolvi mudar os ares.
Farei uma expedição sobre duas rodas, de Manaus a Ilha de Margarita, no norte da Venezuela.
Será uma expedição-reportagem-teste-aventura de aproximadamente 5.000 km. No roteiro, todos os tipos de paisagens: floresta, cerrado, montanhas, cachoeiras, rios e praias, totalizando 11 cidades.

Devido às atividades de meu Centro de Treinamento, há muito eu não fazia uma viagem como esta. Claro que vou aproveitar para fazer o teste de uma moto, que será a Honda NC 700X. Quando voltar publicarei o teste e uma matéria especial em fotos e videos sobre toda a viagem e as cidades por onde passar. Bem, se eu escutar algum batuque durante o Carnaval deste ano, será dos índios, pois já no primeiro trecho da viagem passarei pela reserva indígena Waimiri Atroari.
Sairei de Manaus no dia 10 e chegarei de volta no dia 21, quando darei uma entrevista coletiva para contar as aventuras e falar sobre os lugares por onde passei.
Você, que me acompanha e é meu seguidor, poderá acompanhar a aventura em tempo real através de meu Twitter pessoal  @SUZANECARVALHO, através de minha página no Facebook e mais detalhadamente, aqui, através  de meu Blog no UOL.
Veja abaixo meu roteiro:Roteiro Manaus-Margarita

Superteste com a Honda VFR 1200F e a Suzuki GSX 1300R Hayabusa
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Suzane Carvalho

Fotos: Carsten Horst e Marcelo Moreira

E para finalizar um ano que foi de muitos quilômetros rodados e muitas avaliações, um superteste!

Foram 4.000 km em uma semana, revezando entre a Honda VFR 1200F e a Suzuki GSX 1300R Hayabusa, ambas na versão 2012.  Nos quatro primeiros dias fiz 2.500 km da seguinte forma: na 5ª feira saí do Rio de Janeiro para São Paulo pelas Rodovias Presidente Dutra e Carvalho Pinto com a VFR 1200F.  Na 6ª feira fui de São Paulo para o Rio com a Hayabusa.  No sábado pela manhã testei-a no agora finado Autódromo de Jacarepaguá, e à tarde voltei com ela para São Paulo pelo mesmo trajeto anterior.  No domingo, saí de São Paulo cedinho com a VFR 1200F fazendo o mesmo percurso que fiz com a Hayabusa, e testei-a à tarde em Jacarepaguá.  Na 2ª  feira voltei para São Paulo.


Duas das motos mais cobiçadas pelos estradeiros, a Honda VFR 1200F e a Suzuki GSX 1300R Hayabusa esbanjam beleza e potência.  São supermáquinas da mesma categoria, mas de estilos diferentes.   Qual é a mais bonita?  Difícil dizer.  As duas são lindas e a escolha será uma questão de gosto.  Uma tem o estilo mais agressivo, e a outra, mais “clean”.

Apesar de ter feito o mesmo percurso com as duas motos, as condições de pista e climáticas foram diferentes,  por isso não podemos considerar a velocidade máxima e a aceleração como comparativo, por não terem sido feitas no mesmo momento.

Cada vez que eu levantava de uma e sentava na outra, minha expressão era a mesma: “que tesão de moto!”.  As duas são fantásticas.  Na Hayabusa você encontrará mais arrojo e potência enquanto que na VFR mais tecnologia e elegância.

A primeira grande diferença está no câmbio, que é automático com opção de trocas manuais na VFR 1200F.  Logo  se percebe a falta do manete da embreagem e do pedal do câmbio.  Além do funcionamento automático, assim como em um carro, é possível fazer as trocas de forma manual, através de dois botões que ficam ao alcance dos dedos da mão esquerda, como se fosse um joystick.  Para que esta troca fique satisfatoriamente rápida, a embreagem é dupla (DCT) e não é preciso desacelerar pra cambiar.  Só não dá para dar aquela acelerada para chamar atenção, quando estiver engatada.  Só em ponto morto.  Na Hayabusa o câmbio é tradicional.

Em relação ao motor, na moto da Suzuki o torque é despejado de forma  mais rápida.  Quando eu acelerava forte, dava “aquela” emoção.  Na moto da Honda, o despejo da potência é mais suave e gradativo, mas foi com ela que consegui médias de velocidade mais altas.  Ambas tem seletor de modo de despejo de potência do motor.

O ronco do motor da Hayabusa é mais grave e mais baixo e na VFR o volume é mais alto e mais aberto.  Se bem que com o barulho do vento no capacete, pouco se escuta.  Mas com o giro alto, os dois são deliciosos.

A VFR  corta a 10.500 rpm e as  velocidades máximas que atingi nas 3 primeiras marchas foram:  1ª – 116 km/h;  2ª –  160, 3ª – 201.  A máxima, entrando lançada na reta longa de Jacarepaguá foi 265.

A Hayabusa corta a 12.000 rpm e as  velocidades máximas que atingi foram:  1ª – 140 km/h; 2ª – 190; 3ª – 240.  A máxima, entrando lançada na reta longa de Jacarepaguá foi 280.

A posição de pilotagem da VFR é um pouco mais ereta e com a perna mais esticada, sendo mais estilo Touring.  A da Hayabusa é mais esportiva, com as pernas mais dobradas e tronco mais abaixado.

No que diz respeito à ergonomia do tanque de gasolina, o da Hayabusa se mostrou mais confortável e eu nem o sentia.

Por causa do design do banco do carona e da alça para segurar, minha malinha ficou mais bem acomodada na VFR.

O painel das duas é completo e bonito.
Retrovisores: os dois são muito bons, com excelente campo de visão.
No trânsito pesado, achei que a buzina da VFR fica um pouco longe do dedo.
Os dois faróis são ótimos, mas o da VFR é ainda mais forte, chamando mais atenção dos carros que estão à nossa frente.

Os freios das duas foram bastante eficientes.  Mas nas frenagens mais fortes dentro do Autódromo de Jacarepaguá e com temperatura bem alta, pelo fato da VFR ter Combined-ABS discos maiores e 6 pistões na dianteira, se saiu melhor.

Ah!  A VFR traz ainda freio de mão.

Seja com uma ou com outra, tudo passou muito rápido!  Inclusive a semana que fiquei com as duas.

CLIQUE AQUI para ver uma galeria completa de fotos  com essas duas supermáquinas!

 

HONDA VFR 1200F

SUZUKI GSX 1300R HAYABUSA

 Cilindrada 1.236,7cm³ 1.340 cm³
 Cilindros 4 em V, 16 válvulas 4 em linha, 16 válvulas
 Potência 172,7cv a 10.000 rpm 197 cv a 9.500 rpm
 Torque 13,2kgf.m a 8.750 rpm 15,81 Kgf a 7.200 rpm
 Diâm x curso pistão 81 X 60 mm 81 x 65 mm
 Compressão 12:1 12,5:1
 Escapamento 4 x 2 4 x 1
 Câmbio 6 marchas aut/man 6 marchas tradicional
 Transmissão final eixo-cardã corrente
 Chassi Diamond frame de alumínio twin-spar frame de alumínio
 Suspensão diant Telescópica invertida, 120 mm Telescópica invertida, 120 mm
 Suspensão traseira Pro-link monoamortecida,  130mm Balança articulada, tipo link, monoamortecida, 120 mm
 Freio dianteiro disco duplo 320 mm com 6  pistões disco duplo 310 mm com  4 pistões
 Freio traseiro disco simples 276 mm com 2  pistões disco simples 260 mm com 2 pistões
 Tanque de combustível 18,5 litros 21 litros
 Consumo médio 13,5 a 17 km/l 15 a 16,3 Km/l
 Compr x larg x altura 2.244 x 740 x 1.222 mm 2.190 x 735 x 1.165 mm
 Entre eixos 1.545 mm 1.480 mm
 Pneu dianteiro 120/70ZR – 17 M/C 58W 120/70 ZR17 M/C (58W)
 Pneu traseiro 190/55ZR – 17M/C 75W 190/50 ZR17 M/C (73W)
 Peso 264 kg 248 kg
 Altura do banco 81,5 cm 80,5 cm
 Distância do solo 12,8 cm 12 cm
 Add-ons Freio de mão
C-ABS
Câmbio automático
Embreagem dupla
 Preço 69.900,00 56.000,00

 


Aventureira e tecnológica, Honda VFR 1200X chega por 79.900
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Suzane Carvalho

Aventureira na aparência, tecnológica em seu interior, completa em seu comportamento.  Essa é a VFR 1200X Crosstourer que acaba de chegar às concessionárias.

O motor é o mesmo da VFR 1200F: um V4 de 1.236 cm3, mas com menos potência e menos torque. São 129 cv a 7.750 rpm e 12,8 kgf.m a 6.500 rpm.

As válvulas de admissão são acionadas por cames (ressaltos) e as válvulas de escape, via balancins roletados, sendo só um comando de válvulas por cabeçote, objetivando compactação e redução de peso do motor.

 

E o melhor: o câmbio também é o mesmo da 1200F.  É automático eletrônico de dupla embreagem (DCT – Dual Clutch Transmission), que pode ser utilizado no modo totalmente automático, automático Sport ou Manual.

Essa transmissão utiliza embreagens independentes para as marchas ímpares (1ª, 3ª e 5ª) e pares (2ª, 4ª e 6ª) o que a faz ser mais dinâmica.  No modo Manual, o câmbio é feito através de dois botões que ficam ao alcance dos dedos da mão esquerda e não precisa desacelerar para cambiar.  Lembre, assim como em um carro automático, não tem o manete da embreagem nem o pedal do câmbio.  Esse câmbio já está mais acertado do que quando chegou aqui pela primeira vez, em 2011.
A transmssão final é feita por eixo cardã.

Ela tem controle de tração que pode ser desligado e freios com Combined ABS.  Utiliza sistema de disco duplo com 310 mm na dianteira e disco simples de 276 mm na traseira.

O chassi é do tipo Diamond em alumínio e a suspensão de curso longo.  Na frente, garfo telescópico de 165 mm de curso e atrás, tipo Pro-Link com 146 mm de curso.  Ambas com regulagem de pré-carga.

Apesar de utilizar pneus de uso misto sem câmara, as rodas são raiadas de 19’’ na frente e 17’’ na traseira.  Os raios são fixados nas bordas. Na dianteira, tem configuração de 110/80 e na traseira utiliza pneu 150/70.  O banco fica a 85 cm do chão.

As medidas comprimento x largura x altura são respectivamente 2.284 x 916 x 1.335 mm, com distância entre-eixos de 1.596 mm.  E sem combustivel, pesa 260 kg.

O design foi desenvolvido a partir da irmã VFR 1200F e transmite um estilo imponente e agressivo.

Tem faróis sobrepostos, piscas em led, para-brisas e protetores de mão reguláveis e um bonito painel digital multifuncional.

Faz parte do conceito Honda Dream, que abrange motocicletas acima de 450 cc e leva o logo com fundo vermelho perolado.

Essa moto foi apresentada como protótipo no Salão de Milão de 2010 e a Honda se esforçou para colocá-la logo no mercado brasileiro, já que o mercado de motocicletas de alta cilindrada continua crescendo.

Veja aqui mais detalhes sobre o câmbio e a embreagem em uma apresentação/teste que fiz da VFR 1200F.