Teste da naked Bandit 650 da Suzuki, no Autódromo de Jacarepaguá
Suzane Carvalho
Quando peguei a Suzuki Bandit 650 para testar ela estava com apenas 67 Km rodados. Saí do escritório da J.Toledo em Jundiaí, SP, pela Via Anhanguera e logo peguei a Rodovia dos Bandeirantes. Duas estradas de excelente asfalto. A satisfação em pilotá-la foi imediata.
O ronco do motor é uma delícia. Grave e suave, um “vuuuummmm…” bem ao estilo das motos da Suzuki. O acionamento hidráulico da embreagem deixa a troca de câmbio super suave e não se sente nenhum buraco entre as marchas.
O motor é 4 tempos de 656 cm³ distribuídos em 4 cilindros, com 16 válvulas, DOHC, refrigerado a água. A potência é de 85 cavalos a 10.500 rpm e o torque de 6,27 Kgf.m a 8.900 rpm. Ele corta a 12.500 giros e em 6a marcha, a 10.000 rpm está a 195 Km/h! A taxa de compressão é de 11,5:1 e a relação diâmetro x curso do pistão, 65,5 x 48,7 mm, o que indica um ganho de giro rápido.
Em 1ª marcha chega a 89 Km/h, em 2ª a 135 e em 3ª, 172. A máxima que ela atingiu no Autódromo de Jacarepaguá, que tem a reta curta, foi de 193 Km/h em 4ª marcha. Na pista de testes, chegou a 228 de final.
Rodei por 1.562 Km em estradas, cidades de grande movimento como Rio de Janeiro e São Paulo, estradas de terra e também no Autódromo de Jacarepaguá. Por isso dou a dica: vale muito a pena perder poucos minutos para acertar a suspensão para cada tipo de piso em que você for andar, pois a sensibilidade do chassi tubular é bastante grande (o que indica de boa qualidade).
Você pode mudar a precarga das molas tanto dianteira como traseira.
Por exemplo: quando fui andar no autódromo, ela estava dobrando muito nas curvas, então endureci a traseira, e melhorou bastante, mas a frente continuou pregando. Então endureci a frente também e ela ficou reagindo rápido, sem apoiar nem dobrar muito.
Quando andei na chuva e em estrada de terra, fiquei sentindo a moto flutuar. Voltei a amolecer e me senti segura novamente.
Isso quer dizer que você pode viajar com ela para o interior sem se preocupar em como reagirá quando pegar um trecho off-road. Mas fique atento à pressão dos pneus, pois eles não foram feitos para andar sobre pedras.
Testei também várias calibragens, e a melhor para o asfalto foi 36/36, que é a recomendada pelo fabricante.
Todos esses acertos devem ser feitos inclusive quando você for levar garupa, que terá na Bandit 650 um confortável banco.
Os freios são bons e se saíram bem tanto na pista quanto nas ruas. O dianteiro é composto por duplo disco flutuante ventilado de 310 mm de diâmetro e pinça de quatro pistões opostos da Tokico. O traseiro tem disco simples de 240 mm de diâmetro e pinça deslizante de um pistão.
Vem com pneus Bridgestone montados no aro 17”.
Em geral gosto dos retrovisores das motos da Suzuki, mas não me acertei com os da Bandit. Nem posição, nem angulação dos espelhos, que poderia ser melhor.
O motor pintado de preto e o radiador para fora dão ênfase ao estilo naked. Mas se você gosta de motocicleta com maior porte, pode optar pela versão carenada da Bandit 650, a “S” que ganhou compartimentos na carenagem para transporte de pequenos objetos, além de um terminal elétrico de 12 V.
O modelo 2012 da Bandit 650 teve o escapamento remodelado, ganhou novo design nas setas e lanterna traseira, para-lama traseiro mais esportivo e protetor do radiador em polímero (mais leve em relação ao alumínio). O farol é multirefletor com lâmpadas halógenas.
Moto que tem indicador de marchas e pisca-alerta ganha pontos comigo, pois são dois aliados do motociclista. E a Bandit 650 tem os dois.
O painel de instrumentos é inspirado nas motos superesportivas e possui tacômetro analógico e um display em LCD com velocímetro, medidor de combustível, relógio, indicador de posição de marchas, tudo digital. Eu prefiro o marcador de combustível analógico.
O guidão tem duas posições, variando em 1 cm na altura; o banco abaixa 2 cm e os manetes de freio e embreagem também são ajustáveis em até quatro posições.
O tanque tem 19 litros e o consumo variou bastante dependendo do estilo de pilotagem: foi de 16.79 Km/l na cidade até 10.82 Km/l quando utilizada em alta performance, na pista.
Pesa 240 Kg, tem Injeção eletrônica e partida elétrica.
São quatro as cores: azul, vermelha, cinza e preta.
O preço da naked, que testei, é de R$ 29.900,00. A versão carenada sai por R$ 31.400,00.