Primeiro contato com a nova Honda CBR 600F
Suzane Carvalho
Carenada, com design esportivo e moderno, posição de pilotagem confortável, acerto de mola e de amortecedor tanto na dianteira quanto na traseira. E linda.
Essa é a moto que a Honda lançou para ocupar lugar entre uma “Naked” e uma “Super Sport”. No caso, entre a CB 600F Hornet e a CBR 600RR. Entendendo melhor: O “F” é de “fun”, que quer dizer divertimento, em inglês. E o “RR” quer dizer “Racing Replica”, ou seja, cópia da que é utilizada nas pistas de corrida.
A carenagem dá à CBR 600F o ar de Superesportiva, mas a posição de pilotagem é mais ereta e mais confortável, já que aproximadamente 75% dos compradores de motos superesportivas nunca andaram em um autódromo fechado, ou encostando joelho no chão. E foi pensando nesse público que a Honda desenhou a nova moto. Para ser usada na estrada e na cidade, mas com o desempenho de uma SuperSport e o conforto de uma Naked.
O design da carenagem e do farol lembra a recém lançada, e já campeã, VFR 1200F.
Para deixá-la com pilotagem esportiva, tem dois semi-guidões em vez de um guidão, suspensão dianteira invertida, carenagem integral, e motor com bom desempenho. São 102 cavalos, mas em um giro um pouco alto: 12 rpm. O torque é de 6,53 kgf.m a 10.500 rpm. É praticamente o mesmo da Hornet: 4 cilindros com 16 válvulas, injeção PGMFI com um bico injetor para cada cilindro. Para você entender a diferença, na esportiva RR, são dois bicos em cada cilindro sendo que o segundo injetor começa a funcionar a partir de 5500 rpm.
O banco está a 80,3 cm do chão.
Em comparação com a Hornet, pesa 3 quilos mais. O chassi tem praticamente o mesmo desenho, diferindo apenas nos pontos de fixação da carenagem, além de ser em alumínio. Apesar do porte maior, no tanque de combustível cabe um litro a menos de gasolina. E custa só R$ 2.500,00 a mais.
Comparando com a RR, tem entre-eixos maior, fazendo-a ser mais suave e fácil de guiar. É mais confortável para usar na cidade e mais confortável também na estrada, não precisando ficar com os joelhos tão dobrados.
A carenagem e a bolha dão uma proteção aerodinâmica para andar na estrada.
Como os retrovisores estão fixados na carenagem frontal, dá uma ampla visão, sem precisar mexer a cabeça, mas só os olhos.
O painel é totalmente digital, e fixado ao chassi (na Hornet é na mesa).
A suspensão dianteira é telescópica invertida e a traseira, mono amortecida. As duas têm acerto de amortecedor e mola, e eu indico aprender a usá-los, pois são bem fáceis de serem mexidos e como a moto é sensível, reage bem às mudanças, sendo realmente proveitoso para cada tipo diferente de piso em que você for andar.
É relativamente leve, com 191 Kg (196 para a com ABS).
Os freios são da Nissin. Na frente, discos duplos flutuantes de 296 mm e cáliper de dois pistões. Na traseira, disco simples de 240 mm com cáliper de pistão simples.
Pode vir com Combined ABS. Nessa opção, o freio dianteiro tem 3 pistões, sendo que um fica dedicado ao pedal traseiro. Isso mesmo: quando você freia com o pé, ela automaticamente joga um pouco de freio para a frente, equilibrando a frenagem.
Suas concorrentes diretas são a Suzuki GSX 650F, Kawasaki Ninja 650F e a Kasinski Comet GT 650R. As três utilizam pneus mais estreitos que a CBR 600F.
A CBR 600F é produzida em Manaus e a Honda pretende vender uma média de 230 delas por mês. Tem na cor branca com vermelho, ou toda negra. Seu preço é de R$ 32.500 para a versão sem ABS e R$ 35.500 com ABS. Pelo menos por enquanto, a branca com vermelho não tem opção do ABS. (!)
A garantia é de um ano, sem limite de quilometragem.
A Honda vem trabalhando para fazer crescer o seguimento de motos de alta cilindrada (acima de 450cc) e está inaugurando pelo país, as lojas Honda Dream, específicas para atendimento exclusivo a esses clientes.