Ilegal na Venezuela!
Suzane Carvalho
Cheguei ao ferry para ir à Ilha de Margarita ás 18h30min.
Foi muito fácil comprar o ticket para mim e para a moto, que paga quase o dobro que eu, por ser acima de 500 cc. O ferry sairia às 21 h.
Com a passagem e a documentação em mãos, fui para o guichê do SAIME – Servicio Administrativo de Identificación, Migración y Estranjería – para controle da docuentação. Foi quando o rapaz me informou: “Você não pode embarcar para Margarita, pois não tem no passaporte o selo que te permite ficar na Venezuela.” Ou seja, eu estava ilegal na Venezuela!
Quando se entra na Venezuela, é preciso parar no SENIAT – Servicio Nacional Integrado de Administración Aduanera y Tributaria para pagar um seguro e pegar o selo que te permite circular pelo país.
Acontece que, viajada e experiente que sou, tendo já morado na Inglaterra e Itália, rodado toda a Europa, Estados Unidos, Canadá, México e Argentina, de carro e moto, inclusive, sigo as regras do país e faço o que me falam para fazer. Então eu fiquei esperando o lugar onde fossem me parar para me dar essa permissão, o que não aconteceu. Na verdade, EU tinha que parar e ir lá no prédio, que na verdade, nem prestei atenção porque estava prestando atenção no trânsito que estava intenso e nos policiais, esperando que me fossem parar.
Ali na fronteira do Brasil com a Venezuela, todos passam de um lado para o outro sem serem parados. Da mesma forma que com as fronteiras da Argentina e do Paraguai, junto a Foz do Iguaçu. E por ser Carnaval, o tráfego estava realmente intenso.
Só que não me disseram o que fazer para resolver a situação. Fui então para o Hotel Venetur, e a partir daí, fiquei até com medo de que, quando pedissem meu passaporte e não vissem o tal selo, chamassem a polícia.
O hotel é um cinco estrelas, com um visual lindo para o mar, mas que está com o equipamento bastante velho.
Entrei no site do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil) e peguei os telefones do Consulado Brasileiro na Venezuela. Não consegui falar em nenhum dos telefones, então enviei um e-mail. Meu e-mail foi prontamente respondido pelo Cônsul-Geral do Brasil em Caracas, o Sr. Lineu de Paula, que me passou o número do celular dele. Fui muito bem atendida, e o problema resolvido, já que ele conseguiu junto à Imigração venezuelana, que também me atendeu muito bem, um documento que me permitia circular pelo país pelos próximos 10 dias.