Blog da Suzane Carvalho

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O que que a Police tem?
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Suzane Carvalho

Fotos: Sergio Rodrigues

Em 1908 foi a primeira vez que a Harley-Davidson forneceu motocicletas para o serviço policial.  Hoje, serve a polícia de 45 países, incluindo o Brasil.

Três modelos de sua linha são adaptados para servir as mais variadas exigências: Road King, Electra Glide e Sportster 883.  No Brasil, são fabricados os modelos Road King e Electra Glide, que vão para as Polícias Rodoviária e Militar.  Ambas da linha Touring.  Só no Rio de Janeiro, onde constantemente acontecem eventos com presença de chefes de estado, são mais de 500.  As Polícias Militares dos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul também a utilizam.  A Polícia do Exército e os batedores das Forças Armadas utilizam o modelo Electra Glide.

Testei o modelo que a Polícia Rodoviária Federal utiliza, que é a Road King Police.  Ela é também utilizada para a guarda da presidência da república e de todos os chefes de estado que visitam o país.
Foi projetada, desenhada e construída para uso exclusivo policial.  Além de um motor forte, a polícia tem nas mãos uma moto fácil de pilotar, apesar de grande.  Ela estava só com 230 km rodados quando peguei, o que significa motor ainda preso.  Andei por outros 466, deixando-a com 696.
Foi interessante conhecer a moto, que é majestosa, e a reação das pessoas nas ruas, diante “um policial” em ronda.  Principalmente dos motoristas de caminhão nas estradas, quando eu emparelhava.


São 13,8 kgf.m de torque (mais do que o do Novo C3!) a 3.500 rpm e por volta de 84 hp (a mesma coisa que o Novo C3!) no motor de 1.690 cc Twin Cam 103 com duas válvulas por cilindro e ajuste hidráulico automático.  A compressão é de 9,6:1 e a relação diâmetro x curso do pistão é 98,4 x 111,1 mm.

O motor tem Injeção eletrônica sequencial (ESPFI,) comando lateral e fica apoiado em coxins de borracha.   Tem lubrificação por cárter seco com radiador de óleo, refrigeração a ar pressurizado.   O filtro de ar é de fibra de vidro e lavável.  A transmissão primária é por corrente e a final é por correia de borracha, o que faz com que seja um pouco menos “nervosa”, do que se fosse com corrente, ou seja, com a aceleração mais suave. A embreagem é multidisco banhado a óleo.

Vazia, pesa 359 kg.  Tem 2,415 metros de comprimento por  87,6 cm de largura e 1,4 m de altura.  O entre-eixos é de 1,610 m.  Pode carregar até 617 kg.

A relação de marchas é um pouco mais curta do que a do modelo comercial, e o torque pouca coisa maior, o que a deixa mais rápida.
Em 1ª marcha, alcançou 70 km/h.  Em 2ª, 104; em 3ª, 140; em 4ª, 178.  Em 5ª marcha fica limitada nos 5.000 rpm a 180 km/h.  Em 6ª marcha fica limitada a 4.000 rpm a 170 km/h. Mas ela chega muito rápido aos 180.  A velocidade máxima foi de 190 km em descida.  É bom lembrar que o motor estava amaciando.

O escapamento é cromado, duplo, do tipo 2-1-2 saindo um para cada lado da roda traseira.

A 100 km/h em 6ª marcha, o motor fica somente a 2.200 rpm.  Então, em uma velocidade de cruzeiro, com o giro tão baixo, quase não há vibração.  Ela de fato vibra bem menos que o modelo anterior que testei, a Softail Deluxe 2011.

A moto tem muita frente e mesmo com seu tamanho, nunca foi difícil trafegar no corredor.  O vão livre do solo é de só 13 cm, mais baixo em quase uma polegada que o modelo original; e o banco está a 77,8 cm do chão, 4,3 cm mais alto. Com essas medidas baixas e o motor pesado, de quase 1.700 cm³, o centro de gravidade ficou bem baixo.  Só é pesada e longa, para manobrar.  No mais, basta colocá-la em movimento para ficar fácil de pilotar.

A suspensão é mais dura que a original e o ângulo da coluna é mais acentuado: 29°.  O trail é de 170 mm.  A traseira é ajustável a ar.

Tem piloto automático e acelerador Fly-By-Wire.
Bem no meio dela tem defletores de ar para que o vento não seja direcionado para debaixo do banco em curvas, passando pela lateral, melhorando a estabilidade.
Visando o conforto do policial-piloto, O banco tem amortecedor que regula de 0 a 100 libras.

 

Como o para-brisa é bastante alto, não direciona o ar para o piloto, mas para cima dele, sendo eficiente.

Pelos retrovisores se enxerga tudo e mais um pouco o que está atrás, pois as imagens refletidas se cruzam.  Os comandos ficam todos em posição bem fácil.  O freio dianteiro é com disco duplo de 32 mm com 4 pistões, e o traseiro, disco simples com os mesmos 32 mm e 4 pistões, e tem ABS independente.

O tanque tem capacidade para 22,7 litros, equivalente a 6 galões, com 3,8 de reserva.  O consumo ficou em 10 km/l.  Se bem que na segunda medição  andei 227.7 km e o computador de bordo me disse que ainda tinha para andar, outros 57, o que dá uma autonomia de 284 km.

O conta-giros fica bem em cima da mesa e bem fácil de ser visualizado.  O velocímetro, no tradicional lugar, em cima do tanque, rodeado pelo bocal do abastecimento e do marcador de combustível.

Tem pisca-alerta.  A seta tem desligamento automático depois de 15 segundos ou depois que a moto voltar da inclinação, pois tem sensor de pêndulo.  As luzes são todas em led.  No farol são duas lâmpadas, uma de 55 w e uma de 60, para o farol alto.

Utiliza Pneus Dunlop que vêm preparados para aguentar bastante peso, e não saem da roda mesmo com calibragem baixa.

Megafone, rádio, sirene de 100 watts, giroflex, luzes vermelhas e azuis na frente e atrás.  Para aguentar tudo isso, carrega uma bateria extra.  Carrega também um amplificador para o som da sirene, e do megafone.

Os baús estão projetados para serem abertos mesmo com a moto em movimento, se necessário, e têm proteção de metal.  São chamados de Tour-Pak.

Vários equipamentos de emergência já são fabricados para serem instalados e saem de fábrica também com garantia.

Para a polícia, a moto é oferecida com seis opções de pintura entre banco, preto, prata, verde e azul, mas claro que também são aceitos pedidos de personalização, com 19 opções.

VEJA AQUI uma galeria de fotos completa, com todos os ângulos da Harley-Davidson Road King Police.

 


A incrível logotipia da Harley-Davidson
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Suzane Carvalho

Para todas as empresas, uma das coisas mais importantes para a identificação da marca junto ao consumidor é o logotipo, que mostra sua personalidade.

A Harley-Davidson no entanto, trabalha com um logotipo diferente para cada um dos modelos de suas motos, mudando inclusive, a fonte.

O incrível é que, mesmo sendo diferentes, em qualquer versão da marca Harley-Davidson, para qualquer dos logos que olhemos, imediatamente identificamos a empresa.

Liberdade com requinte, diversão, descontração, irreverência, criatividade.

A impressão que dá, é que o verdadeiro logotipo deles, é o tanque de combustível em forma de gota.

Veja abaixo 18 logos dos modelos 2012 e participe da enquete votando no seu favorito!
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Harley-Davidson inaugura nova fábrica em Manaus
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Suzane Carvalho

Fotos: Suzane Carvalho

O Brasil é, para a Harley-Davidson, o maior mercado da América Latina e está entre os 10 principais do mundo.  E tem espaço para crescer mais do que em qualquer outro país.  Foi na década de 20 que as primeiras HD desembarcaram no Brasil, e desde 1999 alguns modelos vinham sendo montados na primeira planta de Manaus, que se adaptava conforme a demanda crescia.

Há exatamente 12 meses, quando a Harley-Davidson Inc retomou as operações no Brasil, tinha apenas três concessionárias para atender todo o país.  Prometeu fazer uma rede forte, de forma que seus produtos pudessem chegar mais facilmente aos clientes, fazer um trabalho de pós-vendas para que não faltasse peças para as motos, oferecer um novo “line-up”, oferecer aos clientes a experiência do espírito “harleyro” e modernizar a fábrica.  E conseguiu cumprir o prometido.  Além disso, a montadora está investindo em um Centro de Formação de Técnicos, em São Paulo, para que todas as concessionárias possam ter garantia de boa mão de obra.

Dois meses após a retomada já foi inaugurada a primeira concessionária própria, em São Paulo, e em dezembro, já eram 10 lojas.  Hoje, dia 27, a 11ª loja da marca está sendo inaugurada no bairro da Barra Funda, em São Paulo.

A cerimônia do "corte da corrente" para a abertura da fábrica

A fábrica que hoje foi inaugurada em Manaus tem 10.000 m² e fabrica 19 dos 20 modelos oferecidos aos brasileiros.  Somente a “top” CVO Ultra Classic Electra Glide já vem montada dos Estados Unidos.  Na verdade, outros dois modelos, de uso exclusivo da polícia, também são montados aqui.  Esses modelos têm pequenas diferenças como embreagem mais resistente, duas baterias, luzes de alerta integradas, entre outras coisas.

As motos fabricadas em Manaus são exclusivas para o mercado interno e montadas no sistema CKD (montagem das peças que vem prontas de outro país). É a única fábrica no mundo que tem todas as plataformas da Harley-Davidson.  No final da linha de produção, todas as motos passam pelo “roll test”, em que técnicos especialistas analisam cada detalhe com a moto em movimento, dentro de uma caixa de vidro.

Nesses dois primeiros meses do ano, a nova fábrica, que entrou em operação em janeiro, montou 500 motos/mês e a meta é montar até 30 motos/dia.  Se for o caso de a demanda aumentar, estão preparados para também aumentar o tamanho da fábrica, já que foi construída em módulos, ou até mesmo, abrir outro turno de trabalho.  Os motores também são montados aqui, e com os componentes já prontos, atualmente, uma moto demora entre 14 e 35 minutos para ficar pronta, dependendo do modelo.  O controle do tempo é feito por um timer que é disparado quando o motor entra na linha de produção para ser encaixado no chassi, e tem o objetivo de chegar ao final da linha com o cronômetro zerado.

Os motores já prontos para serem colocados no chassi

Estiveram presentes os principais executivos da empresa, e Keith Wandell, presidente e CEO da Harley-Davidson Inc. afirmou: “Nossa marca é um ícone, e nosso trabalho é nos certificar de que nossa empresa será tão importante nos próximos 100 anos como foi nos 100 anos que se passaram.  Se queremos ser globais, temos que pensar globalmente, e estamos modernizando todas as fábricas HD no mundo.”

Mark Van Genderen, vice-presidente para a América Latina, disse que o investimento no Brasil está sendo grande para que recuperem o espaço que não foi ocupado por eles nos últimos anos, e que investirão quanto mais for preciso para atender e satisfazer os clientes, pois uma vez conquistados, eles não deixam mais a marca. Além disso, a HD quer deixar a imagem de moto de “tiozão”.  Para tal, trabalha na conquista de novos grupos como os de mulheres, jovens e novos entrantes no mundo das duas rodas.

Longino Morawski, Diretor Superintendente Comercial no Brasil, afirmou que “a Harley é muito mais que uma moto, é um estilo de vida”, e garantiu que em caso de quebra, as peças de reposição chegam às concessionárias em no máximo 48 horas, pois são mais de 15.000 itens em estoque.”

Celso Ganeko, Diretor Superintendente Industrial da HD do Brasil, disse que a fábrica que hoje foi inaugurada, veio para substituir a que foi construída em 1999, na época, a primeira linha de montagem da HD fora dos Estados Unidos, e a terceira fábrica de motos a se instalar em Manaus.  Hoje trabalha com 110 colaboradores e que o fato de a fábrica estar em um só piso plano, aumenta a produtividade.

No "roll test", técnicos avaliam a moto dentro de uma caixa de vidro

Em 2012 a HD do Brasil vendeu 7% mais motos que em 2010.  Mais precisamente, 4.322 unidades foram emplacadas.  O mercado de motos Premium como um todo, cresceu 20%, e a Harley tem 10% desse mercado.

Para os fãs da marca, a empresa está organizando a segunda edição do Rio Harley Days evento aberto ao público que gosta de motocicleta e rock’n roll, que acontecerá em setembro no Rio de janeiro.  E em novembro acontecerá o National Hog, exclusivo para proprietários da marca.

Outra novidade anunciada foi a parceria com o Banco Bradesco.  Para quem sonha ter uma Harley-Davidson, o ‘HD Financial Service’ será um programa de financiamento em até 60 meses.  Além disso, será também lançado o cartão de crédito com a marca da Harley-Davidson.

A empresa está também pensando em realizar cursos de pilotagem para preparar os novos entrantes no mundo das duas rodas que comprarem suas motocicletas, programa esse que já é realizado ao redor do mundo pela Harley-Davidson.

Dos 19 modelos vendidos no Brasil, 18 são montados em Manaus

INFORMAÇÕES:
– em 2011, o modelo mais vendido da marca, no Brasil, foi a Super Glide, com 750 unidades.
– os modelos da Harley-Davidson são separados em 5 famílias: Touring, V-Rod, Sportster, Softail e Dyna.
– a moto mais barata é a Sportster 883 Roadster que custa R$ 27.700 e a mais cara é a CVO Ultra Classic Electra Glide, a única importada montada para o Brasil, que custa R$ 104.900,00.
– um “harleyro” não compra só a moto.  Compra também roupas e acessórios que o identificam ainda mais com a marca.
– até o final do ano, outras 7 concessionárias H-D serão abertas no Brasil.
– a motocicleta que originou toda a história, foi construída em 1903 por William S. Harley e os irmãos Arthur e Walter Davidson.


2.000 Km com a Harley-Davidson Softail Deluxe
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Suzane Carvalho

EU COLOCO TEXTO ALTERNATIVO, MAS ELE NÃO APARECE

69,69 CAVALOS E 13,8 kgf.m DE TORQUE NO MOTOR DE 1.583 cm³

Para manter os aficionados fãs e conquistar novos admiradores, a Harley-Davidson tem trabalhado de forma a manter as linhas clássicas de suas motocicletas, sem deixar de embarcar tecnologia de ponta, deixando “escondida” toda a parte eletrônica.
Andei por 2.000 Km em todo tipo de terreno, no seco e na chuva.
Por onde ela passa, atrai olhares. O ronco forte característico de seu motor refrigerado a ar retém os olhares até que ela saia do campo de visão do “espectador”.

O imenso farol redondo mede quase 18 cm. Além dele, dois faróis adicionais compõem a frente. . Nunca fui tão vista e respeitada, mesmo de dia!
Os retrovisores têm desenho original e são bem eficazes, já que o ângulo de curvatura é grande o suficiente para enxergar tudo o que está atrás.
O escapamento, também cromado, é no estilo “shotgun” (um acima do outro) com silenciadores duplos.
O banco em concha, as rodas com raios cruzados, e o motorzão V2 de quase 1.600 cc, também cromado, completam o visual atrativo.
A posição do carona é afastada do piloto, e se você for levar alguém para passear, o encosto do banco torna-se acessório obrigatório (R$ 1.240,78), até mesmo porque, ele é também um pouco inclinado para trás. É possível também colocar um baú.
O bagageiro fica em nível um pouco mais baixo que o banco. Se fosse na mesma altura, seria mais funcional.

Gostei muito do painel que fica em cima do tanque de combustível. O velocímetro é redondo e eletrônico, mas analógico e com os números em uma fonte bem clássica e bonita. Espalhadas dentro dele estão as luzes indicadoras do sistema elétrico, ABS, alerta do nível de combustível, bateria, pressão do óleo, sistema de segurança, verificação do motor e da 6ª marcha. Já que tem tantas lâmpadas indicadoras, poderia ter uma também para informar quando os faróis auxiliares estão acesos.
Um pouco mais abaixo, compondo o conjunto da chave geral, estão as luzes indicadoras das setas direcionais, separadas, além das de óleo, ponto neutro e farol alto. A chave tem uma posição chamada “acessórios” que deixa você utilizar as luzes mesmo com a moto desligada. Isso é para alguma situação de emergência. Tem que prestar atenção, pois se o pisca-alerta for ligado antes de você desligar a moto, ele se mantém ligado mesmo com a chave geral desligada. E isso pode fazer com que descarregue a bateria. Aconteceu comigo enquanto fazia as imagens para a TV.

Na parte de baixo do conta-giros, um pequeno campo digital mostra apenas uma informação por página, mas de troca bastante rápida através do polegar esquerdo: odômetro total, parcial 1, parcial 2, autonomia, relógio e marcha com giro do motor. A única troca demorada é exatamente esta última, que é a mais importante.
Em cima do tanque, em simetria com o bocal de abastecimento, tem ainda o mostrador do nível de combustível. Que bom! Assim dá para “ver” quantos litros tem no tanque e escolher como andar e quando parar. Acho-o mais eficiente que o cálculo eletrônico da autonomia.
Da posição de pilotagem, todo o conjunto ótico dianteiro tem um visual muito agradável e é lindo de se ver.
O conjunto ótico traseiro é bem clássico, com as setas redondas separadas da lanterna.
Os comandos das setas ficam localizados cada um, em um manete, e as setas desligam automaticamente com base na velocidade e ângulo em que a moto está. Com isso, dá para trafegar no corredor sem que elas desliguem.

Os apoios para os pés são imensos e em velocidade de cruzeiro, dá até para mudar a posição da perna.
A buzina é bastante potente e está mais buzina de caminhão do que para de “motoboy”.
A Harley-Davidson dá especial atenção à pintura que tem diversas camadas de tinta e verniz, sendo que a metalizada tem as partículas de metal maiores do que normalmente se usa na mistura. O tanque é polido à mão.
Não é preciso que você coloque a chave no contato para virar o motor. Ela tem um sensor de presença para o motor e o alarme, que é muito cômodo. É só chegar perto com ele no bolso, subir na moto, virar a ignição, dar a partida e ir embora. Mas se você for parar em algum lugar crítico (leia-se: com perigo de levarem sua moto), é aconselhável usar a chave para trancar a ignição e a coluna de direção.

Suzane testa a Harley-Davidson Softail Deluxe

ELETRÔNICA FICA ESCONDIDA PARA NÃO PERDER O ESTILO CLÁSSICO

FALANDO DO MOTOR
É um motorzão de 1.584 cm3, Twin Cam 96B (comando duplo no cabeçote), V2 com 45° entre eles, quatro tempos, refrigerado a ar com injeção eletrônica.
A Harley-Davidson não divulga a potência dos motores de suas motos. Mas como sou curiosa, levei-a para o dinamômetro da oficina do Luiz Cerciari, em São Paulo, e achamos 61.36 cavalos na roda a 5.200 rpm e 69.69 no motor, a 5.300 rpm na velocidade de 136.2 Km/h. Pode parecer pouca potência para um motor de 1.600cc, mas o torque é de 11,3 Kgf a 3.700 rpm. Claro que não estávamos nas condições de medições oficiais, mas sim nas condições que um usuário se encontra normalmente.
O valor do torque divulgado pela fábrica é de 13,8 Kgf.m a 3.500 rpm.
A taxa de compressão é de 9.2:1 o diâmetro x curso do pistão é 9,53 cm x 11,11 cm.
Motor grande e pesado tem que ter transmissão e caixa de câmbio do mesmo modo, e dá para sentir isso na troca. São seis marchas e a transmissão primária é feita através de corrente enquanto a final é por correia, que deve ser regulada da mesma forma que uma corrente.
A 6ª marcha é bastante longa (2.79) e seu uso é só mesmo para auto-estrada.
O óleo da transmissão deve ser verificado tanto quanto o óleo do motor.
Ela tem um recurso chamado de “Estratégia de Gerenciamento de Temperatura em Ponto Morto” (EITMS) que corta o combustível e a ignição do cilindro traseiro quando em marcha lenta. Mas isso só é possível ativar na concessionária.

SUSPENSÃO
Os amortecedores traseiros são horizontais e não ficam à mostra, para manter o estilo clássico da moto. Ela é bem macia em retas, mas estabilidade em curvas de alta não é o seu forte. Se você quiser, até dá para endurecer um pouco a pré-carga das molas, mas terá que fazer isso em uma oficina, já que é preciso desmontá-la para tal.
Em estrada de barro batido, não tive nenhum tipo de incômodo, mas quando surgiram os buracos, ondulações e pedras soltas, ela logo mostrou que não é para ser usada nesse tipo de terreno.
A dianteira é forquilha telescópica.
A Softail Deluxe vem calçada com pneus especiais da Dunlop no aro de 16″. O dianteiro é um pneu “premium touring” que tem uma caixa de três camadas de poliéster e dois cintos de fibra de vidro. Na traseira, pneu “cruiser” que a Dunlop diz ter excelente aderência tanto no seco como no molhado. Andei com ela na chuva e acredito que a segurança que senti tenha sido também devido à grande área de borracha macia em contato com o solo. A recomendação para troca dos pneus é a cada 5.000 Km. Para um estradeiro, isso passa logo.
A calibragem recomendada é de 36 na frente e 40 na traseira, mas achei para mim a calibragem de 40/45.

FREIOS
São a disco tanto na dianteira quanto na traseira, sendo 4 pistões na frente e dois na traseira, com ABS de série. Os componentes do freio ficam “escondidos”. Estão dentro do cubo de roda. A fiação de toda a eletrônica também fica camuflada para que somente o design da moto se sobresaia.
O tanque de combustível tem 18,9 litros e na minha mão, o consumo na cidade ficou em 14,5 Km/l e na estrada, em 16,4. Foi a primeira vez que gastei mais combustível na cidade, e isso se deve a relação longa.
Cheguei a uma velocidade de 185 Km/h. Mas acima dos 120, o vento no peito passa a ser muito forte. Acima dos 140, o para-brisas torna-se obrigatório (R$ 1.913,27), a não ser que o piloto costume fazer treinamento na musculatura do pescoço, como eu.

DICAS DE PILOTAGEM:
– pilotando com os joelhos grudados no tanque faz com que a aerodinâmica melhore muito.
– deixe o acelerador um pouco aberto nas trocas de marcha. Isso fará com que o pulo entre elas fique mais macio.
– é aconselhável andar sempre com calças bastante grossas, já que sentamos em cima do cilindro de trás do motor e a perna direita fica bem próxima do tanque de óleo. Essa é uma dica para praticamente todas as motos custom.

OPÇÃO DE 7 CORES E R$ 44.800,00 foto: Carsten Horst