Dia 01: 10/02/2013. Trecho Manaus-Rorainópolis
Suzane Carvalho
Saindo de Manaus para Rorainópolis às 10:42 min com a Honda NC 700X que está com 260 km.
O propósito da viagem é o passeio, a aventura, o sentimento de liberdade, fazer lindas fotos, experimentar a NC 700X em todas as situações e contar tudo para vocês. Para tal, é importante andar sempre em segurança, tanto com o equipamento da moto, o pessoal e na maneira de pilotar.
Na hora que fui amarrar o GPS da Foston que comprei para levar, percebi que ele não fica ligado. Eu o havia testado por dois dias seguidos e o deixei carregando a noite inteira, mas nada de ele ficar ligado. Acho que foi a atualização do firmware que causou isso. Como solução, amarrei meu celular Galaxy SIII que está com um mapa para navegação por GPS off-line da Sygic. O problema é que a bateria não dura muito.
Em 24 horas com a NC 700X meu relacionamento com ela já é outro. Esse bagageiro na frente cabe tudo e mais um pouco. Só que depois que amarrei tão bem amarradas minhas malas, lembrei que terei que tirar tudo para abastecer. Tudo bem. Faz parte, da mesma maneira que faz parte carregar baterias dos eletrônicos, calibrar, lubrificar corrente, usar roupa pesada, pegar chuva, etc… Se meu espírito não fosse aventureiro eu não faria uma viagem como essa.
Na hora que eu estava colocando o capacete começou a chover. Tive que proteger o celular porque à chuva, com certeza ele não resiste e fiquei sem o GPS visual para sair de Manaus.
O trânsito de Manaus é fo… go. Pesado e não tem placas de sinalização.
Choveu muito mesmo na saída de Manaus. As ruas mais pareciam rios, e a NC passou sem nenhum problema.
Passei pelo marco zero e então começou a viagem propriamente dita.
Decepção 1 – O GPS da Foston que eu já havia testado, não funcionou.
Decepção 2 – a bateria extra que comprei para a GoPro e seria para funcionar como uma extensão da bateria principal, descarregou-a e fiquei sem câmera de vídeo para gravar o caminho nesse primeiro dia.
DICA 1 – tudo o que você comprar de acessórios e eletrônicos para a viagem, teste-os bem antes. Dos três aparelhos que comprei, dois não funcionaram mesmo tendo-os testado antes. Acredito que por causa das atualizações de firmware (sempre temo essas atualizações).
Comecei a andar na BR 174 debaixo de muita chuva e muito vento.
Km 43,5 – tinha Polícia Rodoviária e eles estavam na pista.
Km 59 – blitz no meio da estrada e vim de longe tentando entender se era verdadeira ou falsa. Passei sem problemas.
A partir do km 70 parou de chover forte e o céu clareou um pouco.
DICA 2 – quando estiver ventando muito, ande com o giro do motor mais alto para aproveitar melhor o torque.
DICA 3 – Uma estrada como esta que é estreita, em mão dupla e com pouco movimento, é muito perigosa. A atenção tem que estar quadruplicada e ter olhinhos de radar mesmo. Acontece que, por ser quase que deserta, a maioria das pessoas acabam esquecendo que tem outras pessoas e não olham em retrovisor, não dão seta, esse tipo de coisa. Tem carro retornando em cima da pista, muito carro saindo de caminhos no meio do mato e tem que diminuir a velocidade sempre que se vê um desses caminhos, pois além de poder sair um carro ou caminhão que não te vê, sempre tem lama cruzando a pista. E sabe… lama, terra, em cima de asfalto, em curva… se você estiver rápido, é chão na certa. O ABS nessas condições dá uma segurança maior, claro.
É preciso desacelerar sempre nas muitas subidas, pois não é difícil vir um carro ultrapassando outro.
Estou agora próximo a Presidente Figueiredo. Parou a chuva e estou encharcada. Sim, comprei uma capa de chuva nova para a viagem, mas, para variar, ela estava debaixo da lona. Eu não me importo de me molhar, contando que a cabeça e os pés continuem secos. E não esteja frio. Mas na próxima parada irei colocá-la dentro do baú da moto. =)
Chegando a Presidente Figueiredo tem um posto de gasolina. Se você for fazer a viagem para esses lados, dou a dica de sair de Manaus cedinho e passear por algumas cachoeiras da região e o Parque Municipal das Orquídeas.
Até o km 134 o asfalto estava perfeito. A partir daí, alguns remendos, mas pode ser considerada boa a estrada. Estou no posto de gasolina no km 201 e a entrada da reserva é daqui a 7. Tenho 240.8 km rodados com esse tanque, e como pretendo ir devagar, deve dar para cruzar a reserva, que tem 100 km.
Na entrada da reserva dos índios Waimiri Atroari tem uma oca onde se vende artesanatos feitos pelos índios. Parei ali pensando em fazer uma foto e perguntei para o rapaz que veio até minha moto. Ele não falava português. Então ele perguntou para outro, que estava lavando uma Mitsubishi L200 branca novinha, e a resposta foi não. Nem na lojinha eu pude tirar fotos. Eles solicitam que não pare nem tire fotos na reserva.
1° abastecimento da NC 700X: andei com um tanque, exatos 350 km. o tanque tem 14 litros. Deu média de 25 km/l. Me enganei em relação à extensão da reserva. Não são 100 km, mas 130. Então… fiquei sem gasolina enquanto passava por lá! Demorou uns 10 minutos para passar um carro. Passaram dois, voando, já que o asfalto ali está novinho. Depois vieram mais dois, e o segundo parou. Como sou uma menina de sorte, ele tinha um galão com 60 litros de combustível na caçamba! Não deu 3 minutos e chegou um indio em sua Silverado. O rapaz explicou a ele que estava me ajudando e tudo bem. Transferimos uns três litros para a moto, e segui viagem.
De Manaus até o hotel em Rorainópolis deu 498 km. O hotel Amazônia Palace em que fiquei é simples, mas é novo e bem ajeitadinho. Recomendo. Tem wireless no quarto, piscina, água quente, TV com 8 canais, café da manhã, e é simpático.
Devido à chuva, não deu para fazer muitas fotos.
Clique na imagem para ver o trecho que percorri em detalhes.