Blog da Suzane Carvalho

Arquivo : dezembro 2014

Entre Nova York e Boston, com uma Harley-Davidson Ultra Electra Glide
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Suzane Carvalho

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Passear pelas ruas de Nova York à noite, com uma Harley-Davidson Ultra Electra Glide Limited, me deu um sentimento diferente daqueles que sinto quando viajo em meio a florestas e estradas rústicas.  O mais bacana é que o status e o glamour fazem parte da brincadeira, e está acessível a qualquer motociclista aventureiro.

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Para tal, peguei a moto em uma grande concessionária chamada Liberty, em New Jersey.  A diária do aluguel da FLHTK sai por US 139 e existem diversos pacotes que fazem com que esse valor baixe.
Andei também pelas ruas de Manhattan durante o dia, e até encontrei lugar para estacionar nas ruas, mas o mais  indicado é que se utilize estacionamentos fechados, que são bem caros.  Por lá existem muitas motocicletas  grandes, além de scooters, rodando no centro e até andam por entre os carros, o que é restrito nos USA.  Com a Electra Glide preferi andar atrás dos carros para não arriscar uma multa ou apreensão da moto.  Vale lembrar que, para que cheguemos ao final de nossa viagem sem tropeços, é importante obedecer as regras e leis locais.

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NA BIG APPLE
Lugar para ficar, em Nova York, é o que não falta, já que a rede hoteleira é enorme.  Mas desta vez optei por ficar em casas de amigos que eu não via há muito tempo.  Lugar para comer, também não, e, em geral, bons restaurantes fazem parte do roteiro gastronômico de quem visita Manhattan.
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O turismo em Nova York é baseado nas exposições de arte, muitos espetáculos teatrais e musicais, diversificada gastronomia e compras; apesar 10407815_800821716605951_5428500057263610133_nde não ser mais o lugar mais barato para tal.    O visitante sabe que vai enfrentar trânsito e longas filas na maioria dos lugares, principalmente se quiser visitar os pontos turísticos mais famosos, como a Estátua da Liberdade, Empire States e o novo World Trade Center.  Mas saindo um pouco de Manhattan, existem belas e calmas cidades; então você pode optar entre ficar hospedado em um local mais tranquilo ou no meio da agitação.  Outra opção é alugar uma moto para fazer viagens curtas como a que fiz até Boston.   O interior dos Estados Unidos oferece as mais diversas opções, belas e diferentes paisagens, de forma que nos dá a oportunidade de conhecer o modo de vida do cidadão americano e, geralmente, em segurança.   =)

C10675705_800821769939279_8932568128393621772_nheguei a New York pelo aeroporto de Newak, um aeroporto bem menor e mais antigo do que o JK.  Fiquei hospedada em Staten Island, uma ilha ao sul de Manhattan, e para chegar até lá, é preciso passar por New Jersey e pelos túneis e pontes.  O maior dos túneis é o Holland, onde fica uma fila enorme para pagar o pedágio.  Ou cruza-se a baía do  Rio Hudson com o Ferry Boat, passando bem em frente à Estátua da Liberdade e desembarcando direto no centro de Nova York.
Foi bastante interessante conhecer este outro lado da cidade, e indico para aqueles que não fazem questão de ficar no agito de Manhattan, pois são muitas as opções de alugar um apartamento, por um preço bem mais acessível do que no centro.

ATIVIDADES CULTURAIS
Comprei um chip de celular norte-americano da “h2o”, mas insatisfeita com o plano deles, já que eu queria internet livre, comprei outro chip da “T-Mobile”, mas este não pegava bem em todos os lugares.  Então vai uma dica: pegue as informações completas das operadoras e lugares por onde você vai passar, quando for comprar um chip em alguma outra cidade/país.

Fui a uma exposição de arte na Agora Gallery, que fica na W 25th Street, intitulada Masters of the Imagination, que estava exibindo “a fina arte de artistas latino americanos”.  Me chamou atenção especial, um artista brasileiro, Newton Carvalho, que estava fazendo sua estreia internacional aos 83 anos.  Orgulhosamente, meu pai.  =)

Viagem-teste com a Harley-Davidson Ultra Electra Glide em Nova Y

Exposição de Newton Carvalho na…

Viagem-teste com a Harley-Davidson Ultra Electra Glide em Nova Y

… Agora Gallery

 

 

 

 

 

 

Fui à abertura da temporada do Metropolitan Opera e assisti a La Bohème, de Giacomo Puccini, em uma montagem com produção do Franco Zeffirelli.

Metropolitan Opera

Metropolitan Opera

Uma passada à noite por Times Square também não pode faltar; lá agora tem uma arquibancada que fica montada durante todo o ano, para podermos admirar e fotografar a colorida iluminação das propagandas.  Depois fui caminhando até o Central Park para fotografar toda a cidade, à noite.
Durante o dia aproveitei para fazer atualizações em meu equipamento fotográfico na famosa B&H, na 6ª Avenida, e então fiquei preparada para pegar a estrada com a Ultra Electra Glide Limited.

NA ESTRADA
Meu destino foi Marlborough, pequena cidade no estado de Massachussets, onde encontrei amigos e aproveitei para ir a Boston, incluindo Cambridge, onde estão a Universidade de Harvard e o MIT – Massachussets Institute of Technologie.

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Bem-vindo à Terra de Marlborough

Na ida peguei as autoestradas 91, 84 e 90.  Elas dão a impressão de que você está o tempo todo em cima de um viaduto, pois não se vê nada a não ser as árvores plantadas ao longo dela. Peguei bastante trânsito parado, inclusive nas autoestradas.  Na volta, desci pela 95, pegando alguns trechos da 1, para passar pelas cidades no litoral, e pela 15, essa sim, uma estrada bem bonita.Voltei pela Rodovia 15 –  muito bonitinha, muito graciosa.

Desci pela 95, parei em uma reserva natural para tirar foto, depois em West Greenchich.
Por lá o preço do combustível varia bastante dependendo do posto, do estado e dos serviços prestados pela estação.10702081_802052226482900_1322350848624310407_n

A gasolina regular (comum) chega a custar 1 dólar mais barato, por galão.  Eu abasteci sempre com a especial.
Outra observação é que há postos que são exclusivosself-service e por isso são mais baratos, e outros que oferecem o serviço ou não.  O consumo da moto também variou bastante, e isso é óbvio, já que tem motor de 1.690 cc Twim Cam.

PILOTANDO A FLHTK
No total andei 841 milhas (1.345 km) e utilizei 22,767 galões (x 3.785 = 86,17 litros), o que deu uma média de consumo de 15,6 km/l. O tanque tem capacidade para 6 galões de combustível (22,71 litros), então a autonomia é de 354 quilômetros.

O modelo exato da moto que testei foi a  Harley-Davidson Electra Glide Ultra Limited – FLHTK.
Ela é inteira linda.

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Boston, vista de Cambridge.

Viagem-teste com a Harley-Davidson Ultra Electra Glide em Nova York, Boston, Cambridge, Marlborough

MIT – Massachussets Institute of Technologie

O motor também é lindo e tem injeção de combustível sequencial.  Os freios, bastante eficientes.
Os retrovisores são pequenos, porém com boa visibilidade.
A 3.000 rpm em 6ª marcha, a velocidade fica a 80 milhas por hora (128 km/h).  A partir de 2.000 rpm, a vibração da moto é exatamente a mesma até 5.500, onde corta o motor.  Cheguei a dar 110 milhas (176 km/h).

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Pelas ruas de New Jersey

Luz é o que não falta nela.  Além dos faróis e das tradicionais lâmpadas dianteiras adicionais, tem luzes em volta dos baús que enfeitam a moto inteira.
Na carenagem dianteira tem direcionador de vento na frente e na lateral, para ventilar o piloto.
A altura do banco é boa: nem muito baixo nem muito alto.
Nos baús dá para carregar tudo e mais um pouco.  Além das roupas, dá para fazer compras, guardar os capacetes,  levar água e até malas inteiras dentro deles.  Tem tranca com chave e o encaixe é fácil.

Tem GPS integrado, mas não me entendi muito bem com ele e acabei por utilizar o navegador do smartphone mesmo.
O áudio é um dos destaques da moto.  Mas só liguei para testar, enquanto estava no estacionamento, já que para pilotar utilizo de toda a concentração e não escuto música.
Tem também carregador de bateria USB, que foi muito útil.

No total, foram 841 milhas (1.345 km) passando por 5 estados: New York, New Jersey, Connecticut, Massachussets e Rhode Island.

Viagem-teste com a Harley-Davidson Ultra Electra Glide em Nova Y

UM POUCO MAIS
O objetivo desta viagem não foi exatamente conhecer Nova Iorque ou Boston, cidades que eu já conheço bem; mas sim, andar de moto nos Estados Unidos; de Harley-Davidson em Nova Yorque; ter a experiência de viajar de moto pelas autoestradas americanas e também em estradas menores, mas sem deixar de lado o que a esses lugares tem a nos oferecer: cultura, arte e boa gastronomia.

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Na semana em que estive lá, começaram a decorar as casas para o Dia das Bruxas.  Praticamente todas as casas ficam decoradas e esse foi um divertimento à parte: fotografar caveiras e abóboras.

Foi bem interessante conhecer Staten Island, um outro lado de Nova York, bem bonito, com praias, e normalmente inexplorado pelos turistas.

Senti muita diferença no país, se comparado com as primeiras vezes em que fui, no final dos anos 80, depois tantas vezes nos anos 90.  Achei que os Estados Unidos caminharam um pouco para trás enquanto que o Brasil caminhou para frente.  Apesar da ainda grande distância do desenvolvimento, ela diminuiu.  Agora pode-se ver por lá, capa de pneus de caminhões nas estradas, ruas esburacadas e emendas de asfalto mal feitas.  Coisas antes inimagináveis para um americano.

Com a Harley-Davidson Ultra Electra Glide em Nova York.

Com a Harley-Davidson Ultra Electra Glide em Nova York.


Viagem-teste com a Honda CB 500F em Cambuquira – MG
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Suzane Carvalho

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500F

 

Em meio às montanhas de Minas Gerais, encontra-se uma pacata e pitoresca cidade, onde ainda não circulam ônibus nem existem edifícios. Suas ruas foram projetadas e são largas e arborizadas com acácias, quaresmeiras, ipês, amendoeiras, flamboyants, magnólias. Passaria despercebida se não fosse uma das mais importantes estâncias hidrominerais do Brasil, e detentora do título de “Melhor Água Mineral do Mundo”!

No passado a área de Cambuquira pertenceu a três irmãs solteiras da família Silva Goulart que deixaram parte de suas terras como herança para os escravos que lá trabalhavam. Em pouco tempo, as propriedades terapêuticas das águas que lá brotavam, começaram a atrair visitantes. Até que, em 1861, a Câmara Municipal de Campanha (16 km distante) efetuou a desapropriação das terras, considerando-as de utilidade pública. O local foi liberado para visitação e o crescimento deu-se a partir daí. Aos escravos foi doada uma terra onde hoje ainda vivem Quilombolas e está localizada a Cascata do Congonhal.

Minha primeira ida a Cambuquira foi no Carnaval de 1969. No início dos anos 2.000 voltei algumas vezes, sempre para cantar em Encontro de Corais. Sempre desejei ir para lá de moto, para poder explorar a região e curtir as curvas da serra, o que finalmente pude fazer com a Honda CB 500F. Escolhi caminhos virtuosos e variados de forma que pudesse testar a moto em todos os tipos de estrada. Fiquei encantada com a leveza e manobrabilidade dela, e a apelidei de “Hornetzinha”, mesmo com a diferença de dois cilindros a menos no motor.

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500FS

 

TRANQUILIDADE

SA cidade de Cambuquira está às margens da Estrada Real e faz parte dos Circuito das Águas. Suas águas são naturalmente gasosas e ricamente mineralizadas. Desde 1834 são engarrafadas e recentemente ganhou o título de Melhor Água Mineral do Mundo, já que a fonte que era a detentora deste título, Ty Nant, no País de Gales, deixou de ser engarrafada, pois está secando. A pacata cidade vive, além da fama e da indústria de exportação de suas águas, de eventos e turismo. E a escola de Hipismo que lá existe colabora bastante para tal, já que o turismo é pequeno, pois muito próximo dali se encontram as famosas Caxambu, São Lourenço e Três Corações.

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500F

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500F

Dista 300 km de São Paulo, 340 do Rio de Janeiro e 350 de Belo Horizonte. Sua altitude é variada, já que está entre as montanhas, mas a média fica em 950 metros.

Durante muitos anos a população de Cambuquira foi decrescente. O último estudo do IBGE apontou 12.909 habitantes em uma área de 246 km². Segundo a prefeitura, a população atualmente cresce por conta dos emigrantes. Na cidade não tem ônibus circulando e tem apenas um edifício, que é residencial e de apenas 6 andares. Mas tem coleta seletiva e estação de tratamento de água e esgoto nas apenas pouco mais de 5.000 residências.

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500FSuzane Carvalho testa a Honda CB 500F

 

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500F

SETE FONTES
A principal atração não poderia deixar de ser o Parque das Águas, que fica bem no centro e onde se encontram 7 fontes de diferentes tipos de água Sulfurosa, Gasosa, Magnesiana, Férrea e Barracão, indicadas para as mais diversas terapias. O litro dessas águas é vendido a R$ 0,25. Tem ainda a Fonte do Marimbeiro que fica um pouco afastada do centro, cerca de seis quilômetros.

A produção de cachaça também tem seu espaço com uma fábrica aberta ao público, chamada Cachaça Paraíso. Outra parte da economia vem da cultura do café, além do excelente artesanato em crochê, arranjos com vegetais desidratados, doces caseiros, mel, rapaduras e queijos.

No Alto do Cruzeiro é onde estão as antenas e foi onde subi para ver o pôr do Sol, logo que cheguei. Fica a 1.114 metros de altitude, e dá para ver toda a cidade e as plantações de café. Tem também o Mirante Vale do Sol de onde se pode ver as “Duchas Pôr do Sol”, conforme chamam os locais. Outro lugar a ser visitado é a Reserva Biológica de Santa Clara.

No centro, a Igreja Matriz De São Sebastião que foi construída em 1920 (tem duas fotos quase iguais, uma em que estou sentada na moto) é a principal.

SSuzane Carvalho testa a Honda CB 500FESPORTES

Mas Cambuquira também é lugar para a prática de esportes. Os campeonatos brasileiros de Paraglider e Vôo Livre têm etapas realizadas na Serra do Piripau. Outro esporte muito praticado é o Ciclismo de Montanha, com diversos campeonatos locais ou simplesmente passeios que são organizados pelo clube local.S

Escolhi me hospedar no hotel familiar Fazenda dos Anjos. Além do aconchego, os chalés são isolados e o local tem muitas atrações, inclusive colônia de férias. Para se entreter durante todo um dia, nem é preciso sair do hotel, pois há uma imensa área para cavalgar, pedalar, caminhar. Para casal, tem chalé com lareira e hidromassagem, e para as crianças, além de divertido, é também um lugar educativo.

Temos que aproveitar as águas de Cambuquira, pois já não jorram com a mesma força que em 1969…

Suzane Carvalho testa a Honda CB 500F

A MOTO
Subi na CB 500F pela primeira vez, direto para sair para a estrada e… que delícia de moto! Já para manobrar, achei-a bem leve. Fiz um caminho bem virtuoso. Saindo de São Paulo, peguei a rodovia Raposo Tavares, então Rodoanel, Bandeirantes, Anhanguera até Itatiba, depois SP-063 até Bragança Paulista e Fernão Dias até a entrada para Cambuquira. Na volta fiz outro caminho, pela Serra da Mantiqueira , Dutra e Carvalho Pinto. O ronco do motor é delicioso, parece até um 4 cilindros. A CB 500F é uma moto para ser curtida. Dá para driblar bem o trânsito das cidades e para viajar, sem sentir falta de motor. Em terra batida, andei bem com ela, mas quando se transformou em areião, começou a escorregar, pois os pneus não são próprios para este tipo de piso.

Testei-a também na pista de testes da Honda onde a velocidade final atingiu 183 km/h. Ela tem motor bi-cilíndrico com 471 cm3, 50,4 cv a 8.500 rpm, torque máximo de 4,55 kgf.m a 7.000 rpm, freios a disco na frente e atrás, banco a apenas 78,5 cm do chão. Tem rodas aro 17” e pesa 178 kg.

É vendida nessa cor branca e também na vermelha metálica. O preço base São Paulo para a versão sem ABS é de R$ 22.000. Com ABS, R$ 23.500.

O tanque de combustível tem capacidade para 15.7 litros, o que dá uma autonomia média de 390 quilômetros de autonomia.

CONSUMO Andando na cidade e passeando, o consumo ficou em 30 km/l. Em alta velocidade e com o giro alto, deu 5,4 l a cada 100 km, ou seja, fez 18,51 km/l. A média ficou entre 22 e 25 km/l.

 
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Suzane Carvalho testa a Honda CB 500FS

 

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Suzane Carvalho testa a Honda CB 500F

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Viagem-teste com a Honda CB 500X em Arraial do Cabo
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Suzane Carvalho

SAMSUNG CSC

Peguei a moto com apenas 568 km rodados.
O destino, Arraial do Cabo, litoral norte do estado do Rio de Janeiro. Saindo
de São Paulo pelas Rodovias Carvalho Pinto e Presidente Dutra, peguei muita, muita chuva mesmo de Piraí até Arraial do Cabo. Foram 270 km de chuva forte, inclusive na Ponte Rio-Niterói.

Há muitos anos sem ir a Arraial do Cabo, escolhi este destino pensando que me surpreenderia com o desenvolvimento do local. Por um lado isso aconteceu, já que as imensas dunas que existiam pelo caminho e que tanto brinquei em minha infância, já não se encontram lá, visto que a areia foi sendo retirada para utilização em construções. Muitos prédios foram construídos, inclusive na orla. Por outro lado, a beleza natural continua deslumbrante, principalmente suas águas límpidas.

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Localizado no litoral fluminense, esse balneário fica a apenas 140 km da capital. Geograficamente, foi formado há aproximadamente um milhão de anos. Ventos e correntes marítimas fizeram com que três ilhas fossem incorporadas ao continente, onde hoje se encontram o Morro do Mirante, o Pontal do Atalaia e o Morro do Forno, em cuja parte baixa foi formada a Praia do Forno. Com acesso apenas a pé ou ou por barco, e incrustada nas montanhas, é uma das mais belas. A vegetação é exuberante e a mata é preservada, com bromélias e cactos. São 500 metros de uma praia linda, com águas claras e esverdeadas, corais e areia branca. Há um restaurante flutuante que serve, claro, frutos do mar, cujo o acesso é possível apenas por barco.

Viagem teste com a Honda CB 500X

O Pontal do Atalaia é um lugar totalmente mágico. Do alto você tem o mar aos dois lados e, caminhando até o final, a vista da imensa Ilha do Farol, onde os barcos param para mergulhos. Além de casas, ali há também algumas pousadas que oferecem vista infinita para o mar. O Pontal do Atalaia faz parte do Parque Estadual da Costa do Sol e fica aberto inclusive à noite, sendo um dos lugares preferidos de casais de namorados.

Viagem teste com a Honda CB 500X

HISTÓRIA
A importância da cidade se dá não apenas pela estonteante beleza natural, mas também porque é parte importante da história da colonização brasileira.

Seus primeiros habitantes foram índios nômades, seguidos pelas tribos Tupi-Guarani, Tamoyos e os Tupinambás. Peixes, crustáceos, mandioca e carne resultante da caça, eram seus alimentos. A produção de cerâmica era um dos pontos fortes dessas tribos. A arqueologia indica que havia cerca de 50 aldeias e uma população entre 25 e 75 mil indígenas vivendo na região. Até que a expedição do navegador italiano Amerigo Vespucci, conhecido por nós como Américo Vespúcio, a serviço das cortes de Portugal e Espanha, desembarcou na Praia dos Anjos (antes chamada de Praia das Ramas), em sua segunda expedição à costa brasileira, após se dispersar do restante da esquadra, que sofreu um naufrágio em Fernando de Noronha.

Viagem teste com a Honda CB 500X

Aqui foi realizada a 1ª missa sob teto, no Brasil

Ao chegar ao local, Vespúcio teria dito: “Se não cheguei ao paraíso, certamente estarei bem perto.” Decidiu então construir um forte no local, onde deixou 24 homens com armas e mantimentos. Algumas ruínas permanecem até hoje e são acessíveis por trilha entre a Praia do Forno e a Prainha que fica logo na entrada da cidade e já está totalmente urbanizada. Mas a água nessa praia continua na cor verde clara e ela é bem rasa, talvez devido a estar entre duas montanhas.

A construção de Américo Vespúcio foi a primeira feitoria no Brasil, com o objetivo de guarnecer o litoral. Começou então a se desenvolver um povoamento, que talvez tenha sido o primeiro em território brasileiro (“talvez”, já que Cananeia e São Vicente, em São Paulo, também disputam este título). Um obelisco e um poço foram construídos na Praia dos Anjos, e estão lá até hoje. Depois, Arraial do Cabo virou praticamente apenas uma vila de pescadores, até que a implantação da Companhia Nacional de Álcalis trouxe mão de obra ao local e a economia começou a se desenvolver. Emancipou-se de Cabo Frio, de onde era distrito, há quase 30 anos, em 1985.

Viagem teste com a Honda CB 500X

Hoje, fazem parte de Arraial do Cabo os distritos de Monte Alto, Figueira, Parque das Garças, Sabiá, Pernambuca, Novo Arraial e Caiçara, que beiram a Lagoa de Araruama, onde existem competições de kitesurf, windsurf de Jet ski. As Pontas de Massambaba, da Acaíra e das Coroinhas, são imperdíveis.

A principal fonte de renda é o turismo de veraneio e é considerada a “Capital Brasileira do Mergulho”. Em volta de toda a cidade existem mais de 20 pontos para tal prática. Com águas frias e transparentes, tem imensa diversidade de peixes e frutos do mar além de galeões, caravelas e fragatas afundadas por piratas.

Possuindo 35 quilômetros de praias oceânicas e 65% da Lagoa de Araruama, o município tem uma área de 158 km², população de 28.000 habitantes e temperatura média de 25° C. Quem vai a Arraial do Cabo não pode deixar de fazer passeios de veleiros por entre as praias e ilhas. Além, claro, de passeios de moto ou Jipe.

Viagem teste com a Honda CB 500X

Viagem teste com a Honda CB 500X

A gastronomia é outra atração para os turistas. Restaurantes para todos os gostos e bolsos estão espalhados pela cidade. Desta vez escolhi o hotel pela cozinha, já que por muitas vezes, acabo por não me alimentar bem em minhas viagens, e fiquei no Caminho do Sol, onde pude experimentar um prato diferente a cada dia. Arraial do Cabo é um lugar que vale a pena ser visitado e há muitas atividades para toda a família. Mas fique atento, pois fica com 100% de sua capacidade durante o verão. Existem vôos para Cabo Frio. O aeroporto fica a 7 km de Arraial do Cabo.

A MOTO
Para essa viagem utilizei a CB 500X, que foi lançada em maio deste ano é o terceiro modelo da Família 500 da Honda, que compartilha 55% dos componentes. Entre eles, chassi, motor, suspensão e freios.

A principal característica desse novo motor de 500 cc é que a potência e o torque estão em uma faixa de giro mais baixa que o antigo 500 da Honda. O motor é em dois cilindros paralelos e a ignição dos pistões é em 180°. Seu posicionamento dentro do chassi em aço do tipo diamond, em que o bloco do motor faz parte da estrutura, visando à centralização das massas, deixa a moto com baixo centro de gravidade e fácil de ser pilotada e manobrada. A potência máxima é de 50,4 cv a 8.500 rpm e o torque é de 4,55 kgf.m a 7.000 rpm.

Ele está muito bem equilibrado e roda deliciosamente macio, parecendo até um 4 cilindros. Talvez seja por causa do sistema balanceiro que está na parte de trás do motor e o deixou mais compacto e também pelo duplo comando com balancins roletados. O giro também sobe rápido.

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AUTONOMIA DE MAIS DE 500 KM
Além disso, tem baixa emissão de poluentes, que atende ao PROMOT 4, e consumo de até 30 km/l, dando autonomia de mais de 500 km, já que o tanque tem capacidade para 17 litros!
O freio é a disco tanto na dianteira quanto na traseira, sendo que são dois pistões na frente e apenas um na traseira. Sem combustível nem óleos, pesa 180 kg. A versão com ABS, 2 kg a mais.

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SUSPENSÃO
Em relação às suas irmãs, “F” e “R”, a “X” tem curso 20 mm maior na suspensão traseira e 14 mm a mais na dianteira, pois tem mola e cilindro interno maiores. O trail teve um aumento de 6 mm e 1 mm no entre-eixos. O ângulo de cáster é de 26,5° enquanto que na “R” é de 25,5. O sistema é de garfo telescópico na frente e pro-link na traseira.

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VALENTE
Em vários lugares por onde estou acostumada a passar, que fazem o carro e a moto pularem, eu não sentia nada com a CB 500X.

Os pneus são do tipo “street-sport”, mas com ranhuras que permitem pegar estrada de terra batida e chuva com maior tranquilidade, e vêm montados no aro 17″.

Foi preciso habilidade para alcançar o Pontal do Atalaia, já que havia muita lama, mas esta estradeira/aventureira me levou a lugares lindos. No estilo Crossover, o mesmo da NC 700X e da VFR 1200X, apelidei-a de “NCzinha”, devido à similaridade. Tem posição de pilotagem confortável e tem a mesa e o guidão mais altos da Família 500. Cheguei a fazer 700 km no mesmo dia, já que passei pelo Rio de Janeiro antes de seguir para São Paulo e cheguei inteira, sem cansaço nem dor.

Viagem-teste com a Honda CB 500X em Arraial do Cabo

A altura do banco é de 81 cm. Amarrei minha mala na parte de trás e ela ficou muito bem presa. Para andar na cidade é uma das melhores motos que já vi. Além da excelente manobrabilidade, a buzina é ótima e os retrovisores estão em posição em que não é preciso desviar muito a cabeça para olhar, sendo possível mantê-los em seu campo de visão. Gostei do painel, que é de cor âmbar e de fácil leitura mesmo à noite. Falando em noite, o farol alto é fantástico.
No total, rodei 1.533 km, deixando-a com 2.101.
Ela é deliciosa.  E Arraial do Cabo, lindo. Quero voltar para fazer os passeios que não foram possíveis devido às chuvas.
E assim termina mais uma viagem-aventura de moto.  Com gostinho de “quero mais”.

Viagem teste com a Honda CB 500X

CONSUMO

KM TOTAL

KM RODADOS

LITRAGEM

média

$

S/litro

TIPO

RODAGEM

início

568

01

764

196

7,84

25 km/l

24,53

3,13

V-Power

estrada

02

980

216,1

10,81

20 km/l

35,01

2,24

Ipir adit

estrada/chuva

03

1.337

356,4

13,03

27,35 km/l

44,04

3,38

V-Power

mista

04

1677

340,8

12,48

27,3 km/l

40,93

3,28

Grid

estrada baixa

05

1965

288

12,02

23,96 km/l

39.65

3,23

Grid

estrada alta

final

2101


Como andei sempre com o giro alto, posso afirmar que ela faz até 30 km/l, inclusive

Viagem teste com a Honda CB 500X na cidade, já que meu consumo na estrada é sempre maior que na cidade. A gasolina que coloquei no primeiro abastecimento, provavelmente estava adulterada, pois o consumo posterior a isso foi de 20 km/l, andando na chuva, ou seja, devagar. A Ipiranga e a V-Power que coloquei nos 2°e 3° abastecimentos tiveram consumos semelhantes, assim como a Grid, já que andei mais rápido após o abastecimento 4.

Viagem teste com a Honda CB 500XV

 

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