“Uma Volta na Itália em 12 Dias” com a Triumph Tiger Sport – Dia 01
Suzane Carvalho
MILÃO – GENOVA – SANREMO
O propósito desta viagem é, acima de tudo, curtir a essência do motociclismo: viajar sobre uma motocicleta, por estradas e caminhos de diferentes estilos, onde verei as mais diversas paisagens, estradas e climas.
O espírito é o aventureiro: de exploração e conquista. Descobrir o novo, andar pelo desconhecido, atingir objetivos.
Longe de ser uma viagem de turismo tradicional não irei aos lugares mais famosos. Meu objetivo é fazer a “Volta na Itália em 12 Dias”, todo o desenho da bota, com uma Tiger Sport da Triumph, fotografar e contar tudo para vocês. Sobre os lugares e a moto. Aliás, EU não tenho nada de tradicional. Já morei na Itália e nunca fui ver o Papa.
Haverá lugares em que vou querer ir, mas não poderei parar nem fotografar.
Serão 12 dias, cada noite em uma cidade e hotel diferentes. Com certeza ficarei com “gostinho de quero mais”, e essa é uma das coisas boas de viagens como esta: ficar com saudade.
Peguei a moto no escritório da Triumph em Milão. Ela estava com 2.066 quilômetros rodados.
Saí de lá em direção a Genova, já às 10:55 da manhã.
Saindo, ainda no estacionamento, já com as malas amarradas, já percebi que a moto é muito fácil de guiar e fazer curvas de baixa, mesmo estando com a bagagem.
Peguei direto a autoestrada e a primeira fazenda de produção de feno pela qual passei, já quis parar para fotografar; mas não parei, pensando no horário. Logo em seguida vi a primeira igrejinha, muito bonitinha, mas também não parei. Se eu parar para fotografar tudo o que vejo, farei a volta em 120 dias!
Deixei os acertos da moto todos como sai de fábrica: suspensões dianteira e traseira e calibragem.
70 quilômetros após ter saído de Milão, minhas mãos começaram a gelar. As luvas de borracha, que utilizo por debaixo das de pilotagem, estavam dentro da mala. A Triumph Sport tem como acessórios, os protetores de mão e também aquecedores de manopla, mas o modelo que peguei é standard. Outros acessórios são os baús laterais e traseiro e carregador 12 volts.
A qualidade da autoestrada saindo de Milão é excelente. A velocidade máxima fica entre 90 e 110 km/h mas praticamente nenhum motorista respeita, apesar dos avisos de radares. Tem também bastante caminhão.
A moto estava com meio tanque quando peguei. Quando acendeu a luz do combustível, o computador de bordo me mostrou que eu tinha ainda combustível para rodar 72 km. Eu andei bem menos, e de repente o painel me mostro “0” km de autonomia. Fiquei desesperada, pois estava descendo a serra, com pedra dos dois lados e sem acostamento.
O primeiro abastecimento foi chegando em Genova. Coloquei 20 euros (70 reais), que deu 11,9 litros o litro custa 1,68 (5,88). Eu andei 142,8 km desde que peguei a moto. O computador de bordo me mostrou que a média do consumo foi de 5,7 litros a cada 100 km, ou seja, 17,54 km/l. A moto está com 2.209 km.
Em Genova, caí em um viaduto perimetral que passa paralelo ao imenso porto, muito parecido com o que o Rio de janeiro tinha, e que foi colocado abaixo recentemente. Depois caí em um túnel comprido, sem ter noção para que lado estava indo. Rodei um pouco pela cidade. A quantidade de scooters é imensa. Esse é de fato o principal meio de transporte daqui. Em qualquer sombra de árvore se vê no mínimo uma dúzia delas estacionadas. De variadas marcas, estilos e cilindradas.
É incrível como o Brasil ainda é atrasado e limitado em sua capacidade de compreensão em relação à utilização de um veículo de duas rodas como meio de transporte e forma de mobilidade. Coisa que até a China e a Índia estão infinitamente à nossa frente.
Entre Genova e Sanremo fui pelo litoral até a metade do caminho, e sempre entre 30 e 40 km/h. Parei para fotografar e comer algo. A temperatura estava agradável, 24° c e um belo dia de Sol. Depois peguei a autoestrada que é belíssima!
Abastecimento: km total: 2.379. Andei 170 km e o consumo foi de 5,8 l/100 km, ou seja, 17,24 km/l.
Chegando a Sanremo, fui logo até o Porto para fotografar o Pôr do Sol. A cidade é uma gracinha e a quantidade de iates, imensa.
O hotel eu reservei pelo Hotel.com. A reserva funcionou direito e não tive problemas. A única coisa, é que não era um hotel, mas “quartos de aluguel” no Pollon Inn Sanremo. Dentro deste conceito, foi satisfatório. Por 45 euros (157,50 reais). O Quarto é bastante espaçoso, com cama de casal e sofá, tem televisão, geladeira, lugar para pendurar a roupa, o box como sempre é pequeno, mas a água é boa, as toalhas e lençóis meia boca, limpeza razoável e duas coisas que considero importantes para mim: tomada ao lado da cama e wi-fi.
Jantei em um restaurante bem típico, espagueti com pomodori, o que eu consegui que fizessem sem sal.