Dia 04: 13/02/2013. Trecho Upata-Puerto La Cruz
Suzane Carvalho
Amanheci em Upata. Já pode ser considerada uma cidade, mas ainda sem Shopping Centers do jeito que conhecemos ou cadeias de fast food.
O Hotel Andrea não tem café da manhã. ''Biscoitos integrais'' para que te quero! Viu porque minha mala é grande?
A internet era só na recepção do hotel, então desci para enviar as fotos e vídeos para o servidor, o que não consegui, pois a transmissão de dados era muito lenta.
Após isso, fui dar uma geral na moto: limpar faróis e lanternas, verificar o óleo do motor, a água do radiador, a tensão da corrente e lubrificá-la. Estava tudo 100%. Nem a calibragem tinha saído do lugar.
Aproveitei para abastecer, já que o posto de gasolina ficava em frente ao hotel. Mas tinha que fazer o retorno que ficava a 200 metros. BLITZ! DOCUMENTOS! xiii…. eu tinha deixado tudo no hotel. Desde que comecei a programar esta viagem e durante todo o percurso até aqui, escutei histórias assustadoras sobre os policiais venezuelanos. Tem os do exército, tem os federais, os estaduais e os municipais. Estes últimos que me pararam. Pela primeira vez desde que entrei em solo venezuelano.
Expliquei que estava naquele hotel ali, uns 70 metros da blitz e que se quisessem eu iria lá pegar os documentos. Até que foram simpáticos comigo. Acho que ficaram mais interessados na moto que em qualquer outra coisa.
Mas no final um deles me perguntou: ''No tienes nada ahí para nosotros, um juguito…'' (''não tens nada aí para nós, um suquinho…''). Respondi: ''No, pero si quieres, tengo gorito de Honda.'' (''Não, mas se você quiser tenho um boné da Honda''). E me liberaram.
Saí de Upata já às 12:10 min.
Km da moto: 1.924. A viagem tem 260 km a menos. Vou até El Tigre e de lá para Puerto La Cruz dando um total de aproximadamente 440 km.
Continuo com o propósito de andar em segurança e economizando equipamento. Ando sempre ali por volta dos 4.000 rpm que é onde a NC 700X fica com o motor mais suave.
Depois da ponte Orinoco, em Puerto Ordaz tem uma reta de aproximadamente 120 km com pinheiros de ambos os lados, muito bonito. O asfalto é perfeito e tem acostamento, porém, mão dupla. Extremamente perigoso, já que todos correm muito.
Até El Tigre deu 280,5 km. O trânsito da cidade é muito louco, com carros virando para todos os lados.
Abasteci 11,41 litros preço total: Bs 1,10 O litro custou Bs 0,10 o que significa R$ 0,01! A média do consumo nesse trecho foi de 24,56 km/l.
Parei em uma padaria para comer pão com queijo. Tomei também um suco cheio de açúcar! Sugestão do policial da blitz.
Saindo de El Tigre, mais retas. Enquanto percorro as longas retas aproveito para fazer exercício de isometria de abdômen, glúteos e às vezes até das pernas.
Esse trecho final para Puerto La Cruz é a descida para o litoral e a estrada está esburacada. Peguei dois buracos em cheio e a suspensão da NC foi perfeita. O guidão nem mexeu.
Em um dos postos de controle a polícia estava parando o trânsito para andar em comboio para controlar a velocidade. Foram 100 km andando com batedores e entre 50 e 60 km/h.
Cheguei a Puerto La Cruz às 18 horas. O que aconteceu, conto no próximo post.
Veja meu percurso de hoje: