Vendas de motocicletas de baixa cilindrada continuam em queda
Suzane Carvalho
As vendas gerais de motocicletas para o consumidor final caíram 34% em setembro, se compararmos com o mesmo mês do ano passado.
De agosto para setembro, foram menos 18%. Se compararmos o terceiro trimestre deste ano com o do ano passado, teremos uma queda de 24%. No acumulado do ano, menos 13%. Expresso em números, este ano foram vendidas até agora 1.242.891 motocicletas contra 1.434.322 no mesmo período do ano passado.
Mas afinal? O que realmente está fazendo com que as vendas caiam? Segundo a ABRACICLO, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, a principal razão é a falta de crédito ao consumidor, já que 85% das novas motocicletas são vendidas para as classes C, D e E da população. Em 2011, 52% das motocicletas vendidas teve financiamento de 100% de seu valor e 27% foi adquirido através de consórcio. Este ano, devido ao alto índice de reprovação das propostas para novos financiamentos, esse número caiu para 41%. A percentagem de motocicletas adquiridas através de consórcio aumentou, assim como as à vista, que significaram 21% ano passado contra 25% em 2012.
As vendas de motocicletas acima de 500 cm3 cresceram 13% até agora. Ano passado significaram uma fatia de 2,24% (32.179 unidades) do mercado e este ano já somam 2,9%, com 36.440 motos vendidas.
Por outro lado, a exportação teve alta de 57%, e o destino da maior parte dessas motos é a Argentina e México. Mas este número ainda representa uma fatia muito pequena da produção interna.
A previsão, já contando uma pequena recuperação a partir deste mês, por causa da nova linha de crédito anunciada pela Caixa Econômica Federal no dia 03 passado, é que o ano feche com queda de 17%.
Se as vendas caem, a produção segue o mesmo caminho, e cerca de 2.000 postos de trabalho no setor já foram cortados.