Nova Honda CG faz 46 km/l e está mais fácil de ser pilotada
Suzane Carvalho
Com liderança total do mercado, significando 80% das motos vendidas do seguimento street de baixa cilindrada, a CG é não só o modelo de motocicleta mais vendido do Brasil, mas também o veículo mais vendido aqui.
Aproveitando a comemoração da marca de 10 milhões de CGs vendidas no país, a fábrica lança um novo modelo, que chega às lojas a partir da semana que vem.
Para a Honda, este modelo representa também inovação tecnológica, pois seu chassi é fabricado em uma nova unidade da fábrica de Manaus, e de forma totalmente robotizada.
Paulo Takeuchi, Diretor Sênior de Relações Institucionais da Honda, foi claro: “Inovamos na maneira de produzir. Sabemos que ainda existe um longo caminho para que o custo no país seja competitivo. Mas estamos trabalhando para isso. Não podemos ficar esperando que os governantes façam rapidamente a parte que lhes cabe. Então coube a nós, fabricantes, fazer a nossa parte. A inovação tecnológica que a CG traz é exatamente para que possamos compensar as várias dificuldades que temos em relação ao setor industrial”.
A estrutura da moto é totalmente nova. Só o motor e câmbio continuam os mesmos.
O quadro, que foi redesenhado, é construído de forma 100% robotizada e ficou 3,8 kg mais leve. Ele utiliza novos materiais em sua estrutura, e o resultado foi que ela ficou mais econômica e ganhou em agilidade.
“Nosso objetivo é manter, e porque não dizer, ampliar, essa participação de 80% no seguimento. Por isso resolvemos reinventar a CG, que traz modernidade e está mais atrativa para atender o público de todo o Brasil. A CG 150 Fan, que agora só vem com freio a disco na frente, será a nossa moto-chefe em termos de volume perante as demais versões”, disse Alfredo Guedes Júnior, supervisor de Relações Institucionais da Honda.
Os modelos já estão dentro das especificações da nova fase do PROMOT que entrará em vigor em 2014.
AS MUDANÇAS
A moto é praticamente toda nova, só conservando o motor. A maior inovação está na estrutura do chassi. O processo de montagem foi totalmente robotizado. O quadro tem menos emendas, menos parafusos, e é feito com aço de alta resistência e alta tensão. Com isso, além de ter ficado quase 4 kg mais leve, ficou também, mais resistente.
O design também é outro: o tanque ficou mais bojudo, dando impressão de maior robustez. Novos para-lamas, rabeta, pedais para o garupa, escapamento, banco, que agora utiliza uma espuma mais macia. A lanterna traseira tem o visual inspirado nas motocicletas de alta cilindrada da marca.
O farol também mudou e agora não tem mais CG de farol redondo. E com a nova lente, a capacidade de iluminação melhorou muito, mesmo mantendo a mesma lâmpada de 30 w. A luz da placa ficou independente das outras luzes, assim como os piscas. Os retrovisores melhoraram e as lentes têm maior ângulo de visão. O painel ficou 100% digital. O tanque ganhou 0,4 litros.
Os pneus Pirelli City Demon foram substituídos pelo City Dragon. Somente a 125 KS, o modelo de entrada, tem pneus da Levorin.
Na caixa de câmbio, dois eixos seletores para as trocas das marchas mais precisas, que já vinham na versão anterior.
FREIOS
Com exceção das 125 KS e ES, todas as outras agora vêm com freio a disco na dianteira. “Este sistema de freio a disco foi desenvolvido pensando nos iniciantes, para que seja mais fácil de ser controlado. Ele tem toda a eficiência e todo o benefício de um freio a disco, mas com um tato mais modulável, com menos tendência de travamento. Mas isso não quer dizer que perdeu eficiência, ao contrário, ganhamos em espaço de frenagem e segurança”, disse Alfredo Guedes.
A mudança principal foi no flexível, que dilata um pouco quando é exercida pressão no óleo interno, permitindo que a transmissão da força hidráulica fique de forma que as pastilhas mordam o disco mais suave e progressivamente.
As novas CG 150 Fan e Titan chegam às concessionárias a partir da semana que vem. As com motor de 125 cc, a partir da segunda quinzena de setembro.
A previsão da Honda é de vender mais de 260.000 das novas CGs, até o final do ano.
AS VERSÕES
A versão de entrada, CC 125 KS ficou um pouco mais barata.
Todas tem painel digital. Diferenciam-se na coloração da luz interna e no número de itens mostrados.
Nas duas motorizações, o escape conta com catalisador, que atende às novas exigências do Promot 3 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares) que entrarão em vigor no ano que vem.
As com motor 125 cc são alimentadas por carburador e as com motor 150 cc, por injeção eletrônica.
Todas têm nas cores preta e vermelha. E cada modelo, uma terceira cor específica.
CG FAN 125
O modelo CG 125 Fani traz o motor monocilíndrico, 4 tempos, do tipo OHC (Over Head Camshaft, ou seja, comando no cabeçote), balancins roletados, 124,7 cm3, arrefecido a ar. A alimentação do sistema é feita por um carburador e gera potência máxima de 11,6 cv a 8.250 rpm, e torque de 1,06 kgf.m a 6.000 rpm.
Todas vêm com painel digital com hodômetro total e parcial, além do velocímetro.
A carenagem do farol tem acabamento com plástico injetado preto. As lentes dos piscas são laranja com as lâmpadas brancas.
O escapamento novo, mais curto, com o catalizador mais próximo da saída. Ela ficou 7% mais econômica e faz 44 km/l.
A suspensão tem curso de 115 mm na dianteira, e 82 mm na traseira. Os pneus são do tipo 80/100 – 18 na dianteira, e 90/90 – 18 na traseira.
Tem também na cor amarela.
125 Fan KS – versão de entrada, freio a tambor na dianteira, partida a pedal, não tem carenagem no tanque, e utiliza pneus da Levorin. R$ 5.490,00
125 Fan ES – partida elétrica, freio a tambor na dianteira, carenagem integrada à tampa lateral; pneus Pirelli City Dragon. R$ 6.100,00
125 Fan ESD – partida elétrica, freio a disco de 240 mm na dianteira, carenagem integrada à tampa lateral. R$ 6.250,00
CG 150
As três versões têm o sistema FlexOne, que a Honda coloca como um conceito de que alia alta performance com baixo consumo de combustível e emissão de poluentes. Na prática, aceitam gasolina ou álcool como combustível. Ou qualquer mistura entre os dois.
Tem motor de 149,2 cm3, monocilíndrico arrefecido a ar, 4 tempos, OHC, sistema de balanceiros, com comando de válvula no cabeçote e balancins roletados. Tem potência máxima de 14,2 cv a 8.500 rpm, e torque máximo de 1,32 kgf.m a 6.500 rpm, se abastecido com gasolina. Com etanol, ganha 0,1 cv e 0,13 kgf.m de torque. A alimentação do sistema é controlada pelo módulo de injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection).
A transmissão é de cinco velocidades, com embreagem multidisco em banho de óleo. A partida é elétrica e a bateria é selada, de maior vida útil e isenta de manutenção.
A carenagem do farol tem acabamento com plástico injetado preto fosco. As lentes dos piscas são transparentes com as lâmpadas laranja.
O escapamento é novo, mais longo.
A suspensão é nova e ganhou 5 mm de curso, ficando com de 135 mm na dianteira, e 106 mm na traseira. Isso significa novas molas, novas válvulas e mais óleo. As três têm freio a disco na dianteira. Os pneus são do tipo 80/100 – 18 na dianteira e 90/90 – 18 na traseira.
Ficou 8% mais econômica e, segundo os testes do Instituto Mauá de Tecnologia, faz uma média de 46,5 km/l, aumentando a autonomia em 61 km.
150 Fan ESDi – indicador do nível combustível. Tem também na cor azul. R$ 6.750,00
150 Titan ESD – com o display do painel em tom azulado. Tem também opção da moto na cor branca; R$ 7.320,00
150 Titan EX – a carenagem do tanque é maior que nas outras versões, a tampa lateral é pintada e combina com o grafismo da carenagem e tanque. A carenagem do farol é pintada na cor da moto. Tem relógio no painel, além de uma luz que indica quando o tanque está com mais de 85% de etanol no tanque. Rodas de liga leve, com menos 0,5 kg cada. Os pneus são sem câmara. Tem também na cor branca. R$ 7.830,00
Os valores têm como base o Estado de São Paulo e não incluem despesas com frete e seguro.
A garantia, para todos os modelos, é de um ano sem limite de quilometragem.
Veja aqui uma galeria de fotos completa e vídeos da nova Honda CG.
HISTÓRIA
A “CG”, de City Ground, é montada em Manaus desde 1976 é a motocicleta mais vendida no Brasil desde sua criação.
Foi também a 1ª motocicleta que aceitou o álcool como combustível, a partir de 1981.
Em 2009, foi a primeira moto Flex do mundo.
A versão de 150 cc entrou no mercado em 2004 e hoje já vende mais do que a 125.
No mês passado atingiu a marca de 10 milhões de unidades vendidas.
Hoje, a fábrica da Honda em Manaus produz 6.500 motos por dia, o que significa uma motocicleta a cada 8 segundos. 60% dessas motos são CG.
Nesses 37 anos passou por diversas modificações. Veja o quadro abaixo: