1° contato com o Novo Citroën C3
Suzane Carvalho
Fotos: Fábio Franci e Suzane Carvalho
Depois de 9 anos no mercado e mais de 240.000 unidades vendidas, o Citroën C3 ganhou não somente uma cara nova, mas também plataforma, motorização, suspensão e dimensões, para um modelo que está fazendo sua estreia mundial aqui e que será vendido em todo o mundo.
Carlos Gomes, o presidente da Citroën para o Brasil e América Latina, declarou que foi investido 2 anos e meio e 400 milhões de reais no Novo C3, entre projeto, desenvolvimento e lançamento e que esse montante faz parte dos 3,7 bilhões que anunciou que investiriam no país. Confirmou ainda que esse projeto tem design e tecnologia brasileiros, e que será utilizado em todo o mundo.
Na parte de design, o que mais chama atenção é o para-brisa Zenith que avança sobre o teto, dando uma sensação de maior amplitude e melhor visibilidade do céu, inclusive para quem vai no banco de trás. Por baixo dele tem um teto móvel que pode ser fechado até a posição normal. Mas a versão mais simples, a Origine, não vem com o novo para-brisa. Apenas as versões Tendance e Exclusive.
São esses três modelos, com duas motorizações, ambas Flex: Origine e Tendance que tem motor 1.5 com 1.449 cm³ e duas válvulas por cilindro de 89 ou 93 cavalos de potência a 5.500 rpm e 13,5 ou 14,2 kgf.m dependendo do combustível; e Exclusive que tem motor 1.6 com 1.587 cm³, 4 válvulas por cilindro, de 115 ou 122 cavalos e 15,5 ou 16,4 kgf.m de torque.
Mas a diferença entre os motores vai além dos 138 cm³ e dos 29 cavalos. O 1.6 chamado de VTi 120, tem 4 válvulas por cilindro em vez de duas, comando variável de válvulas, sistema FlexStart e opção de câmbio automático.
Andei nele por 50 km nas ruas de Brasília. É maior que o C3 atual. A grade frontal é imensa. Bem no centro do farol tem um logo da Citroën, que achei bem legal e os faróis são interligados pelo logo da fábrica. Tem bastante cromado nas maçanetas, retrovisores, teto, escapamento e no interior.
O espaço interno é bom, inclusive para quem vai atrás. Gostei do painel, e a circulação de ar agora tem 3 saídas centrais, além das duas laterais. O porta-luvas é bem grande e tem tomada 12 v.
Todos os modelos têm direção elétrica progressiva, que deu para sentir bem. Ela é bem leve em baixas velocidades e em manobras. Quando começa a acelerar mais forte, ela fica mais firme. O volante tem boa pegada, além de regulagem de altura e profundidade.
Testei as versões Exclusive automática e Tendance, que só tem manual . Como o câmbio automático sequencial Tiptronic tem só 4 marchas, e por isso uma relação mais longa, achei que os motores ficaram com desempenho bem parecido. Lembro que só andei pelas ruas de Brasília. A versão automática tem opção de trocas manuais e ganhou shift paddle no volante. Aliás, o volante trás também alavancas com controle de som e de velocidade.
ABS com EBD e airbag duplo já são de série. Na verdade, as montadoras estão adiantando em alguns modelos o que será obrigatório em todos os carros a partir de 2014. Ou seja, daqui há 1 ano, já que os carros têm lançamento antecipado. Ar-condicionado também é de série, mas o alarme não.
O banco do motorista tem uma boa espessura e ergonomia. O banco traseiro é bi-partido, tem ajuste de altura do encosto da cabeça e cinto de três pontos para os três lugares. É bem fácil rebaixar o encosto para ganhar espaço no porta-malas, que é de 300 litros, passando para 1.000.
Luzes diurnas em led para os dois modelos “top”, pneus de medida 195/60/15 ou 195/55/16, que podem ser da Michelin, Continental ou Pirelli, todos “verdes”. As rodas têm desenho bem originais e são diferentes para as diferentes motorizações.
O câmbio manual é bem macio e preciso, gostoso de usar.
O freio na traseira é a tambor. Dei umas freadas mais bruscas, com 3 pessoas no carro, e ele não mudou a trajetória.
A suspensão também é bem macia, mais voltada para o uso urbano mesmo. Para fazer curvas mais rápidas e de um modo mais esportivo, ela é muito mole, então o carro mexe muito. Acho que se fosse independente na traseira em vez de travessa, melhoraria muito, sem ter que mexer na calibragem de molas e amortecedores para não perder o conforto. A Citroën me esclareceu que isso encareceria muito o projeto.
A versão Exclusive vem equipada com o sistema FlexStart que foi desenvolvido pela Bosh e elimina o reservatório de gasolina que era utilizado para a partida a frio, quando o carro está abastecido com etanol. A Unidade de Comando Eletrônico ECU eleva a temperatura do álcool dentro da galeria do sistema injetor. Com o aquecimento, as partículas ficam menores e o jato mais uniforme, melhorando a combustão. A Bosh diz ainda que esse sistema reduziu a emissão de poluentes em até 40%!
O peso do carro varia entre 1081 e 1202 kg, dependendo do modelo. Os 29 cavalos a mais do motor 1.6 carregam outros 121 kg.
Tem 3 metros e 94 cm de comprimento por 1,70 de largura. 1,52 m de altura e entre-eixos de 2,46 m, mesma medida do modelo anterior. O tanque de combustível comporta 55 litros.
33% do carro é feito de material verde e o índice de reciclabilidade dele é de 90%.
São 7 cores e os preços partem de R$ 39.900 a versão 1.5 Origine até R$ 53.990 a versão 1.6 Exclusive automática.
Agora são 3 anos de garantia, sem limite de quilometragem.
O diretor Geral da Citroën do Brasil, Francesco Abbruzzesi confirmou que 10 novas concessionárias serão abertas até o final de 2012.
Este foi a maior lançamento da Citroën nos últimos 10 anos.