Superteste com a Honda VFR 1200F e a Suzuki GSX 1300R Hayabusa
Suzane Carvalho
Fotos: Carsten Horst e Marcelo Moreira
E para finalizar um ano que foi de muitos quilômetros rodados e muitas avaliações, um superteste!
Foram 4.000 km em uma semana, revezando entre a Honda VFR 1200F e a Suzuki GSX 1300R Hayabusa, ambas na versão 2012. Nos quatro primeiros dias fiz 2.500 km da seguinte forma: na 5ª feira saí do Rio de Janeiro para São Paulo pelas Rodovias Presidente Dutra e Carvalho Pinto com a VFR 1200F. Na 6ª feira fui de São Paulo para o Rio com a Hayabusa. No sábado pela manhã testei-a no agora finado Autódromo de Jacarepaguá, e à tarde voltei com ela para São Paulo pelo mesmo trajeto anterior. No domingo, saí de São Paulo cedinho com a VFR 1200F fazendo o mesmo percurso que fiz com a Hayabusa, e testei-a à tarde em Jacarepaguá. Na 2ª feira voltei para São Paulo.
Duas das motos mais cobiçadas pelos estradeiros, a Honda VFR 1200F e a Suzuki GSX 1300R Hayabusa esbanjam beleza e potência. São supermáquinas da mesma categoria, mas de estilos diferentes. Qual é a mais bonita? Difícil dizer. As duas são lindas e a escolha será uma questão de gosto. Uma tem o estilo mais agressivo, e a outra, mais “clean”.
Apesar de ter feito o mesmo percurso com as duas motos, as condições de pista e climáticas foram diferentes, por isso não podemos considerar a velocidade máxima e a aceleração como comparativo, por não terem sido feitas no mesmo momento.
Cada vez que eu levantava de uma e sentava na outra, minha expressão era a mesma: “que tesão de moto!”. As duas são fantásticas. Na Hayabusa você encontrará mais arrojo e potência enquanto que na VFR mais tecnologia e elegância.
A primeira grande diferença está no câmbio, que é automático com opção de trocas manuais na VFR 1200F. Logo se percebe a falta do manete da embreagem e do pedal do câmbio. Além do funcionamento automático, assim como em um carro, é possível fazer as trocas de forma manual, através de dois botões que ficam ao alcance dos dedos da mão esquerda, como se fosse um joystick. Para que esta troca fique satisfatoriamente rápida, a embreagem é dupla (DCT) e não é preciso desacelerar pra cambiar. Só não dá para dar aquela acelerada para chamar atenção, quando estiver engatada. Só em ponto morto. Na Hayabusa o câmbio é tradicional.
Em relação ao motor, na moto da Suzuki o torque é despejado de forma mais rápida. Quando eu acelerava forte, dava “aquela” emoção. Na moto da Honda, o despejo da potência é mais suave e gradativo, mas foi com ela que consegui médias de velocidade mais altas. Ambas tem seletor de modo de despejo de potência do motor.
O ronco do motor da Hayabusa é mais grave e mais baixo e na VFR o volume é mais alto e mais aberto. Se bem que com o barulho do vento no capacete, pouco se escuta. Mas com o giro alto, os dois são deliciosos.
A VFR corta a 10.500 rpm e as velocidades máximas que atingi nas 3 primeiras marchas foram: 1ª – 116 km/h; 2ª – 160, 3ª – 201. A máxima, entrando lançada na reta longa de Jacarepaguá foi 265.
A Hayabusa corta a 12.000 rpm e as velocidades máximas que atingi foram: 1ª – 140 km/h; 2ª – 190; 3ª – 240. A máxima, entrando lançada na reta longa de Jacarepaguá foi 280.
A posição de pilotagem da VFR é um pouco mais ereta e com a perna mais esticada, sendo mais estilo Touring. A da Hayabusa é mais esportiva, com as pernas mais dobradas e tronco mais abaixado.
No que diz respeito à ergonomia do tanque de gasolina, o da Hayabusa se mostrou mais confortável e eu nem o sentia.
Por causa do design do banco do carona e da alça para segurar, minha malinha ficou mais bem acomodada na VFR.
O painel das duas é completo e bonito.
Retrovisores: os dois são muito bons, com excelente campo de visão.
No trânsito pesado, achei que a buzina da VFR fica um pouco longe do dedo.
Os dois faróis são ótimos, mas o da VFR é ainda mais forte, chamando mais atenção dos carros que estão à nossa frente.
Os freios das duas foram bastante eficientes. Mas nas frenagens mais fortes dentro do Autódromo de Jacarepaguá e com temperatura bem alta, pelo fato da VFR ter Combined-ABS discos maiores e 6 pistões na dianteira, se saiu melhor.
Ah! A VFR traz ainda freio de mão.
Seja com uma ou com outra, tudo passou muito rápido! Inclusive a semana que fiquei com as duas.
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HONDA VFR 1200F | SUZUKI GSX 1300R HAYABUSA | |
Cilindrada | 1.236,7cm³ | 1.340 cm³ |
Cilindros | 4 em V, 16 válvulas | 4 em linha, 16 válvulas |
Potência | 172,7cv a 10.000 rpm | 197 cv a 9.500 rpm |
Torque | 13,2kgf.m a 8.750 rpm | 15,81 Kgf a 7.200 rpm |
Diâm x curso pistão | 81 X 60 mm | 81 x 65 mm |
Compressão | 12:1 | 12,5:1 |
Escapamento | 4 x 2 | 4 x 1 |
Câmbio | 6 marchas aut/man | 6 marchas tradicional |
Transmissão final | eixo-cardã | corrente |
Chassi | Diamond frame de alumínio | twin-spar frame de alumínio |
Suspensão diant | Telescópica invertida, 120 mm | Telescópica invertida, 120 mm |
Suspensão traseira | Pro-link monoamortecida, 130mm | Balança articulada, tipo link, monoamortecida, 120 mm |
Freio dianteiro | disco duplo 320 mm com 6 pistões | disco duplo 310 mm com 4 pistões |
Freio traseiro | disco simples 276 mm com 2 pistões | disco simples 260 mm com 2 pistões |
Tanque de combustível | 18,5 litros | 21 litros |
Consumo médio | 13,5 a 17 km/l | 15 a 16,3 Km/l |
Compr x larg x altura | 2.244 x 740 x 1.222 mm | 2.190 x 735 x 1.165 mm |
Entre eixos | 1.545 mm | 1.480 mm |
Pneu dianteiro | 120/70ZR – 17 M/C 58W | 120/70 ZR17 M/C (58W) |
Pneu traseiro | 190/55ZR – 17M/C 75W | 190/50 ZR17 M/C (73W) |
Peso | 264 kg | 248 kg |
Altura do banco | 81,5 cm | 80,5 cm |
Distância do solo | 12,8 cm | 12 cm |
Add-ons | Freio de mão C-ABS Câmbio automático Embreagem dupla | |
Preço | 69.900,00 | 56.000,00 |