Dia 02: 11/02/2013. Trecho Rorainópolis-Santa Elena de Uairén
Suzane Carvalho
Acordei bem cedinho e após o café da manhã na beira da piscina (é, o Hotel Amazônia Palace tem piscina e tudo!), fui abastecer.
A previsão é de que vou rodar nesta viagem aproximadamente 5.000 km que é a durabilidade prevista para este pneu Bridgestone Batlax SportTouring aro 17″ tanto na dianteira quanto na traseira. Eu trouxe calibrador e óleo de corrente. A calibragem recomendada é 36 na frente e 42 atrás, que é a que eu saí de Manaus. Normalmente utilizo calibragem mais alta, mas como devo pegar alguns trechos de terra, deixei a original mesmo.
Saí de Rorainópolis às 09:47 min. Peguei um pequeno trecho de terra batida e o comportamento da moto foi perfeito.
Nessa região, o meio de transporte motor mais utilizado é a motocicleta mesmo. Tive a impressão de que todas as Biz do mundo estão por aqui!
Passei por Caracaraí onde tinham dois postos de gasolina.
Km 688 da viagem e estou chegando a Iracema, que também tem posto para abastecer e fica 95 km antes de Boa Vista.
A passagem pelo Rio Branco é muito bonita e o asfalto nesse trecho é novo e perfeito, com acostamento e tudo. Muito melhor que as estradas do estado do Rio de Janeiro.
Km 727 – Mucajaí. Faltam 53 km para Boa Vista, mas como o nível da gasolina entrou na reserva, não irei arriscar novamente e vou abastecer logo. Tem Supra e coloquei. A moto está com 1012 km rodados e andei 244.8 km com 11,15 litros: média de 21,88 km/l. De fato, neste trecho eu acelerei mais.
Peguei o jeito de tirar e amarrar as malas rapidamente. A colocação da lona é que demora mais, mas é preciso por causa da chuva. É legal porque enquanto desamarro e amarro as malas sempre tem um monte de gente à minha volta conversando, perguntando, e aproveito para pegar dicas de como está o caminho pela frente. Por duas vezes já me deram informações erradas, mas tudo bem. É bom ter informações, mas sempre tenha outras opções na cabeça.
Como eu estava com muita fome, acabei comendo um sanduiche desses que contém sódio suficiente para te nutrir por um ano.
Em Boa Vista, uma parada para fotografar o Rio Branco. Do último abastecimento até aqui andei somente 66,8 km, mas aproveitei para abastecer novamente porque a próxima parada deverá ser somente em Pacaraima.
Passei por lindas praias de rio. Em uma parada para beber algo, já que o sanduiche me deu muita sede, encontrei outros viajantes com uma NC 700X. Era vermelha, estava com 15.000 km rodados, tinha protetor de manetes também vermelhas e a suspensão dianteira rebaixada. Estava bem bonitinha e os donos ficaram de olho na preta.
Km da moto: 1.306. Andei 227,2 desde o último abastecimento, cheguei a Pacaraima, última cidade do Brasil.
Cruzei a fronteira para a Venezuela em Santa Elena de Uairén e estranhei porque aqui não pedem documento ou passaporte. Todos entram, todos saem, de um e de outro país sem precisar carimbar passaporte. O trânsito de pessoas circulando na fronteira é bastante grande. Igualzinho ao Paraguai.
São agora 17:20 min, está chuviscando e escurecendo. Não tinha vaga no hotel que eu havia reservado, o Gran Sabana. Logo que parei a moto encostaram em mim e me ofereceram câmbio antes mesmo de eu tirar o capacete, por 8,9 bolívares 1 real. Como ''carioca experta'', claro que não dei meus reais para o primeiro que me apareceu. Fui para a segunda opção de hotel, o Anaconda. Tinha apenas um quarto e uma fila de gente atrás de mim procurando por quartos. A recepcionista disse que eu podia pagar em real mesmo, R$ 94,00 e fez o câmbio a 8.
O hotel é bonitinho, parece um resort, mas ''só para inglês ver'', porque não tinha tapete no banheiro, nem internet no quarto, nem secador de cabelo, nem tomada para carregar as baterias. Tive que desligar a TV e arrastar a cama para lá para colocar as coisas em cima.
O que me faz perder mais tempo é desarrumar e arrumar a ''fiarada'' toda para colocar os eletrônicos para carregar. São duas câmeras fotográficas, a GoPro, dois celulares, um GPS, o Garmin, o mp3 player, fora o notebook. Os celulares me servem como rastreadores, como GPS, como gravador e como controle remoto das câmeras fotográficas.
Santa Elena de Uairén não é propriamente uma cidade. No restaurante do hotel que abriu das 20 às 22, só tinha um prato: ''llomitos con papas fritas'', ou seja, filé com fritas, o que não como. Estava chovendo e muito escuro na rua, então peguei carona até o ''centro'' com um casal de brasileiros que também queria jantar. Enquanto eles comiam em um quiosque na pracinha, dei a volta em quase toda a cidade e não encontrei nada que eu pudesse comer. Na noite anterior eu já havia comido panqueca de carne moída e até topei comer pizza, mas o rapaz, brasileiro, disse que demoraria mais de uma hora. Só comprei água. Quando voltei ao hotel, tomei o whey protein e comi cereais que eu trouxe.
VEJA AQUI meu percurso de hoje.